O termo Messias desperta curiosidade há milênios. No judaísmo, o Messias é o líder ungido por Deus, descendente do rei Davi, destinado a restaurar a justiça, salvar o povo judeu e inaugurar a chamada Era Messiânica.
Entender a origem e o sentido dessa palavra revela muito sobre a fé, as profecias e a esperança do povo judeu.
Ao longo da história, a expectativa do Messias mudou e se expandiu. Textos como Isaías, Jeremias e Ezequiel, o Talmude e até o Livro de Enoque descrevem diferentes facetas do Messias.
Este texto vai guiá-lo por essas origens, mostrar como a ideia evoluiu e explicar por que Jesus Cristo foi aceito como Messias por muitos judeus da época. Continue lendo e descubra o que é o Messias, seu significado e história do termo judaico.
Na tradição judaica, Messias (mashiach) é um futuro rei descendente de Davi. Ele será ungido com óleo sagrado, salvará o povo judeu e governará durante a Era Messiânica.
Também é chamado de Rei Messias (em hebraico melekh mashiach e em aramaico malka meshiḥa). De forma mais ampla, o termo pode significar qualquer salvador que trará o fim dos tempos, a restauração de Israel e o estado ideal do mundo.
"Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; ele reinará como rei e agirá com sabedoria, praticará a justiça e a retidão na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome pelo qual será chamado: O Senhor é a nossa justiça."
Jeremias 23:5-6
Na tradição judaica após o Segundo Templo, surgiu a ideia de dois messias: um sofredor (Mashiach ben Yosef) e outro que cumpre o papel clássico de rei e redentor (Mashiach ben David). Normalmente, quando se fala apenas em “Messias”, trata-se do Messias, filho de Davi.
"Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e que sabia o que era padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas dores; contudo, nós o consideramos castigado, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado por nossas transgressões, moído por nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."
Isaías 53:3-5
A crença na vinda do Messias aparece com destaque no Talmude, livros que são a documentação da tradição oral dos judeus após Cristo.
O rabino Maimônides incluiu a crença no Messias na Mishné Torá como parte essencial da fé judaica. Ele escreveu que quem não acredita no Messias, ou não espera por sua chegada, nega não só os profetas, mas também a Torá e Moisés.
"Na futura era vindoura, virá o Messias, e o mundo será restaurado à sua antiga glória."
Talmude, Sanhedrin 98a
"Um dos fundamentos da fé é crer na vinda do Messias, e esperar por sua chegada todos os dias. Quem não acredita nele ou não espera por sua vinda, nega os profetas e a Torá."
Maimônides, Mishné Torá, Hilchot Melachim 11:1
Messianismo é o conjunto de ideias baseado na espera de um messias. Para a tradição ortodoxa, ele será descendente de Davi.
Sua missão será reunir os judeus em Israel, trazer paz, reconstruir o Terceiro Templo e restaurar o Sinédrio. Porém, entre os séculos I a.C. e I d.C., a palavra mashiach quase não aparece nos textos judaicos.
Começando pela escatologia, ou seja, o conjunto de crenças sobre o “fim dos tempos”. O que vai acontecer com o mundo e com a humanidade no futuro, segundo uma religião.
As bases da escatologia judaica estão nos profetas anteriores ao exílio, como Isaías e Jeremias, e também nos profetas do exílio, como Ezequiel e o Dêutero-Isaías. Esses livros trazem os principais elementos que formam a visão judaica sobre o fim dos tempos.
Eles anunciaram:
Esses pontos formam a visão de “fim dos tempos” no judaísmo antigo.
A escatologia judaica (essa lista de crenças sobre o fim dos tempos) é o contexto histórico e religioso em que nasceu a ideia do Messias.
Nos primeiros profetas (Isaías, Jeremias, Ezequiel), a expectativa era que Deus restaurasse Israel: trazer o povo de volta do exílio, reconstruir o Templo, restaurar a dinastia de Davi.
Dentro dessa esperança, surge a figura de um rei descendente de Davi que seria ungido (em hebraico mashiach = “ungido”).
Esse rei seria o Messias, e ele faria parte de todo esse plano de redenção: governaria Israel, traria justiça e paz, e inauguraria uma nova era.
No início do Segundo Templo (516 a.C. a 70 d.C.), os judeus tinham esperança em um futuro melhor. Nesse período, o rei persa Ciro, o Grande, foi chamado de messias no livro de Isaías, porque permitiu que os judeus voltassem do exílio na Babilônia.
No período final do Segundo Templo, surgiram várias ideias messiânicas. Algumas esperavam mudanças políticas na terra, outras, um fim apocalíptico com ressurreição dos mortos e o Reino de Deus no mundo.
O Messias poderia ser visto como um rei terreno, “Filho de Davi”, ou como uma figura celestial, “Filho do Homem”.
Com o tempo, o messianismo ficou cada vez mais ligado à escatologia e passou a se concentrar na figura de um salvador individual.
O Messias deixou de ser apenas um sinal de nova era: ele mesmo seria o responsável por realizá-la, tornando-se o salvador e redentor esperado. Essas ideias vieram tanto de novas leituras das escrituras quanto de visões e revelações.
Segundo o estudioso Larry Hurtado, a devoção a Jesus de Paulo e dos primeiros cristãos não foi um rompimento com o judaísmo, mas sim uma forma particular dentro das várias esperanças messiânicas judaicas.
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Para os cristãos, Jesus é o Messias prometido, enviado por Deus para salvar a humanidade. A fé cristã entende que, através de sua vida, morte e ressurreição, Jesus abriu as portas do Reino de Deus.
Os primeiros seguidores de Jesus reconheceram nele o cumprimento das profecias do Messias sofredor, especialmente em Isaías 53. Muitos judeus aderiram a Cristo como Messias desde sua pregação. Eles interpretaram sua crucificação como um sacrifício pelos pecados da humanidade. Sua ressurreição é vista como a prova de que ele é o Messias e o Salvador.
Enquanto o judaísmo esperava um Messias político e restaurador imediato de Israel, Cristo afirmou ser um Messias espiritual, cujo reino é invisível e eterno, e no futuro reformará a Terra.
Ele traz redenção e salvação pessoal e sua volta futura completará a promessa da paz e justiça universal.
Na história do cristianismo, os Apóstolos e muitos judeus reconheceram em Cristo a realização das profecias:
O Messias como filho de Deus, gerado, não criado:
"Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão".
“Eu, o Senhor, te chamei em justiça; tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.”
Aqui, o Servo do Senhor é descrito como “luz para os gentios”, antecipando que a missão messiânica teria alcance universal.
“Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.”
O Messias não viria apenas para Israel, mas para toda a humanidade.
“E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu.”
Mostra a atração escatológica das nações ao Messias.
“Nos últimos dias acontecerá que o monte da casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes... e concorrerão a ele os povos. Irão muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor...”.
As “muitas nações” indo ao Senhor é uma visão messiânica e universalista.
“Assim, virão muitos povos e poderosas nações, buscarem em Jerusalém ao Senhor dos Exércitos, e suplicarem o favor do Senhor.”
Mostra um futuro em que povos estrangeiros se unem ao povo de Deus.
“Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.”
O Messias é adorado não só em Israel, mas em todas as nações.
“Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação. Louvem-te a ti os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos.”
A salvação é celebrada como bênção universal.
“Mas desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; em todo lugar se oferecerá incenso ao meu nome e uma oferta pura...”
A adoração verdadeira se espalharia por todos os povos.
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