Ludwig Von Mises ficou conhecido na história como um dos principais nomes da Escola Austríaca de Economia. Formado em Direito e Economia pela Universidade de Viena, Mises se debruçou no estudo sobre Economia e Filosofia Política.
Para Ludwig Von Mises, a economia de mercado é o melhor método para definir a alocação de recursos e garantir a satisfação da população.
Por exemplo: Em uma economia de mercado, os preços dos carros, pães, aço, trigo e trabalho são determinados pela oferta e demanda.
Se os consumidores desejam mais carros, o preço dos carros aumenta, incentivando as empresas a produzirem mais carros.
O sistema de preços ajuda a alocar recursos de forma eficiente, direcionando-os para onde são mais valorizados pelos consumidores. Em um sistema socialista, os recursos são alocados de acordo com os planos e a vontade do governo, prejudicando a satisfação das pessoas.
Suas teorias não se limitam à Economia, mas abordam aspectos filosóficos e políticos da vida humana.
Mises também argumentou que o liberalismo é moralmente superior aos demais sistemas sociais devido à liberdade que traz aos indivíduos, especialmente a possibilidade de escolherem o tipo de vida que quiserem.
Por esses e outros motivos mais técnicos das ciências econômicas, Mises foi um ferrenho opositor do socialismo e do comunismo.
Dentre os alunos de Mises estão vencedores do Nobel de Economia e presidentes das maiores potências do mundo.
Conheça agora a vida e o pensamento de Ludwig Von Mises.
Ludwig von Mises nasceu em 29 de setembro de 1881, em Lviv. Na época, o território fazia parte do Império Austro-Húngaro, mas hoje corresponde à Ucrânia.
Ele veio de uma família judia, sendo o filho mais velho de dois irmãos e de uma meio-irmã, afirma o livro Mises: The Last Knight of Liberalism (Mises: O Último Cavaleiro do Liberalismo, em tradução livre), de Jörg Guido Hülsmann (2007).
Sua família tinha sido elevada à pequena nobreza da Áustria pelo imperador Francisco José I alguns anos antes. O título veio como reconhecimento ao trabalho de comerciante realizado pelo bisavô de Ludwig.
O pai de Ludwig, Arthur Edler von Mises, trabalhava como engenheiro ferroviário, o que proporcionava à família um status confortável dentro da sociedade.
A mãe de Mises, Adele Landau, era parte de uma família que priorizava a educação e a cultura, o que influenciou profundamente o ambiente em que Ludwig e seus irmãos cresceram.
Aos 12 anos, Ludwig falava fluentemente alemão, polonês e francês, lia em latim e entendia o ucraniano.
Desde cedo, demonstrou um interesse aguçado por questões econômicas e sociais impulsionado pelo ambiente intelectualmente estimulante de sua casa.
Em 1900, a família se mudou para Viena, onde Ludwig começaria sua trajetória intelectual na Universidade da cidade, estudando Direito e Economia.
Desde que ingressou na Universidade, Mises mergulhou nos trabalhos de economistas da Escola Austríaca. Foi nesse momento que ele conheceu duas de suas principais referências teóricas: Carl Menger e Eugen von Böhm-Bawerk.
Após concluir seus estudos em 1907, ele começou a trabalhar em análises econômicas para a Câmara Austríaca do Comércio. Esse período foi crucial para o desenvolvimento de suas ideias sobre o funcionamento da economia e os problemas do socialismo.
Ao trabalhar com o governo, o economista percebeu que as investidas estatais na economia geravam diversos efeitos colaterais, como inflação, desbalanço dos preços do mercado, desemprego e outros.
Observando esse cenário, Mises percebeu que a moeda fiduciária era um dos principais problemas da modernidade. Nesse tipo de moeda, o governo pode imprimir dinheiro o quanto quiser.
Imprimir dinheiro sem um aumento correspondente na produção de bens e serviços leva à inflação porque aumenta a quantidade de dinheiro em circulação, sem que haja mais produtos para comprar.
