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Demonologia: conheça a matéria que estuda os demônios e sua influência

Conheça a demonologia, a matéria que estuda os demônios, sua origem e influência em nosso mundo. Saiba mais.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
16/1/2025 19:58
Capa: ilustração de Gustave Doré sobre a Divina Comédia.

A Demonologia é o estudo sistemático dos demônios e de sua influência no mundo humano. De acordo com a tradição cristã, esses seres espirituais possuem uma natureza imaterial. A natureza em si é boa, a vontade é má e de tal forma determinada que estão condenados eternamente pela própria culpa.

O termo "demônio" tem origem na palavra grega daimon, seres intermediários entre deuses e homens. Na mitologia greco-romana, o termo não se referia a uma entidade maléfica necessariamente. No cristianismo, passou a designar os anjos caídos.

A Demonologia busca responder questões como:

  • O que é o demônio e qual sua origem?
  • Como ocorreu a queda dos anjos e qual foi o pecado envolvido?
  • De que forma a ação demoníaca se manifesta no mundo?

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é um demônio?

O sacerdote José Antonio Fortea, exorcista espanhol, define o demônio nos seguintes termos em seu livro Summa Daemoniaca:

“Um demônio é um ser espiritual de natureza angélica condenado eternamente”.  

Segundo o cristianismo, esses seres espirituais, desprovidos de matéria, são chamados de anjos. Eles foram criados por Deus antes dos homens.

Os demônios eram anjos?

Santo Agostinho de Hipona, em sua obra Cidade de Deus, apresenta a seguinte reflexão:

“Há anjos que desertaram da luz eterna e se tornaram trevas; mas, como dissemos, Deus desde as origens separou-os dos primeiros”.

Em 1215, os bispos se reuniram em Latrão e resumiram o ensinamento cristão sobre os diabos, afirmando no IV Concílio universal realizado na cidade:

“Com efeito, o Diabo e outros demônios foram criados bons em sua natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa”. 

Ao tratar da queda dos anjos, o Catecismo da Igreja Católica sintetiza as principais explicações dos pensadores cristãos sobre o tema:

“Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais, há uma voz sedutora que se opõe a Deus e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja veem este ser um anjo destronado, chamado satanás ou diabo. A igreja ensina que ele tinha anteriormente sido um anjo bom, criado por Deus”, parágrafo 391.

Esses anjos, na teologia de Agostinho e reforçada em Tomás de Aquino, foram provados por Deus antes de conhecerem Sua essência e fizeram uma escolha. Aqueles que se opuseram ao plano divino tornaram-se maus e foram condenados.

A queda dos anjos

“Houve então um combate no céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão, e o dragão combateu junto com os seus anjos. Ele, porém, foi derrotado, e eles perderam seu lugar no céu. Assim foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo e Satanás, que engana o mundo inteiro. Ele foi lançado à terra, e seus anjos foram lançados com ele” (Livro do Apocalipse, capítulo 12).

Houve no céu uma batalha entre os anjos que escolheram seguir os planos de Deus e aqueles que se recusaram a segui-Lo. Sobre essa queda, o Catecismo da Igreja Católica faz a seguinte colocação:

“A Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta ‘queda’ consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente, Deus e seu Reino".

Essa queda foi resultado de uma prova proposta por Deus aos Seus anjos, antes de revelar-lhes Sua essência. O Padre Fortea faz a seguinte colocação:

“Antes de contemplar a visão beatífica da essência divina, Deus os submeteu a uma prova. Nessa prova, alguns obedeceram, enquanto outros desobedeceram. Aqueles que desobedeceram de forma irreversível se transformaram em demônios. Eles mesmos se tornaram o que são. Ninguém os fez assim”.

Aqueles que desobedeceram cometeram um pecado irrevogável e sem perdão.

Oficina do Diabo, filme original da Brasil Paralelo, mostra a ação do demônio no dia a dia

A influência do demônio está presente de forma significativa na vida do personagem Pedro no novo filme da Brasil Paralelo.

Oficina do Diabo é um filme de drama que acompanha a empresa mais antiga do mundo: o inferno. O demônio Fausto, um dos principais colaboradores da empresa, subiu a Terra para ajudar Natan a devorar sua primeira alma, o protagonista Pedro.

Após tentar a vida como músico na cidade grande, Pedro falhou devido à luxúria, desorganização e outros vícios que tomaram conta do seu coração.

A volta a sua cidade no interior afetou seu ego, sua vida parece sem rumo. O demônio Natan regozijou-se com suas conquistas, mas suas tentações não estavam sendo suficientes para desvirtuá-lo completamente.

Decididos a perder Pedro, o experiente demônio Fausto veio diretamente do inferno para guiar Natan em sua missão.

