Na década de 20, um pintor frustrado começou a fazer discursos inflamados nas cervejarias de Munique. Em pouco tempo, o que era visto como piada passou a juntar mais pessoas e cada vez mais seus discursos foram sendo levados a sério. Após alguns anos, Hitler formou um dos regimes mais totalitários e sangrentos que a história já conheceu.
Hoje, as características do nazismo estão generalizadas em vários discursos e seu significado real ficou distante.
O nazismo foi um movimento totalitário e eugenista implementado na Alemanha. Adolf Hitler, líder do movimento que surgiu em 1920, comandou o país de 1933 a 1945. Foram 12 anos no poder.
Ele mesmo alterou o nome do seu partido, Partido Alemão dos Trabalhadores, para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães — o termo nazi deriva das duas primeiras sílabas de Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei.
O movimento nazista é uma vertente do fascismo da Alemanha. No século XX, após a Primeira Guerra Mundial, os países perdedores aderiram a uma retórica estatista e nacionalista, especialmente a Alemanha.
As principais características do nazismo estão contidas no livro Mein Kampf (Minha Luta), de Hitler. Elas são:
Cada uma dessas características do nazismo será explicada abaixo.
Hitler defendia um Estado com poderes ilimitados. O próprio nome do seu partido deixa isso claro: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
O socialismo é uma doutrina política de esquerda que defende um governo muito poderoso.
Essa doutrina entende que o Estado representa a vontade da população, de maneira que as ações do governo sempre representam o bem comum.
O famoso livro de Hitler, Mein Kampf (Minha Luta), detalha seu modo de pensar.
Em seu livro, Hitler demonstra aderir ao pensamento socialista.
Segundo Lucas Ferrugem, em seu curso Ideologias Políticas: As Diferentes Correntes, no Núcleo de Formação da Brasil Paralelo:
“Conforme consta no “Mein Kampf”, internamente, dentro de seu próprio país, Hitler lutou contra os judeus porque estes haviam se apropriado dos meios de produção, exploravam os alemães e eram donos dos bancos.
Hitler estava brigando, e essa é a base de seu antissemitismo, contra os donos dos meios de produção.
Sua perspectiva era de que os judeus haviam adentrado seu território, a Alemanha, e pegado toda essa produção, formando uma elite que suprimiu a raça alemã.
A invasão na vida privada realizada pelo Estado nazista e fascista também os posiciona como medidas revolucionárias”.
O Partido Nacional Socialista de Hitler dominava todos os âmbitos da sociedade.
Essa característica do nazismo é percebida pelo controle das escolas, da economia, da saúde, tudo era controlado pelo Estado.
"A educação do povo alemão será colocada nas minhas mãos", escreveu Goebbels, segundo a Enciclopédia do Holocausto dos EUA .
Com o domínio das escolas e da economia, o governo de Hitler conseguiu manipular a sociedade alemã em seu favor.
O governo nazista não permitia a circulação de opiniões que o Estado não aprovasse.
O Ministério da Propaganda Nazista, dirigido pelo Dr. Joseph Goebbels, assumiu o controle de todos os meios de comunicação alemães: jornais, revistas, livros, exposições artísticas, músicas, filmes, rádio, reuniões públicas e comícios.
Segundo o site Enciclopédia do Holocausto:
“Durante a primavera de 1933, organizações estudantis, professores e bibliotecários nazistas elaboraram longas listas de livros que eles acreditavam serem impróprios para os alemães.
Tendo isso em mãos, na noite de 10 de maio de 1933, por toda a Alemanha, os nazistas invadiram bibliotecas e livrarias e levaram para as ruas os livros censurados.
Mais 25.000 livros foram queimados”.
Uma das características mais marcantes do que foi o nazismo é a eugenia.
A doutrina de Hitler defendia que as pessoas com problemas de saúde fossem descartadas.
Os nazistas acreditavam que essas pessoas seriam prejudiciais ao Estado e à nação.
Eles acreditavam que os fundadores da nação alemã, supostamente o povo de etnia ariana, era superior às demais etnias.
Deficientes físicos e deficientes mentais eram segregados. Não arianos também.
Foi a partir do início da Segunda Guerra Mundial que os nazistas começaram a assassinar a população considerada inferior.
A motivação principal para a política de eugenia nazista pode ser vista como o seu nacionalismo.