Isso resulta em um desequilíbrio entre oferta e demanda, onde o excesso de dinheiro persegue uma quantidade limitada de bens, elevando os preços.
A inflação surge quando o valor de cada unidade monetária diminui, fazendo com que o poder de compra da moeda caia, ou seja, mais dinheiro é necessário para comprar a mesma quantidade de produtos.
Antes da modernidade, grande parte das moedas eram lastreadas no ouro. Isso fazia com que o governo ou as casas de moeda não pudessem emitir dinheiro para além da quantidade de ouro que possuíam.
No livro Notes and Recollections, Mises chegou a pedir pelo retorno ao padrão-ouro na Áustria-Hungria, mas teve seu pedido negado. Murray Rothbard afirmou que a negativa poderia estar ligada a esquemas de corrupção de membros do Banco Central.
O economista Jörg Guido Hülsmann afirma que Mises amava seu país, servindo na Câmara de Comércio e sendo um profundo conhecedor da cultura austríaca, mas ele odiava o militarismo e a veneração ao Estado.
Mesmo assim, Mises não se recusou a lutar pelo seu país quando foi convocado para participar da Primeira Guerra Mundial.
Ele serviu no 30º regimento de canhões, tendo por principal missão lutar contra os russos.
Foram meses de violência e condições sub-humanas de vida. Seu regimento tinha que conviver com a chuva, lama e falta de itens básicos de sobrevivência. Constantemente era necessário que o regimento mudasse de posição, mesmo em meio a péssimas condições.
Como a burocracia do exército demorava a aprovar novos envios de roupas e outros itens básicos, Mises foi atrás do que era necessário pedindo novas provisões para sua mãe, lembrou no livro Nation, State, and Economy, p. 166.
O regimento recebeu itens como remédios, roupas, sapatos, bebidas e cigarros. Em uma carta de 1917, Louis Sommer comentou sobre seu amigo Mises durante a guerra:
"Um defensor do individualismo, você preza orientações notavelmente coletivistas. Na verdade, mesmo sob forte pressão para o seu corpo e total falta de conforto individual, você nunca perde de vista o quadro geral".
Após a guerra, Mises comentou como o controle estatal prejudicou a Áustria no livro Nation, State, and Economy:
"Os canhões com os quais a artilharia de campanha austro-húngara entrou em guerra eram muito inferiores; os obuseiros pesados e leves e os canhões de montanha já estavam desatualizados no momento da sua introdução e mal satisfaziam as exigências mais modestas.
Essas armas vieram de fábricas estatais; e agora a indústria privada, que em tempos de paz tinha sido excluída do fornecimento de armas de campanha e de montanha e só podia fornecer esse material à China e à Turquia, não só tinha de produzir o material para a expansão da artilharia; além disso, ainda teve que substituir os modelos inutilizáveis das baterias antigas por outras melhores.
As coisas não foram muito diferentes com as roupas e calçados das tropas austro-húngaras".
Mises conseguiu sobreviver à guerra e foi mandado para casa em 1915, devido a um ferimento no quadril. Em 1916, ele foi ordenado a voltar para a guerra, lutando na Itália.
Sua bravura e dedicação na guerra lhe rendeu a medalha de honra signum laudis em prata. O imperador o elogiou, fato que foi noticiado na imprensa Newsflash Ödenburger Zeitung (Sopron) de 28 de novembro de 1915:
"Nossos heróis. O bem conhecido e querido Tenente da Reserva Dr. Ludwig Edler von Mises, na vida civil um professor não remunerado na Universidade de Viena, e atualmente estacionado em nosso Trigésimo, foi novamente homenageado com o Signum Laudis em prata por seus esforços notáveis perante o inimigo".
Após a guerra, ele retornou à Viena, onde continuou seu trabalho na Câmara de Comércio e sua atividade docente na Universidade de Viena.
A vida de Mises estava fluindo na Áustria até 1938, quando o regime nazista anexou seu país.
