O que é o relativismo moral?
Pensiero debole, em italiano, é pensamento fraco. Esta é a categoria do pensamento que se opõe ao que é forte, representado pela tradição filosófica clássica que reconhece o absoluto, busca o verdadeiro e distingue o falso.
O relativismo moral é a ausência de definições sobre valores objetivos e universais, é a negação de que existe uma verdade para todos. O certo e o errado tornam-se conceitos vagos que variam de pessoa para pessoa, de acordo com sua cultura e criação. Tudo se torna uma questão de ponto de vista e circunstância.
Ninguém está errado. A verdade depende do que cada um considera verdadeiro. O critério se torna subjetivo.
O que é verdade para um, pode não ser verdade para o outro. As pessoas fazem o que sentem que é certo. Assim, o relativismo moral não exige o mesmo padrão de comportamento das pessoas, mesmo que estejam em situações semelhantes.
O fim do bem, do belo e do verdadeiro
A tendência contemporânea vive o relativismo moral. As noções do que é bom, verdadeiro e belo foram desconstruídas.
Ser um relativista moral é pensar que os valores morais dependem do lugar, do tempo, da cultura e das sensibilidades individuais. Por outro lado, não existem valores morais e éticos absolutos, fundamentados no universal.
Os padrões comuns são negados.
Naturalmente, as pessoas têm divergências, o que não significa que não exista uma realidade objetiva. Sem uma experiência comum da realidade, não é possível conversar com o outro.
O relativismo moral é um obstáculo ao diálogo entre os divergentes?
Uma das consequências do relativismo moral é a de não trazer mais o diálogo. A verdadeira tendência que causa é o isolamento das pessoas, além de poder causar mais agressividade.
Quando se tenta mostrar que a percepção de uma pessoa está dissociada da realidade, ela se sente ofendida. Ela se sentirá forçada a um padrão.
Contudo, há espaço para a multiplicidade, mesmo dentro da ordem. Coisas distintas e completamente diferentes podem ser belas, o que não torna tudo belo.
A partir da experiência da realidade, podemos chegar a certezas. É possível ter conhecimento sobre acontecimentos objetivos, que os relativistas negam. O relativismo põe um fim ao juízo de objetividade sobre as coisas.
Alguns exemplos de relativismo moral são atuais e podem esclarecer melhor esta explicação.
A negação da realidade
Basta usar a razão para constatar que comer em excesso é ruim para a saúde. É evidente que o exagero é perigoso e todos podem senti-lo em si mesmos. Há excesso e a razão evidencia que é perigoso. Da mesma forma, não há exceção à regra de que a soma dos ângulos internos de um triângulo é de 180°.
Diante dos fatos da realidade, é possível investigá-los e chegar a conclusões objetivas. Ninguém gostaria de um médico relativista no tratamento de uma doença, por exemplo.
Mesmo em relação à diversidade de fatos repletos de valores diferentes, pode-se aferir se a coisa é verdadeira, se está inserida dentro de uma estrutura lógica. Ela segue o princípio de identidade e de não-contradição?
É possível aferir hábitos que melhoram ou pioram a vida. Se não fosse possível, a medicina, a nutrição, a psicologia e a fisioterapia, por exemplo, não teriam razão de existir. Afinal de contas, a saúde sendo relativa não admite um tratamento objetivo. Nem mesmo haverá uma melhora objetiva, pois as noções de melhor ou pior são abolidas no relativismo moral.
O relativismo é a negação de que a razão pode conhecer a realidade e afirmar algo com segurança.
O que se verifica é que a defesa deste pensamento está mais presente em questões menos relacionadas às coisas práticas da vida.
O debate típico sobre a música
Comparando músicas, é possível aferir obras que foram mais trabalhadas do que outras e que permitem uma experiência humana mais profunda.
É completamente possível divergir sobre a qualidade de diferentes composições. Incoerente é afirmar que todos os tipos de música são bons. Assim, a razão foi excluída do debate.
A diferença está entre tolerar uma opinião diferente e aceitar o erro de forma irrestrita, como se tivesse o mesmo status que a verdade.
O relativismo causa o indiferentismo nas pessoas, negando que haja uma verdade a ser descoberta.
Esta posição é contrária ao típico espírito de investigador científico, que busca a verdade, a certeza. Muitos cientistas se tornaram relativistas, distorcendo suas pesquisas em favor da conclusão a que queriam chegar.
Para aqueles que adotam esta posição, o que é conveniente tem prioridade sobre o que é verdadeiro.
Ética da conveniência
Estudando o que é o relativismo moral, rapidamente se percebe o tema da ética da conveniência. O pensamento é articulado não em tudo o que é verdadeiro e seguro, mas em conformidade com os fins desejados.
Isto está perfeitamente alinhado com a máxima de Lênin:
“Chame-os do que você é, acuse-os do que você faz”.
Gilbert Harman, um dos principais defensores do relativismo moral, comparou a moralidade aos fenômenos físicos. Como determinar o que está em repouso e o que está em movimento? Depende, isto é relativo ao ponto de vista.
Ele usou esta analogia para explicar como pensa a moral.
Segundo ele:
“Algo só pode ser certo ou bom ou justo apenas em relação a uma estrutura moral e errado ou mau ou injusto em relação a outra. Nada é simplesmente certo ou bom ou justo ou virtuoso”.
Para este autor, e tantos outros que concordam com ele, a explicação relativista é a única que pode oferecer uma explicação mais plausível para uma realidade moral tão complexa.
Pensam que, como não podem conhecer algo universal e seguro, resta-lhes medir todas as coisas de acordo com o que for mais conveniente, mais agradável para si mesmos. Mas não sem problemas.