Economia
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O que é Capitalismo Financeiro?

O capitalismo financeiro é uma fase do capitalismo onde os investimentos em ações e especulações financeiras influenciam significativamente a economia dia a dia.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
17/1/2024 13:29
Foto da Capa: REUTERS/Amanda Perobelli

O capitalismo financeiro é uma fase do capitalismo onde os investimentos em ações e especulações financeiras influenciam significativamente a economia do dia a dia, segundo se depreende das obras do economista Barry Eichengreen.

Nesta fase do capitalismo, um novo mundo se abre: empresas podem arrecadar mais recursos e pessoas comuns podem receber mais dinheiro com investimentos monetários.

Entenda as origens do capitalismo financeiro, seu funcionamento e sua influência na sociedade.

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Principais Pontos

Conforme as análises de economistas como Anwar Shaikh e David Harvey, é possível dizer que os principais pontos do capitalismo financeiro são:

  • Definição: o capitalismo financeiro é a dominação do capital monetário sobre a economia produtiva.
  • Características: mercado de ações; aumento da produtividade e dos recursos financeiros; especulação financeira; fusão do capital bancário e industrial e internacionalização da economia.
  • Impactos: aumento dos recursos das empresas; possibilidade de ganhar renda passiva por parte de investidores com poucos recursos; aumento da possibilidade da influência de interesses privados na sociedade, política e economia.

Origens do Capitalismo Financeiro - História e Desenvolvimento

As fases do capitalismo foram convencionalmente resumidas em 3 momentos, que são: 

  1. capitalismo comercial; 
  2. capitalismo industrial e 
  3. capitalismo financeiro.

As origens do capitalismo financeiro remontam ao final do século XIX e início do século XX, um período marcado por transformações significativas na estrutura econômica e financeira global, narra o livro Globalizing Capital: A History of the International Monetary System. 

Essa nova fase do capitalismo emergiu como uma evolução do capitalismo industrial, caracterizado pela produção em massa e pela expansão das indústrias.

A necessidade das grandes corporações industriais de arrecadar mais recursos financeiros para seus projetos levou a criação da bolsa de valores.

Durante este período, observou-se um crescimento substancial no volume e na influência dos mercados financeiros. 

Os bancos também começaram a desempenhar um papel mais ativo, não apenas emprestando dinheiro, mas também investindo diretamente nas indústrias e empresas, conta B. Mark Smith em A History of the Global Stock Market: From Ancient Rome to Silicon Valley.

A fusão do capital bancário com o capital industrial levou à formação de conglomerados financeiros e industriais. Esses conglomerados, muitas vezes com ligações estreitas com o governo, começaram a exercer uma influência significativa sobre a economia e a política.

Este fenômeno foi particularmente evidente na Alemanha e nos Estados Unidos, onde bancos como o Deutsche Bank e o J.P. Morgan desempenharam papéis cruciais na reorganização e financiamento de indústrias.

Além disso, o período foi marcado por uma série de inovações financeiras, incluindo a criação de novos instrumentos financeiros e a expansão do crédito. 

Isso facilitou o rápido movimento de capital, permitindo que o dinheiro fosse investido em oportunidades lucrativas e nas inovações geradas pelas empresas em todo o mundo, aumentando assim a globalização dos mercados financeiros.

A expansão não veio sem desafios. A crescente complexidade e interconexão dos mercados financeiros também semearam sementes para novos tipos de corrupção e crises financeiras. 

A especulação desenfreada, muitas vezes descolada da economia real, começou a criar bolhas econômicas. Eventualmente elas estouravam, levando a períodos de recessão e instabilidade econômica, diz Charles P. Kindleberger em Manias, Panics, and Crashes: A History of Financial Crises.

O que é especulação financeira?

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