Com medo de perseguição devido a sua ascendência judaica, Mises se mudou para a Suíça, onde lecionou na Universidade de Genebra e depois, em 1940, emigrou para os Estados Unidos com o financiamento da Fundação Rockefeller.
Foi nos EUA que Mises se estabeleceu e ficou até o fim de sua vida. Com o financiamento da Fundação William Volker, ele se juntou à faculdade New York University como professor visitante, posição que manteve até sua aposentadoria.
Em Nova York, Mises continuou a escrever e a lecionar. Produzindo algumas de suas obras mais importantes, como Ação Humana (1949) que é considerada seu livro mais importante.
Ele também se tornou uma figura central no movimento libertário nos Estados Unidos, influenciando uma nova geração de economistas e pensadores políticos, como Friedrich Hayek, Murray Rothbard e o cientista político Eric Voegelin.
Mises casou-se com Margit Serény em 1938, pouco antes de emigrar para os Estados Unidos. O casal não teve filhos. Margit escreveu uma biografia de Mises, publicada após sua morte, oferecendo uma visão íntima de sua vida, suas lutas e seu legado.
Mises nunca praticou religião, tendo denominado-se agnóstico.
Ludwig von Mises faleceu em 10 de outubro de 1973, em Nova York, deixando um legado que ganha cada vez mais influência no campo da economia e da filosofia política.
Algumas das principais teorias e ideias de Mises são:
A Praxeologia é a grande teoria de Ludwig Von Mises. Sua teoria estuda a ação humana e seu comportamento para fazer análises econômicas, diferente de muitas correntes da época que se baseavam em estatísticas.
A premissa da praxeologia afrima que as ações humanas são intencionais e dirigidas a objetivos.
Para Mises, a economia é uma ciência social que deve ser entendida através do estudo da ação humana, não apenas de estatísticas e médias.
Os fundamentos da Praxeologia são:
No coração da praxeologia está a ação humana, definida por Mises como qualquer comportamento intencional dirigido a alcançar um determinado fim. A ação humana é motivada pela insatisfação com o estado atual e pelo desejo de melhorar essa condição.
Os indivíduos agem com o propósito de substituir uma situação menos satisfatória por uma mais satisfatória, usando os meios à sua disposição.
A praxeologia adota o individualismo metodológico, o que significa que ela analisa fenômenos sociais e econômicos a partir das ações e escolhas dos indivíduos.
Para Mises, os eventos sociais são o resultado das ações de muitos indivíduos, cada um agindo com base em seus próprios conhecimentos, experiências e preferências.
A praxeologia parte do princípio de que os seres humanos agem de maneira racional, no sentido de que suas ações são dirigidas a alcançar objetivos específicos.
Isso não significa que as ações sejam sempre "corretas" ou "eficientes" do ponto de vista de um observador externo, mas sim que os indivíduos agem com a intenção de atingir seus objetivos, dados seus conhecimentos e crenças.
A praxeologia reconhece a causalidade nas ações humanas, onde as ações são vistas como causadas pelos propósitos e objetivos dos indivíduos. Ela também é teleológica, no sentido de que as ações são orientadas para fins ou objetivos.
Mises argumenta que os fundamentos da praxeologia são a priori, ou seja, são conceitos que não derivam de estatísticas, mas de conhecimentos psicológicos. Por exemplo, a noção de que os seres humanos agem com propósito é considerada um axioma a priori.
A Praxeologia trouxe diversas implicações para o debate sobre a Economia. Algumas das principais foram:
Em resumo, a Praxeologia é uma abordagem metodológica que busca entender a economia e os fenômenos sociais através do estudo da ação humana intencional. Ela é central para a filosofia e análise econômica da Escola Austríaca contemporânea, oferecendo uma perspectiva única sobre a natureza da economia e da sociedade.
Para entender o desafio de Helfferich a Ludwig Von Mises, é necessário antes entender o pensamento econômico de Mises, já que Helfferich o desafiou devido a suas publicações sobre Economia.
Para Ludwig Von Mises, a economia precisa ser livre para funcionar tanto em termos econômicos como morais. Ele afirma que a economia de mercado seria o melhor método para definir a alocação de recursos e a satisfação da população.