Após a Primeira Guerra Mundial a Alemanha foi destruída.
A destruição e os rígidos tratados internacionais levaram a população a um forte sentimento de ódio aos estrangeiros.
Discursos de ordem atraíam a população que vivia um grande caos econômico e social.
As nações europeias já possuíam um forte sentimento nacionalista após o Romantismo.
O movimento cultural do século XIX trouxe a ideia de valorização ardente das tradições nacionais.
O termo nacionalismo surge pela primeira vez na história durante a Revolução Francesa para desqualificar a turba revolucionária.
O Abade Augustin Barruel utiliza dele do seguinte modo em seu livro Memórias da História do Jacobinismo:
“O nacionalismo ocupou o lugar do amor geral (…) Autorizou-se então a desprezar os estrangeiros, enganá-los e ofendê-los”.
Para ele, o nacionalismo era o oposto do patriotismo, pois associava-se a um amor cego do Estado e ao ódio contra os estrangeiros, tudo em nome do povo e da vontade geral.
A palavra nacionalismo surgiu, portanto, de maneira pejorativa.
Patriotismo remete à herança cultural e aos símbolos de uma nação, enquanto nacionalismo remete à ideia de país e sua organização política.
Ou seja, o nacionalismo envolve um certo grau de patriotismo, mas é algo ligado ao compromisso com um projeto político.
Já o patriotismo autêntico transcende interesses políticos e partidários imediatos, e envolve o amor autêntico por toda a bagagem cultural de uma nação.
A quantidade de símbolos do nazismo demonstra o apelo nacionalista do movimento. A suástica, a águia, as bandeiras vermelhas, os membros fardados, todos estes emblemas não representam a bagagem cultural da nação alemã, mas os símbolos de uma ideologia nacionalista.
Os nazistas desenvolveram tanto o nacionalismo que passaram a considerar justificável a invasão de países vizinhos.
Uma das principais motivações deste nacionalismo era a ideia socialista de que os judeus e não arianos eram burgueses opressores do povo da Alemanha.
Em uma entrevista dada em 1931 a Richard Breiting, Adolf Hitler disse:
“O bem da comunidade tem prioridade sobre o bem do indivíduo. Mas, se o Estado mantiver o controle, todo proprietário deve se sentir como um agente do Estado; é dever dele não fazer uso equivocado de suas posses em detrimento do Estado ou dos interesses de seus concidadãos. Esse é o ponto. O Terceiro Reich não protegerá o direito à propriedade privada”.
Hitler afirmava publicamente ser contrário ao livre mercado.
Suas políticas econômicas comprovaram sua opinião.
Durante o governo nazista, as empresas deveriam dar detalhes da sua produção, bem como produzir o que o Estado ordenasse.
Empresas alemãs famosas até os dias de hoje eram controladas por agentes nazistas.
Algumas delas são: Volkswagen (que criou o fusca a pedido de Hitler), Hugo Boss e BMW.
O regime nazista chegou a fornecer escravos para a empresa Hugo Boss, que criou os uniformes militares nazistas.
Quando se estuda o que foi o nazismo, raramente é dito que Hitler possuía um intenso interesse por esoterismo.
Um dos seus principais mentores, Dietrich Eckart, era membro da sociedade secreta ocultista Thule.
Ele foi responsável por apresentar Hitler às elites alemãs.
A inteligência alemã possuía missões responsáveis por procurar itens mágicos para benefício do Estado alemão.
Os membros da SS (Schutzstaffel) deveriam renunciar a sua fé cristã e deveriam participar de rituais esotéricos pagãos organizados pela própria equipe.
Isso está documentado no livro Yenne, Bill (2010). Hitler's Master of the Dark Arts: Himmler's Black Knights and the Occult Origins of the SS. Minneapolis: Zenith.
O desenvolvimento do imaginário pagão por parte dos nazistas era necessário para a manutenção do próprio sistema.
Se a fé Cristã se mantivesse na Europa, o sistema nacionalista, que defendia a valorização exclusiva do próprio país e ódio aos países vizinhos, não funcionaria.
Por isso os Papas condenaram o fascismo italiano e alemão, através das Encíclicas Non Abbiamo Bisogno e Mit Brennender Sorge.
Hitler assassinou aproximadamente 3.000 Padres nos campos de concentração.
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