O Superman é um dos personagens mais icônicos na história das revistas em quadrinhos e do cinema.
Ele definiu o arquétipo do super-herói, inaugurando uma era de produções que moldaram a cultura pop.
O que poucos sabem é que esse ícone já foi usado para enfrentar um vilão do mundo real, a Ku Klux Klan.
A organização foi fundada pouco após o fim da guerra civil, no sul dos Estados Unidos.
Era uma sociedade secreta de veteranos confederados, lado que lutou para que a escravidão continuace no país.
Sua missão declarada era preservar a supremacia branca por meio de intimidações e violência.
Os membros eram conhecidos como "cavaleiros" e usavam vestes brancas, capuzes e símbolos como a cruz em chamas para espalhar o medo.
Com rituais secretos, uma hierarquia própria e forte influência política, a Klan atacava negros, judeus, católicos, imigrantes e qualquer um que se opusesse à sua ideologia.
Linchamentos públicos, incêndios de igrejas e casas faziam parte de suas táticas para espalhar o medo.
Na década de 1940 a organização se expandia, contando com milhões de membros e influência sobre políticos, policiais, juízes e empresários.
Em estados como Geórgia, Indiana e Alabama, seus líderes eram tratados como figuras de prestígio.
Grupos espalhados pelo sul dos EUA recrutavam crianças e adolescentes, e sua propaganda aparecia em jornais e rádios locais.
Foi nesse cenário que o jornalista e ativista de direitos humanos, Stetson Kennedy, buscou uma forma de enfrentar o grupo.
Kennedy tinha uma questão pessoal com Klan, que começou quando sua babá negra foi assassinada por “cavaleiros” do grupo.
Determinado a combater a organização, ele arquitetou um plano perigoso para se infiltrar entre os membros do grupo.
Adotando o nome de um tio falecido, Kennedy fingiu ser um vendedor de enciclopédias.
Ele passou a frequentar bares e reuniões informais em Atlanta, capital da Geórgia, conseguindo a confiança de membros locais.
Rapidamente foi aceito em uma "fraternidade" da organização, participando de reuniões semanais, e memorizando senhas, rituais e estratégias do grupo.
No entanto, as conexões da Klan dentro da polícia e do governo dificultavam qualquer denúncia tradicional.
A exposição significaria sua morte. Foi então que surgiu uma ideia para denunciar a organização.
Kennedy percebeu que poderia usar a cultura popular como arma e procurou os roteiristas do programa de rádio "As aventuras do Superman", um sucesso na época.
Ele propôs transformar o Superman em inimigo da Klan e os produtores aceitaram a ideia.
As histórias do herói já tinham sido usadas para criticar Adolf Hitler e os japoneses na Segunda Guerra Mundial
Em junho de 1946, foi lançada a série O Clã da Cruz Flamejante, com 16 episódios transmitidos diariamente.
Baseada nas informações fornecidas por Kennedy, os roteiristas mostraram detalhes autênticos da Klan, como códigos secretos, palavras-chave, rituais de iniciação e táticas de intimidação.
Milhões de crianças ouviram os segredos da Ku Klux Klan sendo expostos em rede nacional.
Os rituais secretos passaram a ser tratados como absurdos em um programa infantil, ridicularizando seus membros diante da sociedade.
Os líderes da KKK denunciaram o programa e pediram um boicote aos produtos da Kellogg's, a principal patrocinadora.
No entanto, a estratégia falhou. A história foi um sucesso, com o programa de rádio se tornando o mais bem avaliado entre o público infantil.
Depois disso, a organização assistiu sua reputação ruír. O impacto foi tão grande que o recrutamento da Klan caiu a zero em algumas regiões nas semanas seguintes à transmissão. Seções inteiras da organização fecharam.
Esse é um exemplo de como boas histórias são capazes de mudar o mundo real e impactar na vida de milhões de pessoas.
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