Por exemplo: em uma economia de mercado, os preços dos carros, pães, aço, trigo e trabalho são determinados pela oferta e demanda.
Se os consumidores desejam mais carros, o preço dos carros aumenta, incentivando as empresas a produzir mais carros e, possivelmente, menos pães.
O sistema de preços ajuda a alocar recursos de forma eficiente, direcionando-os para onde são mais valorizados pelos consumidores. Cada pessoa usa de seu dinheiro como quiser, mostrando aos empresários o que vale mais a pena produzir.
Em um sistema socialista, os recursos são alocados de acordo com os planos e a vontade do governo.
Observando sua posição, o economista Karl Helfferich fez um desafio a Mises: a tese do "dinheiro de quitação" poderia resolver o problema da realocação de recursos em uma economia socialista.
Helfferich sugeriu que, mesmo sem um mercado real, um sistema de "dinheiro de quitação" poderia ser usado para simular um sistema de preços socialista. O governo poderia atribuir valores em dinheiro de quitação aos carros, pães, aço, trigo e trabalho.
Esses valores seriam usados para calcular a eficiência e alocar recursos. Por exemplo, se o governo atribuísse um valor mais alto ao trigo do que ao aço, ele poderia analisar os resultados e realocar os recursos se necessário.
Os dados indicariam uma preferência por produzir mais pães do que carros, orientando a população sobre o que produzir.
O site do Instituto Rothbard detalhou que a argumentação de Helfferich ainda abordava um assunto pouco desenvolvido na Escola Austríaca de Economia: a teoria do dinheiro. Helfferich tentou favorecer a economia socialista com a seguinte argumentação:
"A natureza diferenciada do dinheiro é a de que ele não é consumido, mas usado apenas como meio de troca para facilitar as trocas no mercado. O dinheiro, portanto, só é demandado no mercado porque tem um poder de compra pré-existente, ou valor ou preço no mercado".
Para responder esse desafio, Mises publicou seu primeiro livro: A Teoria do Dinheiro e do Crédito. Ele buscou refutar Helfferich em várias frentes, fundamentando sua argumentação em princípios praxeológicos e na teoria austríaca do dinheiro e do crédito.
Alguns dos principais pontos da refutação de Mises foram:
As seis lições de Mises é um compilado de ensinamentos transmitidos em palestras sediadas na Universidade de Buenos Aires em 1958. As palestras foram transcritas e publicadas pela esposa do autor com o título conhecido em 1979.
A primeira lição trazida por Mises em sua obra visa desmistificar o sistema capitalista, explicando as necessidades históricas e sociais que o criaram.
O autor inicia diferenciando o capitalismo dos antecessores, por diversos fatores como a possibilidade de mobilidade social elevada.
A lição segue apontando as contradições dos sistemas anteriores, que não foram capazes de aumentar a produção na mesma proporção em que a população crescia.
Questões ligadas à capacidade de aproveitamento dos recursos também são tratadas como fundamentais para compreender a mudança econômica.
A segunda lição trata sobre os problemas teóricos e práticos do socialismo e do centralismo econômico.
Para Mises, a liberdade econômica é indissociável das demais, de modo que um indivíduo não pode gozar de praticamente nenhuma liberdade social dentro de um modelo econômico em que a burocracia estatal possui total controle sobre seu destino profissional.
O modelo socialista também privaria a sociedade de desenvolvimento, uma vez que limita a capacidade de gerar inovação e desenvolvimento aos desígnios do Estado.
A terceira lição de Mises na obra citada é relativa ao papel do Estado na economia. Para o autor, um bom governo deve preocupar-se em proteger a sua população das fraudes e violência.
Além disso, o intelectual austríaco apresenta as consequências negativas vinculadas à interferência estatal na economia, dando destaque para a inflação e escassez de produtos básicos.
A quarta lição de Mises é dedicada à compreensão do fenômeno inflacionário, suas origens e consequências.
