O pontificado de São João Paulo II (1978-2005) foi marcado por uma firme defesa da ortodoxia católica, especialmente contra influências ideológicas que, em sua visão, distorciam o Evangelho.
No Brasil, essa postura se manifestou em penas contra teólogos liberais e promoção a prelados defensores da fé.
Segundo reportagem de Frederico Vasconcelos na Folha de S.Paulo, publicada em 10 de abril de 2005, essas medidas não foram isoladas, mas parte de uma estratégia da Cúria Romana para manter a unidade da Igreja.
Conheça as principais atuações do pontificado de João Paulo II contra as ideologias que tentavam se infiltrar na igreja do Brasil.
Para conhecer profundamente a atuação e importância do Papa, no dia 14 de agosto estreia o "Especial João Paulo II", marcando o lançamento do documentário biográfico "O Papa que Venceu o Comunismo", produzido pela Brasil Paralelo.
Nascido em 1938 em Concórdia, Santa Catarina, Leonardo Boff cresceu em uma família humilde e ingressou na Ordem Franciscana aos 21 anos. Ordenado padre em 1964, ele se tornou um dos pioneiros da Teologia da Libertação no Brasil.
Uma de suas principais influências era a Conferência de Medellín de 1968. Para eles, a Igreja deveria priorizar a "opção preferencial pelos pobres". Segundo Moral Majorities across the Americas, a conferência usava termos marxistas e dava direcionamentos que poderiam ser interpretados como afirmação do movimento revolucionário.
Boff passou a defender perspectivas socialistas abertamente, escrevendo sobre:
A incorporação de conceitos como luta de classes em suas análises teológicas causou escândalo entre a hierarquia da Igreja.
O livro Igreja: Carisma e Poder (1981), que critica a hierarquia eclesial como opressora, foi o ponto central para que ele fosse punido.
João Paulo II, eleito Papa em 1978, trouxe para o Vaticano uma perspectiva moldada pela experiência de resistir ao comunismo na Polônia.
Para ele, o marxismo não era apenas uma ferramenta analítica, mas uma ideologia "que perverte o cristianismo", como afirmou o documento Libertatis Nuntius (1984), publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé sob a liderança do cardeal Joseph Ratzinger.
O papa via na Teologia da Libertação, especialmente em sua vertente marxista, uma distorção perigosa que substituía a salvação em Cristo por uma utopia política.
Em 1984, a Congregação para a Doutrina da Fé convocou Boff a Roma para esclarecimentos sobre Igreja: Carisma e Poder.
O teólogo brasileiro enfrentou um interrogatório conduzido por Ratzinger, que questionou sua visão da Igreja como "instituição opressora" e sua relativização da autoridade papal.
Boff defendeu-se, argumentando que sua teologia era fiel ao espírito de Medellín e ao Evangelho, mas a Igreja manteve o que ensina ser a doutrina de Cristo:
Em maio de 1985, a Congregação emitiu uma notificação formal, acusando o livro de promover ideias "incompatíveis com a fé católica" e de desrespeitar a estrutura hierárquica da Igreja.
Como punição, Boff foi condenado a um ano de "silêncio obsequioso" – uma pena canônica que o proibia de publicar, ensinar ou falar publicamente sobre teologia.
Boff acatou o silêncio, mas a tensão continuou. Em 1991, após nova advertência por suas publicações, ele foi novamente convocado a Roma.
Desta vez, o cardeal Sebastiano Baggio sugeriu que ele se retirasse para conventos nas Filipinas ou na Coréia, onde deveria manter o silêncio.
Sentindo-se encurralado, Boff tomou uma decisão radical: em 1992, renunciou à ordem franciscana e ao sacerdócio, alegando que a "estrutura autoritária" da Igreja era incompatível com sua visão de fé.
Boff passou a militar por causas ambientalistas e em prol das ações do Partido dos Trabalhadores.
Pedro Casaldáliga, nascido em 1928 na Catalunha, Espanha, chegou ao Brasil em 1968 como missionário claretiano. Naturalizado brasileiro, ele se instalou em São Félix do Araguaia, Mato Grosso, uma região de conflitos agrários e violência contra indígenas e camponeses.
