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História
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O que significa Messias? Aprenda a história do termo judaico e o que ele quer dizer

Entenda o Messias segundo o judaísmo: sua origem, papel esperado, profecias.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
26/8/2025 8:31
Representação do rei Davi, de quem viria o Messias.

O termo Messias desperta curiosidade há milênios. No judaísmo, o Messias é o líder ungido por Deus, descendente do rei Davi, destinado a restaurar a justiça, salvar o povo judeu e inaugurar a chamada Era Messiânica

Entender a origem e o sentido dessa palavra revela muito sobre a fé, as profecias e a esperança do povo judeu.

Ao longo da história, a expectativa do Messias mudou e se expandiu. Textos como Isaías, Jeremias e Ezequiel, o Talmude e até o Livro de Enoque descrevem diferentes facetas do Messias. 

Este texto vai guiá-lo por essas origens, mostrar como a ideia evoluiu e explicar por que Jesus Cristo foi aceito como Messias por muitos judeus da época. Continue lendo e descubra o que é o Messias, seu significado e história do termo judaico.

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O que você vai encontrar neste artigo?

O que é o Messias?

Na tradição judaica, Messias (mashiach) é um futuro rei descendente de Davi. Ele será ungido com óleo sagrado, salvará o povo judeu e governará durante a Era Messiânica. 

Também é chamado de Rei Messias (em hebraico melekh mashiach e em aramaico malka meshiḥa). De forma mais ampla, o termo pode significar qualquer salvador que trará o fim dos tempos, a restauração de Israel e o estado ideal do mundo.

"Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; ele reinará como rei e agirá com sabedoria, praticará a justiça e a retidão na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome pelo qual será chamado: O Senhor é a nossa justiça."

Jeremias 23:5-6

Na tradição judaica após o Segundo Templo, surgiu a ideia de dois messias: um sofredor (Mashiach ben Yosef) e outro que cumpre o papel clássico de rei e redentor (Mashiach ben David). Normalmente, quando se fala apenas em “Messias”, trata-se do Messias, filho de Davi.

"Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e que sabia o que era padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas dores; contudo, nós o consideramos castigado, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado por nossas transgressões, moído por nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."

Isaías 53:3-5

Messias no judaísmo moderno

A crença na vinda do Messias aparece com destaque no Talmude, livros que são a documentação da tradição oral dos judeus após Cristo

O rabino Maimônides incluiu a crença no Messias na Mishné Torá como parte essencial da fé judaica. Ele escreveu que quem não acredita no Messias, ou não espera por sua chegada, nega não só os profetas, mas também a Torá e Moisés.

"Na futura era vindoura, virá o Messias, e o mundo será restaurado à sua antiga glória."

Talmude, Sanhedrin 98a

"Um dos fundamentos da fé é crer na vinda do Messias, e esperar por sua chegada todos os dias. Quem não acredita nele ou não espera por sua vinda, nega os profetas e a Torá."

Maimônides, Mishné Torá, Hilchot Melachim 11:1

Messianismo é o conjunto de ideias baseado na espera de um messias. Para a tradição ortodoxa, ele será descendente de Davi. 

Sua missão será reunir os judeus em Israel, trazer paz, reconstruir o Terceiro Templo e restaurar o Sinédrio. Porém, entre os séculos I a.C. e I d.C., a palavra mashiach quase não aparece nos textos judaicos.

Origem e história do termo “Messias”

Começando pela escatologia, ou seja, o conjunto de crenças sobre o “fim dos tempos”. O que vai acontecer com o mundo e com a humanidade no futuro, segundo uma religião.

As bases da escatologia judaica estão nos profetas anteriores ao exílio, como Isaías e Jeremias, e também nos profetas do exílio, como Ezequiel e o Dêutero-Isaías. Esses livros trazem os principais elementos que formam a visão judaica sobre o fim dos tempos.

Eles anunciaram:

  • O mundo como é conhecido hoje vai chegar a um fim, passando por uma grande transformação.
  • Deus vai libertar os judeus do exílio na Babilônia, como se fosse um novo Êxodo (lembrando a saída do Egito).
  • Deus vai levar os judeus de volta para a Terra de Israel.
  • A dinastia de Davi será restaurada e o Templo de Jerusalém reconstruído.
  • Vai surgir um rei da linhagem de Davi (o Messias), que governará Israel e trará uma era de justiça e paz.
  • Todas as nações reconhecerão o Deus de Israel como o único verdadeiro.
  • Os mortos serão ressuscitados.
  • Deus fará um novo céu e uma nova terra.

Esses pontos formam a visão de “fim dos tempos” no judaísmo antigo.

A escatologia judaica (essa lista de crenças sobre o fim dos tempos) é o contexto histórico e religioso em que nasceu a ideia do Messias.

Nos primeiros profetas (Isaías, Jeremias, Ezequiel), a expectativa era que Deus restaurasse Israel: trazer o povo de volta do exílio, reconstruir o Templo, restaurar a dinastia de Davi.

Dentro dessa esperança, surge a figura de um rei descendente de Davi que seria ungido (em hebraico mashiach = “ungido”).

Esse rei seria o Messias, e ele faria parte de todo esse plano de redenção: governaria Israel, traria justiça e paz, e inauguraria uma nova era.

No início do Segundo Templo (516 a.C. a 70 d.C.), os judeus tinham esperança em um futuro melhor. Nesse período, o rei persa Ciro, o Grande, foi chamado de messias no livro de Isaías, porque permitiu que os judeus voltassem do exílio na Babilônia.

No período final do Segundo Templo, surgiram várias ideias messiânicas. Algumas esperavam mudanças políticas na terra, outras, um fim apocalíptico com ressurreição dos mortos e o Reino de Deus no mundo. 

O Messias poderia ser visto como um rei terreno, “Filho de Davi”, ou como uma figura celestial, “Filho do Homem”.

Com o tempo, o messianismo ficou cada vez mais ligado à escatologia e passou a se concentrar na figura de um salvador individual

O Messias deixou de ser apenas um sinal de nova era: ele mesmo seria o responsável por realizá-la, tornando-se o salvador e redentor esperado. Essas ideias vieram tanto de novas leituras das escrituras quanto de visões e revelações.

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