O autor inicia a sessão explicando a correlação entre mecanismos para aumento de consumo, como expansão da base monetária e políticas de combate ao desemprego e o aumento inflacionário no valor dos bens de consumo.
A inflação corrói a capacidade de compra da população como um todo gerando efeitos colaterais muitas vezes piores do que os males que as políticas enfrentavam.
A quinta lição refere-se ao investimento de recursos provenientes de nações estrangeiras, principalmente se referindo ao sentimento negativo que algumas nações com um menor grau de desenvolvimento podem ter.
A lição aborda as origens do grande capital britânico e destaca a importância deste nos processo de desenvolvimento nas demais nações europeias e nos EUA.
O autor segue criticando o olhar negativo que as nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento têm do investimento estrangeiro, enxergando seu recebimento como algo vergonhoso ou sinal de dominação.
Para Mises, o capital estrageiro foi uma importante força motriz no desenvolvimento das grandes economias que emergiram após o estabelecimento do capitalismo na Inglaterra.
A última lição que Mises deixa nessa obra coloca em perspectiva o avanço dos ideais liberais, políticos e econômicos, destacando como estes foram capazes de gerar um grande progresso para as sociedades humanas.
Apesar da força do movimento iluminista, Mises alegava que as ideias liberais jamais teriam sido plenamente implementadas, apresentando ceticismo em relação às projeções otimistas do século XVIII.
Em obras como Ação Humana (1949) e Liberalismo (1927), Mises defende a soberania da liberdade individual como um princípio moral.
Para ele, a liberdade individual é a pedra angular de uma sociedade civilizada e próspera.
Sua defesa da liberdade individual vai além de argumentos utilitaristas ou econômicos, mergulhando profundamente em considerações morais e éticas. Veja alguns de seus principais argumentos.
Para Mises, a liberdade individual está intrinsecamente ligada à noção de autonomia e dignidade humana.
Ele acreditava que cada indivíduo possui uma capacidade única de fazer escolhas racionais e de agir de acordo com seus próprios valores e objetivos. Essa capacidade de autodeterminação é fundamental para a dignidade humana.
Cada pessoa têm o direito de viver sua vida de acordo com seus próprios termos, sem coerção ou interferência arbitrária de terceiros, especialmente do Estado, segundo o pensamento do autor.
Mises via a liberdade individual como essencial para a formação de uma sociedade livre, onde a cooperação voluntária entre os indivíduos é a norma.
Em uma sociedade livre, as relações econômicas e sociais são baseadas na cooperação mútua e no consentimento voluntário em vez de serem impostas pela força.
Isso não apenas promove a paz social e a harmonia, mas também leva a uma alocação mais eficiente dos recursos e a uma maior prosperidade econômica.
Para Mises, a liberdade individual e a propriedade privada são fundamentais para esse processo, pois permitem que os indivíduos interajam de maneira pacífica e produtiva.
Um aspecto crucial da defesa moral da liberdade individual por Mises é a ênfase na moralidade da escolha e na responsabilidade pessoal. Ele argumentava que a liberdade de escolha é o que permite que os indivíduos sejam moralmente responsáveis por suas ações.
Sem a liberdade de escolher, a noção de responsabilidade moral perde seu significado. Isso implica que, para uma sociedade ser moralmente justa, deve garantir a liberdade individualz, permitindo que as pessoas façam suas próprias escolhas e assumam a responsabilidade por elas.
Mises era um crítico ferrenho do coletivismo e do intervencionismo estatal, que ele via como ameaças diretas à liberdade individual.
Ele argumentava que essas abordagens subordinam o indivíduo aos interesses do Estado ou de um coletivo, minando a autonomia individual e a liberdade de escolha.
Para Mises, tais sistemas não apenas falham em alcançar seus objetivos declarados de justiça social e igualdade, mas também levam à tirania e à opressão, pois privam os indivíduos de sua liberdade e dignidade.
Mises defendia a liberdade individual não apenas como um valor ocidental ou capitalista, mas como um valor universal, essencial para o bem-estar e a prosperidade de todas as sociedades.