Ordenado bispo em 1971, Casaldáliga se tornou um ícone do progressismo católico, vivendo entre os pobres e defendendo reformas sociais radicais.
Sua defesa explícita do marxismo veio através de sua adesão à Teologia da Libertação, onde ele via o socialismo "tingido de comunismo" como uma forma de justiça evangélica.
Em poemas e declarações, ele criticava o capitalismo como opressor e defendia a luta dos oprimidos, influenciado por análises marxistas de classe e imperialismo.
Ele apoiava comunidades eclesiais de base (CEBs) como espaços de resistência política, alinhando-se a um progressismo que mesclava fé com ativismo social, mostra o livro Moral Majorities across the Americas.
João Paulo II, preocupado com o que via como politização da Igreja, agiu nos anos 1980. Segundo o próprio Pedro relatou em entrevista à Folha de São Paulo, ele foi convocado ao Vaticano em um interrogatório para esclarecer suas posições e receber correções.
Após longas inquisições por parte do cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, e mais dois cardeais, ele foi recebido por João Paulo II em uma audiência de 15 minutos. O Papa reconheceu os problemas sociais no Brasil e pediu ao Bispo para focar na unidade da Igreja.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, Casaldáliga foi punido com o silêncio obsequioso, devido a:
Pedro continuou sua militância comunista, chegando a escrever a carta Declaração de amor à Revolução Total de Cuba.
Em 2004, o anúncio apostólico sugeriu que ele deixasse sua diocese para evitar constrangimentos ao novo bispo.
Ivone Gebara, nascida em 1944 em São Paulo, entrou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora aos 22 anos.
Com doutorado em filosofia e teologia, ela se estabeleceu no Nordeste brasileiro, trabalhando com mulheres pobres e desenvolvendo uma teologia feminista integrada à Teologia da Libertação.
Sua defesa explícita do marxismo e progressismo ocorreu por meio da vertente chamada ecofeminismo, que critica o patriarcado e o capitalismo como sistemas opressores, incorporando análises marxistas de dominação de classe e gênero em seus textos acadêmicos e falas públicas.
Gebara defende uma teologia transformadora que questiona dogmas morais, como a proibição absoluta do aborto, e promove a libertação das mulheres como parte de uma luta social mais ampla, narra o texto A History of Resistance: Ivone Gebara's Transformative Feminist Liberation Theology.
As ideias de Gebara foram acusadas de serem contrários à doutrina católica e às Sagradas Escrituras. Em 1995, após defender a descriminalização do aborto em casos extremos, ela recebeu uma punição. A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada impôs-lhe dois anos de "silêncio obsequioso". Também foi exilada para "reflexão" na Europa.
Essa punição a isolou de seu trabalho no Brasil, mas Gebara retornou em 1997, continuando como teóloga leiga após deixar a ordem em 2001. Formalmente, Genebra foi afastada da Igreja e não mais a representava.
Desde sua juventude na Polônia, ocupada pelos nazistas e comunistas, João Paulo II enfrentou perdas pessoais e perseguições, até se tornar o líder espiritual que abalou os alicerces do comunismo sem usar armas, mas com a força da evangelização, da cultura e do exemplo.
Devido a sua importância histórica e exemplo pessoal, a Brasil Paralelo produziu um documentário inédito sobre sua vida.
Com imagens raras, entrevistas internacionais e uma produção inédita filmada na Polônia e em outros países, a produção revela a luta espiritual de João Paulo II contra ideologias opressoras, mostrando como ele reacendeu a esperança e restaurou a dignidade humana em tempos de medo.
Entrevistamos personalidades que trouxeram depoimentos exclusivos sobre João Paulo II e sua história, como:
São duas horas de conteúdo profundo que exploram não apenas os fatos, mas as ideias e convicções de um dos maiores líderes da história.
Para conhecer profundamente a atuação e importância do papa, no dia 14 de agosto estreia o "Especial João Paulo II", marcando o lançamento do documentário biográfico "O Papa que Venceu o Comunismo", produzido pela Brasil Paralelo.
O documentário é exclusivo para assinantes.
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