A proposta de uma moeda comum entre os países do Brics, grupo formado por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros, teria partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma nova moeda para o bloco reduziria a dependência do sistema financeiro global, que hoje gira em torno do dólar.
Atualmente, quase todos os pagamentos internacionais passam pelo sistema SWIFT, que é dominado pelo Ocidente. Quem é excluído dele, como a Rússia, fica isolado do mercado mundial.
Criar um sistema próprio com moedas locais seria uma forma de escapar desse controle.
Assim, os países do bloco poderiam negociar entre si sem depender do dólar e com menos risco de sofrer sanções dos EUA ou da União Europeia.
A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista concedida à TV BRICS em novembro de 2024.
Segundo Lavrov, Lula apresentou a ideia durante a cúpula do Brics em Joanesburgo, na África do Sul, em agosto de 2023. A sugestão teria motivado os países membros a discutirem mecanismos de pagamento alternativos ao dólar, segundo o chanceler russo:
“Foi o presidente Lula da Silva quem iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos. A proposta foi registrada na Declaração de Joanesburgo e, desde então, os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais passaram a tratar do tema.”
Lavrov acrescentou que os países avançaram nas negociações, mas que o projeto ainda precisa ser concluído:
“Não tenho dúvidas de que nossos colegas brasileiros dedicarão o máximo de energia a essa questão, considerando que essa é uma iniciativa de seu presidente. Acredito que o próprio Lula garantirá que essa questão seja uma das prioridades.”
A entrevista voltou à tona depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou taxar em 10% todos os países do Brics.
Em discurso no dia 8 de julho, Trump acusou o bloco de tentar “destruir o dólar” e alertou que quem desafiar a moeda americana “vai pagar um alto preço”.
“O dólar é o rei, e vou mantê-lo assim”
As taxas ocorreram após Trump criticar o BRICS, bloco político em que o Brasil se alia com o Irã, China e Rússia, países considerados pelos EUA como inimigos da liberdade e da livre economia. Entenda esse cenário com o Original BP O Fim das Nações:
No dia 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início em 1º de agosto. A decisão foi comunicada por carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Trump, a medida é motivada por:
Trump afirmou que a tarifa pode ser revista a depender do posicionamento do governo brasileiro.
Lula respondeu que o Brasil reagirá com base na Lei da Reciprocidade: se os EUA cobrarem 50%, o Brasil também cobrará.
A regulamentação da lei está prevista para esta terça-feira (15), de acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin. O presidente também afirmou que buscará diálogo com outros parceiros:
“Se os Estados Unidos não quiserem comprar, vamos procurar quem queira.”
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