Ele via a liberdade como fundamental para o desenvolvimento humano, permitindo a inovação, a criatividade e o progresso. Ao promover a liberdade individual, Mises acreditava estar defendendo os princípios mais elevados da civilização e da humanidade.
Em resumo, a defesa moral da liberdade individual por Ludwig von Mises é abrangente, baseando-se em princípios de autonomia, dignidade humana, cooperação voluntária, responsabilidade moral e universalidade.
Sua visão oferece uma justificativa ética para a liberdade individual, destacando sua importância não apenas para a prosperidade econômica, mas também para a realização humana e a justiça social.
Em seu livro Ação Humana, Mises defendeu que se houver mais pessoas do que a riqueza disponível, a sociedade empobrecerá e que, portanto, é necessário ter controle de natalidade.
Alguns estudiosos, como Rafael Brodbeck e Marlon Derosa, discordam de Mises. Para eles, limitar o número de filhos em uma família é ferir a liberdade e precificar elementos da vida que vão além dos objetos materiais.
Se uma família não pode ter dois filhos porque a riqueza deve ser dividida, a lógica humana foi ferida. A ordem natural é reproduzir-se e, enquanto espécie, ir adiante.
Outros viram ainda um problema moral em limitar a quantidade de filhos para não perder qualidade de vida. O erro mais notório, no entanto, envolve a importância do crescimento populacional e o mito da superpopulação.
Sete bilhões de pessoas conseguiriam viver em uma cidade do tamanho do Texas. A cidade teria a mesma densidade populacional de Nova York, possuindo zonas industriais, áreas verdes, escritórios e residências.
Dessa maneira, apenas o Texas estaria ocupado por seres humanos, com o resto do mundo inteiro disponível para a produção de recursos.
No Brasil, o homem ainda não pisou em 80% do território da Amazônia, que representa mais de 60% do território total do país.
A teoria malthusiana e neomalthusiana que criaram essa argumentação já foram refutadas pelos cálculos modernos e pelas demonstrações humanas de crescimento de produção - saiba mais neste artigo do Portal da Brasil Paralelo.
Os livros de Ludwig von Mises abordaram uma ampla gama de tópicos econômicos, políticos e filosóficos, tendo criado uma nova fase da Escola Austríaca de Economia. Aqui estão alguns de seus principais livros listados em ordem cronológica.
Nesta obra, Mises estende a análise econômica para incluir moedas não-commodities e crédito bancário, lançando as bases para sua teoria posterior sobre ciclos econômicos e a teoria marginal do dinheiro. Ele introduz a ideia revolucionária de que a moeda e o crédito têm um impacto profundo na economia.
"Socialismo" é uma análise crítica detalhada dos fundamentos e implicações do socialismo. Mises argumenta que o socialismo é impraticável como sistema econômico porque não pode resolver o problema do cálculo econômico sem um mercado de preços livre.
Neste livro, Mises apresenta uma defesa do liberalismo clássico, argumentando que a paz, a prosperidade e o progresso social só podem ser alcançados através da liberdade individual, da propriedade privada, do livre comércio e da limitação do poder do estado.
Este livro critica a política de intervenção do governo na economia, mostrando porque tais medidas não só são ineficazes, mas também prejudiciais ao bem-estar geral da sociedade.
Mises examina a natureza e as consequências da gestão burocrática da economia, contrastando-a com a gestão por lucro no setor privado. Ele argumenta que a burocracia é inerentemente ineficiente e serve como um obstáculo ao progresso e à inovação.
Considerada sua magnum opus, Ação Humana é uma abrangente exposição da praxeologia, a ciência da ação humana. Mises explora como as escolhas individuais, baseadas em valores subjetivos e conhecimento disperso, determinam os fenômenos econômicos.
Neste trabalho, Mises explora as origens psicológicas e sociais da oposição ao capitalismo, argumentando que o ressentimento e a inveja desempenham um papel significativo na propagação de ideias anticapitalistas.
