O Irã foi o único país a rejeitar a proposta de criação de dois Estados, um para palestinos e outro para israelenses.
A ideia foi apoiada por todos os demais membros do Brics - grupo formado por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, foi o responsável por declarar a discordância do país durante o encontro.
Ele apresentou uma nota formal, sem barrar o documento final do Brics. Na mensagem, deixou claro que o Irã não concorda com a proposta de dois Estados.
Mesmo assim, permitiu que os outros países mantivessem o acordo.
Araghchi falou em nome do presidente iraniano Masoud Pezeshkian, que cancelou a viagem ao Brasil por causa do atual conflito com Israel.
Ao lado de Lula, durante um almoço de trabalho, Araghchi criticou a solução de dois Estados e afirmou que ela “não chegou a lugar nenhum”.
Ele disse que o maior obstáculo à paz seria o próprio governo de Israel, que chamou de “regime sionista”.
“Todos sabemos que, enquanto a questão palestina não for resolvida de forma justa, a insegurança e a tensão não acabarão em nossa região. A solução de dois Estados não funcionará, assim como não funcionou no passado.”
Ele defendeu a criação de um único Estado democrático na Palestina, com participação de judeus, cristãos e muçulmanos.
O chanceler iraniano ainda comparou a situação da Palestina ao fim do apartheid na África do Sul, quando negros e brancos passaram a conviver em um único Estado democrático.
O Irã sustenta essa posição há décadas. Mas o gesto chamou atenção por acontecer justamente na primeira cúpula presencial do Brics com sua participação como membro pleno.
A recusa a endossar o texto como um todo foi evitada pelo formato da “nota em separado”, que permitiu à diplomacia brasileira manter o consenso do grupo.
Um eventual veto do Irã seria considerado fracasso para o país anfitrião.
Em outro momento do discurso, o ministro iraniano agradeceu aos demais membros do Brics por condenarem os recentes bombardeios contra seu território. Ele ainda aproveitou para criticar Israel e os EUA.
“Gostaria de expressar minha sincera gratidão aos estimados membros do Brics que, cientes de sua grave responsabilidade pela paz e segurança internacionais, condenaram os atos de agressão contra meu país por dois regimes nucleares desde 13 de junho”.
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