Conheça Adolf Hitler: 7 curiosidades sobre um dos maiores genocidas da história

Hitler não era alemão

Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 em Braunau am Inn, na Áustria-Hungria (atual Áustria), perto da fronteira com o Império Alemão. Foi um dos seis filhos de Alois Hitler e Klara Pölzl, mas três de seus irmãos morreram na infância. 

Aos três anos, sua família mudou-se para Passau, na Alemanha, onde ele adquiriu um dialeto bávaro que marcou sua fala. Em 1894, a família voltou à Áustria, fixando-se em Leonding. No ano seguinte, Alois se aposentou e foi criar abelhas em Hafeld, próximo a Lambach. Hitler estudou em uma escola pública perto de Fischlham.

A mudança para Hafeld marcou o início de conflitos entre Hitler e seu pai, devido à sua resistência à disciplina escolar. A tentativa de Alois de manter uma fazenda de abelhas fracassou, e em 1897 a família se mudou para Lambach. 

Desde jovem, Hitler adotou ideias nacionalistas pan-germânicas, apoiando a Alemanha e desprezando a Monarquia de Habsburgo e seu império multiétnico. Ele e seus amigos usavam o cumprimento "Heil" e cantavam o "Deutschlandlied" em vez do hino austríaco.

Durante seu tempo preso, Hitler quase foi extraditado para a Áustria, mas o chanceler austríaco recusou, alegando que seu serviço no exército alemão anulava sua cidadania. Em 1925, Hitler renunciou formalmente à cidadania austríaca.

Hitler só se tornou cidadão alemão em 1932, ao ser nomeado administrador estadual em Brunswick por um aliado nazista. Antes disso, era legalmente impedido de concorrer a cargos públicos por não ter nacionalidade.

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Hitler era anti-cristão

Hitler cresceu em uma casa com influências religiosas mistas: sua mãe era católica devota, enquanto seu pai era anticlerical. A mãe de Hitler, Klara Pölzl, tentou passar ao filho alguma cultura religiosa. Aos oito anos, Hitler teve aulas de canto e cantou no coral da igreja, 

Depois de sair de casa, ele abandonou a prática religiosa, não indo à Missa ou recebendo sacramentos. 

Segundo Albert Speer, ele era indiferente à religião e fazia duras críticas à Igreja em conversas privadas. Hitler também expressava a ideia de que, sem a Igreja, as pessoas recorreriam ao misticismo, algo que ele considerava um retrocesso. 

Via o islamismo ou a religião japonesa como mais adequadas ao espírito combativo que desejava para os alemães, em contraste com o que ele via como fraqueza do cristianismo.

O historiador John S. Conway argumenta que Hitler era fundamentalmente contrário às igrejas cristãs. Segundo Alan Bullock, Hitler não acreditava em Deus, era anticlerical e rejeitava a ética cristã por ela contrariar sua crença na "sobrevivência do mais apto". 

Ele apreciava certos aspectos do protestantismo e incorporou à sua política elementos da estrutura hierárquica da Igreja Católica, assim como aspectos da liturgia e da linguagem religiosa.

De forma totalmente pragmática, Hitler enxergava a Igreja como uma força conservadora influente e lidava com ela de maneira estratégica, conforme seus interesses políticos do momento. Publicamente, exaltava a herança cristã alemã e falava em um “Jesus Ariano” que teria lutado contra os judeus. 

Segundo um relatório da Agência de Serviços Secretos dos Estados Unidos intitulado “O Plano Mestre Nazista”, Hitler pretendia acabar com a influência da Igreja Cristã dentro do Reich. O objetivo final seria a eliminação total do cristianismo. De acordo com o historiador Alan Bullock, Hitler só colocaria esse plano em prática após o fim da guerra.

Albert Speer escreveu que Hitler também desaprovava o misticismo defendido por Heinrich Himmler e Alfred Rosenberg. O Führer não gostava das tentativas de Himmler de transformar a SS em uma organização mitológica. Preferia focar em ambições práticas e realistas.

Pessoas próximas afirmavam que Hitler mencionava que a “Providência” o protegia e acreditava estar cumprindo uma missão divina na Terra. 