Mises discute a relação entre teoria econômica e interpretação histórica, defendendo uma abordagem praxeológica à História que reconhece o papel central da ação individual e das escolhas na formação de eventos históricos.
Estas obras continuam a influenciar debates econômicos, políticos e filosóficos contemporâneos. Seu legado persiste através do trabalho de economistas, acadêmicos e instituições dedicadas à promoção das ideias liberais.
Ludwig Von Mises foi um dos principais economistas da Escola Austríaca, sendo um dos responsáveis pelo crescimento da influência dessa escola econômica no mundo contemporâneo.
Veja a extensão de sua influência.
O site Mises Brasil destaca que, na França, o principal conselheiro econômico e monetário do General De Gaulle, que ajudou a França a se afastar do socialismo, foi Jacques Rueff, um velho amigo e admirador de Mises.
Para Rothbard, parte do afastamento da Itália em relação ao socialismo após a Segunda Guerra Mundial se deve ao Presidente Luigi Einaudi. Sendo economista e amigo de longa data de Mises, Luigi afastou o país das tendências estatistas e socialistas da época.
Na Argentina contemporânea, Javier Milei foi eleito presidente com o discurso baseado nas ideias de Mises. O presidente argentino falou publicamente que as ideias de Mises e da Escola Austríaca de Economia seriam a salvação para a economia do país que estava em uma de suas maiores crises.
Milei já estudava e participava de grupos de estudos das ideias de Mises há anos, tendo seus principais valores sendo influenciados pelos estudos de Mises. Outros países possuem seus grupos criados para estudar e promover as ideias de Ludwig Von Mises.
Fundado em 1982, o Instituto Mises dos EUA é uma organização educacional dedicada à promoção das ideias da Escola Austríaca de economia, baseada nos trabalhos de Mises e seus seguidores.
O instituto busca disseminar as ideias de Mises, organizando conferências, publicando livros e artigos, bem como oferecendo recursos educacionais online.
O Brasil também tem seu grupo voltado para estudar e disseminar o trabalho de Mises: o Instituto Ludwig Von Mises Brasil (IMB) foi fundado em 2007 e atua até hoje no país.
A influência de Mises também se estende ao mundo acadêmico, com programas difusos de estudos e cursos universitários em todo o mundo dedicados à Escola Austríaca de Economia.
Alguns dos principais economistas do mundo aderiram também às ideias de Mises e passaram difundir seu pensamento. Confira alguns dos principais.
Talvez nenhum outro discípulo de Mises tenha alcançado tanta notoriedade quanto Friedrich A. Hayek, prêmio Nobel de Economia em 1974. Hayek foi profundamente influenciado pelos trabalhos de Mises, especialmente no que diz respeito à teoria do ciclo econômico e à crítica ao socialismo.
Hayek expandiu muitas das ideias de Mises, especialmente em seu livro O Caminho da Servidão, alertando sobre os perigos do coletivismo e defendendo a sociedade livre.
Outro economista de destaque influenciado por Mises foi Murray Rothbard. O aluno de Mises foi um economista e filósofo político americano que combinou a economia da Escola Austríaca com a ética do libertarianismo.
Ele considerava Mises como o maior economista do século XX e desenvolveu muitas de suas ideias sobre anarcocapitalismo e ética da liberdade.
Henry Hazlitt foi um jornalista econômico de grandes jornais, como Wall Street Journal, Newsweek e New York Times. Também foi crítico literário e filósofo, mais conhecido por seu livro Economia numa Única Lição que dissemina princípios econômicos chave para o público leigo.
Hazlitt era um admirador de Mises e promoveu vigorosamente as ideias da Escola Austríaca através de sua escrita acessível. Ele defendeu a importância da liberdade econômica e criticou as políticas de intervenção governamental.
Em resumo, a influência de Ludwig von Mises na história é vasta e multifacetada, abrangendo economia, filosofia, política e cultura. Suas ideias continuam a inspirar e a desafiar, demonstrando a duradoura relevância de sua defesa da liberdade individual e do livre mercado.
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