Biografia de John D. Rockefeller
John Davison Rockefeller nasceu no dia 8 de junho de 1839, na pequena cidade de Richford, em Nova York.
Veio de uma família humilde com forte teor religioso por parte de sua mãe, uma batista devota. Seu pai era madeireiro e sua mãe dona de casa.
Sua família tinha o costume de mudar bastante de casa, fazendo com que John conhecesse diversas realidades dos EUA.
Depois de sair do colégio, decidiu fazer um curso básico de contabilidade no Folsom Mercantile College.
Logo após sua graduação, John começou a trabalhar como auxiliar em uma firma de produtos agrícolas. A veia empreendedora de John ganhou destaque já no início de sua vida adulta: ele não permaneceu como funcionário, logo aos 20 anos abriu seu primeiro negócio no ramo agrícola.
Sua empresa realizava compra e venda de grãos, carne e outros produtos.
John decidiu ir além do ramo agrícola. Em 1864, ele investiu no ramo do combustível fóssil em parceria com o químico Maurice B. Clark. O ramo petrolífero era uma promessa da época em que a Revolução Industrial estava se consolidando.
De início, a empresa de Rockefeller crescia em um ritmo baixo, até meados de 1860. A situação mudou a partir dos investimentos nas refinarias da região de Titusville, no estado da Pennsylvania, onde uma jazida de petróleo foi descoberta.
John passou a investir grande parte de seus recursos para conquistar a região, conseguindo o controle da maior parte das refinarias da região.
Segundo o escritor Ron Chernow, em Titan: The Life of John D. Rockefeller, esse investimento fez que John rapidamente saísse da posição de mais um empresário do ramo para ser o principal nome da indústria petrolífera dos EUA.
Em 1868, a Clark & Rockefeller se tornou a maior refinaria do planeta. Em 10 de janeiro de 1870, juntamente com Henry Fladger, fundou a Standard Oil Company, a maior refinaria de petróleo da época.
Para se manter no topo, Rockefeller criou estratégias para acabar com a concorrência.
Táticas para acabar com a concorrência
Uma tática usada por Rockefeller à frente da Standard Oil Company foi cobrar preços baixos pelo petróleo, até mesmo inferior ao custo de produção.
Essa tática fazia Rockefeller vencer a concorrência, levando as empresas concorrentes a perder espaço no mercado. Com a falência das refinarias menores, Rockefeller as comprava por preços mais baixos que o normal, expandindo a Standard Oil.
O autor do livro Os Magnatas, Charles R. Morris, destaca a astúcia administrativa de John D. Rockefeller:
“Rockefeller talvez tenha sido o maior visionário e o administrador supremo: ele assumiu o controle dos mercados de petróleo mundiais com enorme rapidez e facilidade - antes mesmo que a maioria das pessoas percebesse, e mesmo enquanto dava ao mundo sua primeira lição sobre o poder da distribuição em larga escala.
Uma hoste de outras empresas seguiu sua liderança; uma década depois de Rockefeller vender seu querosene pela primeira vez ao Extremo Oriente, os frigoríficos americanos tinham centros de distribuição na China e no Japão”.
Combate ao monopólio e aposentadoria
Quando John Rockefeller aposentou-se, em 1897, o grupo já havia expandido sua área de atuação e já estava inserido no mercado de metal e pretendia tornar-se a única responsável pela distribuição de petróleo no mundo.
A forma de John Rockefeller atuar à frente da Standard Oil Company fez com que o governo dos Estados Unidos revisasse a lei contra a formação de cartéis no país.
Em 1911, a Standard Oil Company precisou mudar a sua estrutura e se separar em empresas menores para não ser enquadrada na lei antitruste.
Após anos de dedicação a seu império e a inserção de sua família em seus negócios, John Rockefeller faleceu aos 98 anos, no dia 23 de maio de 1937. Nessa época, ele era dono de uma fortuna estimada em 1,4 bilhão de dólares, o que representava 1,8% do PIB americano.
Atualizado para valores atuais, sua fortuna seria de 330 bilhões de dólares, o que o deixaria entre os homens mais ricos da história.
Os descendentes de John D. Rockefeller e as pautas contrárias as tradições do Ocidente
Além de John Rockefeller, outros integrantes da família também se destacaram em áreas diversas da economia.
John D. Rockefeller Jr., filho de John Rockefeller, se concentrou na filantropia, incluindo a reforma do Palácio de Versalhes e a criação do Rockefeller Center, um dos cartões postais da cidade de Nova York.
Os netos da família Rockefeller expandiram os negócios para pautas ambientalistas, artes e o mercado financeiro.
David Rockefeller teve participação ativa no crescimento do Chase Manhattan Bank, conhecido como o Banco dos Rockefeller, tornando-se um de seus principais acionistas.
Sob sua liderança, o banco internacionalizou as suas atividades, tornando-se o primeiro banco norte-americano global.
O pensamento contrário a tradição ocidental
Todo esse poder financeiro adquirido pela Família Rockefeller acabou sendo usado para outros objetivos, além de apenas gerar mais fortuna e fazer trabalhos filantrópicos legítimos.
Padre Paulo Ricardo aponta que a aproximação dos Rockefeller com o sociólogo Kinsley Davis fez a família magnata passar a investir em pautas sociais controversas.
Davis defendia que, para manter a paz no mundo, os governos e grandes organizações devem investir na redução da população mundial.
Essa crença levou os Rockefeller a entrarem em confronto com muitos dos principais valores da cultura ocidental, como a diferença da natureza do homem e da mulher e da pureza sexual em prol da religião e da formação de uma família.
Com a fundação do Conselho Populacional, fundado por John Rockefeller III, a família passou a investir na entrada da mulher no mercado de trabalho e métodos contraceptivos, inovações para a época.
Kinsley Davis quis ir além: no artigo intitulado Population Policy: Will Current Programs Succeed? (Política Populacional: os Programas Atuais Terão Sucesso?), publicado na revista Science, David afirmou que não é possível reduzir a população simplesmente implantando DIUs nas mulheres.
Para David, um controle efetivo da demografia necessita de uma mudança na sociedade, alterando seus usos, costumes e leis. Mais do que distribuir meios de contracepção para as mulheres, é preciso alterar o tecido social e a família, a fim de que elas não queiram mais ter filhos.
Uma forma de atingir esses objetivos seria o desmantelamento de muitas das principais crenças e instituições da cultura ocidental. No estudo A Sociedade Humana, de 1949, Kingsley Davis escreveu:
"[A sociedade] é regulada por usos, costumes e leis; os usos solidificados tornam-se costumes; estes, por sua vez, consolidados, viram leis; e todo esse mecanismo cria um sistema de recompensas e punições, que se condensa em instituições. Para mudar a sociedade, é preciso desmontar essas instituições”.
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A face oculta da Família Rockefeller
O poder financeiro da Família Rockefeller começou a ser usado em outras frentes que não mais apenas a empresarial.
Em 1918, uma entidade de médicos inaugurou a Sociedade Eugênica de São Paulo, na defesa do embranquecimento do país.
O lema da sociedade era “sanear é eugenizar”. O estudo Eugenia e Fundação Rockefeller no Brasil: a saúde como proposta de regeneração nacional afirma que a Rockefeller estava investindo no projeto de eugenia.
O objetivo da Sociedade Eugênica era defender uma suposta melhora genética da sociedade, excluindo aqueles que eram considerados indesejáveis para o progresso do país.
O grupo de pessoas consideradas indesejáveis incluía negros, pobres e deficientes.