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Hitler foi recusado na Academia de Belas Artes

Hitler era um apreciador de arte desde jovem. Ele gostava de passar o tempo desenhando paisagens naturais e urbanas. Também era um fã do compositor de óperas Richard Wagner. 

Alois ignorou o desejo do filho de ser artista e o matriculou em uma escola técnica em Linz. Em resposta, Hitler se rebelou e afirmou em Mein Kampf que teve desempenho ruim de propósito, esperando que o pai o deixasse seguir sua vocação artística.

Após a morte repentina de Alois em 3 de janeiro de 1903, o desempenho escolar de Hitler piorou, e sua mãe permitiu que abandonasse os estudos. Em setembro de 1904, ele se matriculou em uma Realschule em Steyr, onde melhorou seu comportamento e rendimento. Em 1905, concluiu o curso, mas saiu da escola sem planos de seguir carreira.

Hitler chegou a trabalhar como pintor, mas foi rejeitado pela Academia de Belas Artes em 1907 e 1908, considerado inapto para pintura. Sugeriram que estudasse arquitetura, mas ele não tinha os requisitos por não ter concluído a escola.

Hitler também trabalhava como artista no exército. Ele desenhava paisagens e ilustrações para serem veiculadas no jornal militar. Há evidências de que oficiais compravam suas obras. Veja algumas das obras de Hitler disponíveis na Wikiart:

A paixão de Hitler pela arte nunca morreu. Mesmo como Fuhrer, ele tinha grandes planos arquitetônicos para a Alemanha pós-guerra. Seu regime tinha extremo foco em produção cultural pró partido. Além disso, foi o próprio Hitler que desenhou a bandeira nazista.  

Hitler tinha uma dieta vegetariana

Hitler seguia uma dieta vegetariana e, em ocasiões sociais, costumava descrever em detalhes chocantes o abate de animais para desencorajar seus convidados a comer carne. Durante a guerra, Martin Bormann mandou construir uma estufa em Berghof, nos Alpes Bávaros, para garantir o fornecimento constante de frutas e vegetais frescos para ele. 

Publicamente, evitava o consumo de álcool, embora em particular bebesse cerveja e vinho ocasionalmente. Ele abandonou o hábito em 1943 após ganhar peso. 

Ele também deixou de fumar ainda jovem e incentivava seus colaboradores próximos a fazerem o mesmo, oferecendo até relógios de ouro como recompensa. Contudo, já teve o vício de fumar até 40 cigarros por dia, mas parou alegando que era um "desperdício de dinheiro".

Essas informações foram divulgadas pela provadora oficial de comida do Fuhrer, Margot Woelk.

Pesquisadores ainda sugerem que Hitler sofria de diversos males. Dentre eles estavam: 

• Síndrome do cólon irritável, 
• lesões na pele, 
• arritmia cardíaca, 
• aterosclerose, 
• doença de Parkinson, 
• sífilis, 
• arterite temporal e 
• acufeno. 
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Hitler usava drogas

Hitler começou a usar anfetaminas ocasionalmente em 1937 e tornou-se dependente em 1942. Albert Speer relacionou o aumento de seus comportamentos erráticos e sua inflexibilidade em decisões militares ao uso crescente dessas drogas. Consumia regularmente: 

• metanfetamina; 
• barbitúricos; 
• opiáceos; 
• cocaína; 
• brometo de potássio; 
• atropa belladona e 
• hormônios. 

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Hitler quase morreu 40 vezes

Segundo o historiador Hans Mommsen em seu livro Alternativas a Hitler: A resistência alemã sob o Terceiro Reich, foram documentadas pelo menos 40 tentativas de matar Hitler. Isso o coloca na segunda posição entre os ditadores que mais sobreviveram a atentados, perdendo apenas para Fidel Castro. 

Entre atentados e acidentes, destacaremos as principais vezes que Hitler esteve muito perto da morte: 

Primeira Guerra Mundial

Hitler foi ferido na Batalha do Somme de 1916, quando a artilharia britânica atingiu a trincheira onde ele atuava como mensageiro. Os estilhaços feriram gravemente sua perna e ele foi mandado para um hospital longe da linha de frente.  

Ainda na Primeira Guerra, em 1918 Hitler sofreu um ataque com Gás Mostarda e ficou temporariamente cego. Dessa vez ele foi vítima de fogo amigo. Um ataque dos próprios alemães errou a trajetória e atingiu sua posição. 