A história traz dramas psicológicos, história do Brasil durante os anos 60 e muito mais. Confira o trailer:

Para assistir ao filme Oficina do Diabo, é necessário ser um membro assinante da Brasil Paralelo. Existe um plano que é mais barato do que todos os outros e te dá acesso ao filme que será lançado no dia 16 de janeiro de 2025. 

Ele custa menos de R$ 0,35 por dia e te dá acesso a todos os Originais BP, inclusive ao filme Oficina do Diabo. Para assinar, clique no link abaixo:

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Os anjos podem pecar?

Tomás de Aquino, na Suma Teológica, diz que embora os anjos possuam uma natureza superior à dos homens, eles podem pecar:

“Os anjos e as criaturas racionais, considerados na própria natureza, podem pecar. Se a alguma criatura é dado o não poder pecar, é devido ao dom da graça, não à condição da natureza. E a razão disso é que pecar nada mais é do que desviar-se o ato da retidão que deve ter, seja na ordem natural, artificial, ou moral” (Solução do artigo 1 da questão 63 da Suma Teológica).

Por serem criaturas incorpóreas, os anjos não estão inclinados aos pecados associados ao corpo, mas sim aos que são próprios do espírito. Sobre isso, o Doutor Angélico afirma:

“O pecado pode estar em alguém de duas maneiras: por culpabilidade e por afeição. Por culpabilidade, acontece que os demônios têm todos os pecados, porque ao induzir os homens a todos os pecados, incorrem na culpa de todos os pecados. - Mas, por afeição, só poderá haver nos anjos maus os pecados aos quais a natureza espiritual se afeiçoa. 

Acontece, porém, que a natureza espiritual não se afeiçoa aos bens próprios do corpo, mas só aos que podem ser encontrados nos espíritos, até porque nada se afeiçoa a não ser àquilo que de algum modo pode convir à sua natureza”. 

Nos demônios, encontram-se dois tipos de pecados por afeição, uma vez que sua natureza se inclina para aquilo que é espiritual. Esses pecados são:

  • A soberba:
“Nos bens espirituais só pode haver pecado em quem a eles se afeiçoa, se em tal afeição não se tem em conta a regra do superior. Nisso está o pecado de soberba: não se submeter ao superior naquilo que lhe é devido. Por isso, o primeiro pecado do anjo só pode ser de soberba”.
  • A inveja:
“Consequentemente, pôde também neles haver a inveja. Pelo mesmo motivo, a afeição tende para o que lhe apetece, e rejeita o oposto. Por isso, o invejoso se entristece com o bem do outro, enquanto pensa que esse bem é um obstáculo para o próprio. (...) Por isso, depois do pecado de soberba seguiu-se no anjo pecador o mal da inveja, pelo qual se entristece diante do bem do homem, e também diante da grandeza de Deus, enquanto Deus usa desse bem contra a vontade má do diabo para sua própria glória”.

O diabo desejou ser como Deus

São Tomás de Aquino afirma que “indubitavelmente pecou o anjo desejando ser igual a Deus". Esse desejo poderia se manifestar de duas formas: por “igualdade” ou por “semelhança”.

O demônio sabia, por conhecimento natural, que era impossível ser como Deus por igualdade, conforme afirma Santo Tomás de Aquino:

“Todavia, dado que fosse possível, isso seria contra o desejo natural. Há em todas as coisas o desejo natural da conservação do próprio ser, o qual não seria conservado se a natureza de uma coisa fosse mudada em outra. Por isso, nenhuma coisa que se encontra no grau natural inferior pode desejar ter a natureza de um grau superior”.

Todavia, desejou tornar-se como Deus por semelhança, buscando sua bem-aventurança em si mesmo:

“Desejou ser semelhante a Deus, porque desejou como fim último de sua bem-aventurança aquilo a que poderia chegar pelas próprias forças, desviando seu desejo da bem-aventurança sobrenatural, que é dada pela graça de Deus. Ou, se desejou como fim último, aquela semelhança com Deus que é dom da graça, quis possuí-la pela virtude de sua natureza, não por disposição do auxílio divino. 

Essa doutrina é concorde com a de Anselmo, quando afirma que o demônio desejou aquilo que teria alcançado se tivesse perseverado. Esses dois desejos redundam num só: porque por ambos se desejou a bem-aventurança final pela própria virtude, o que é próprio de Deus. 

Como o que é por si é princípio e causa do que existe por outro, daí resultou que desejou possuir certo domínio sobre os outros. E nisso também perversamente quis assemelhar-se a Deus”.

Ser igual a Deus foi também o que o demônio, na figura da serpente no paraíso terrestre, prometeu a Eva caso ela comesse do fruto proibido e o entregasse a Adão:

“A serpente, porém, respondeu a mulher: ‘ de modo algum morrereis. Pelo contrário, Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal’ (Gn. 3,4)”.

A ação demoníaca

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