Esses episódios são comentados no texto sobre os primeiros anos de Hitler na Enciclopédia do Holocausto.

Atentado de Georg Elser

Georg Elser, um carpinteiro alemão, decidiu agir sozinho para impedir a escalada do nazismo e evitar uma guerra que ele considerava iminente. Em 1938, ele começou a planejar o assassinato de Hitler e outros líderes nazistas, como Hermann Göring e Joseph Goebbels. 

Elser sabia que Hitler fazia discursos anuais no Bürgerbräukeller, em Munique, para comemorar o aniversário do Putsch da Cervejaria de 1923. Aproveitando a segurança relativamente fraca do local, Elser escondeu-se no salão por várias noites, escavando um buraco em um dos pilares próximos ao púlpito para instalar uma bomba com temporizador. 

Ele trabalhou meticulosamente por semanas, utilizando seus conhecimentos de carpintaria e metalurgia para construir o dispositivo explosivo.

Na noite de 8 de novembro de 1939, Hitler iniciou seu discurso no Bürgerbräukeller, mas, devido a preocupações com o mau tempo que poderia afetar seu retorno a Berlim, ele encerrou a fala mais cedo do que o habitual. 

Treze minutos após sua saída, às 21h20, a bomba de Elser explodiu, destruindo parte do salão, matando oito pessoas e ferindo outras 62.

Pouco antes da explosão, Elser foi detido por guardas de fronteira enquanto tentava fugir para a Suíça. Inicialmente, ele não foi associado ao atentado, mas, após a descoberta de evidências em sua posse e marcas físicas que indicavam seu envolvimento, ele confessou sob intensa pressão e tortura. 

Elser foi mantido como prisioneiro especial por mais de cinco anos, sendo executado no campo de concentração de Dachau em 9 de abril de 1945, poucas semanas antes do fim da guerra. 

Após a guerra, Georg Elser foi reconhecido como um herói da resistência alemã. Em Munique, há um memorial dedicado a ele, conhecido como "8. November 1939", que homenageia sua tentativa de impedir a continuidade do regime nazista. 

O portal Medium fez uma matéria contando em detalhes o plano de Elser.

Operação Valquíria

Durante a guerra, muitos oficiais alemães perceberam que a derrota era iminente e que continuar sob a liderança de Hitler resultaria na destruição total da Alemanha.

Entre 1939 e 1945, vários alemães tentaram assassinar Hitler, mas todos os atentados falharam. A resistência dentro da Alemanha cresceu conforme a derrota se tornava mais iminente. Em 1944, o atentado mais notório foi o de 20 de julho, através da Operação Valquíria, planejado pelo coronel Claus von Stauffenberg. 

Ele plantou uma bomba no quartel-general de Hitler, a Toca do Lobo (Wolfsschanze), em Rastenburg. Hitler sobreviveu, embora tenha sofrido ferimentos. Em resposta, mais de 4.900 alemães foram mortos em represálias nazistas.

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Desabafo de Hitler realmente aconteceu e virou meme

As forças soviéticas do marechal Gueorgui Júkov haviam derrotado as tropas alemãs na batalha de Seelow e começaram a avançar para Berlim. Em total negação da realidade, Hitler acreditava que um ataque das tropas da Waffen-SS do general Steiner poderiam reverter a situação e lançar um contra-ataque, mas suas esperanças eram infundadas.

Em 22 de abril de 1945, durante uma reunião com seus líderes militares no bunker, Hitler questionou sobre o ataque de Steiner, mas foi informado que a ofensiva sequer havia começado e que as tropas soviéticas já estavam marchando para Berlim. 

Hitler ordenou que todos, exceto Wilhelm Keitel, Alfred Jodl, Hans Krebs e Wilhelm Burgdorf, deixassem a sala. Ele desabou em gritos, acusando as lideranças militares de serem incompetentes e traidoras. Pela primeira vez, declarou que "tudo estava perdido", e anunciou que ficaria em Berlim até o final, preferindo se suicidar a ser capturado vivo.

A cena foi retratada no filme Queda: As Últimas Horas de Hitler:

Essa cena se tornou uma das mais famosas da história do cinema e um meme internacional.

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