Eduardo Bolsonaro disse que não vai voltar ao Brasil enquanto Alexandre de Moraes tiver força para prendê-lo.
O deputado federal licenciado afirmou que, por ora, permanecerá nos Estados Unidos, mesmo que isso signifique abrir mão de seu mandato.
Durante uma entrevista para O Estadão, ele justificou a decisão dizendo que seria "perseguido e preso" pelo ministro do STF se retornasse ao Brasil:
"Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender... Eu tô me sacrificando, sacrificando o meu mandato para levar adiante a esperança de liberdade."
O deputado alega ter mais poder para ajudar o Brasil se estiver fora do país, já que não pode sofrer represálias:
“O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil. No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém, ficar ameaçando.”
Eduardo também comentou que não precisa mais ser um parlamentar para conseguir chegar em espaços importantes no exterior.
“Eu não preciso mais de um diploma de deputado federal para abrir portas e os acessos que tenho aqui. Então, a princípio eu continuo aqui.”
Ele seguiu comentando as críticas que sofreu por ter deixado o Brasil e se mudado para os EUA.
Sua presença no país teria sido importante para chamar atenção para o cenário político brasileiro:
“O que no começo eles fizeram chacota do meu exílio aqui, me chamando de covarde, de fujão, foi um catalizador essencial pra que a gente chamasse a atenção da maior potência econômica do mundo, antes do julgamento de Bolsonaro, de seus assessores, de vários outros do 8 de janeiro.”
Com isso, o Brasil teria começado a dividir espaço com assuntos importantes para a gestão Trump:
“Porque aqui a gente concorre com Israel, com guerra, com Panamá, Groelândia, Otan, União Europeia, China.”
Ele também alega ter conseguido isso sem precisar de dinheiro ou lobby político de partidos:
“Então, muito modéstia à parte, o que a gente fez foi quase um milagre. Sem um escritório de lobby, sem dinheiro, sem apoio partidário, e a gente conseguiu colocar na mesa o único fator que está possibilitando a gente sonhar com Bolsonaro não condenado, com Bolsonaro na corrida presidencial.”
No dia 27 de fevereiro de 2025, o PT entrou com uma representação no STF, para que o passaporte do deputado fosse apreendido.
A justificativa foi de que o filho do ex-presidente teria violado a soberania nacional ao criticar o Judiciário brasileiro no exterior.
No mesmo dia em que o partido apresentou o pedido, 27 de fevereiro, Eduardo foi para os EUA para uma viagem de Carnaval:
“Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais retornar para minha casa, mas hoje vejo com clareza que Deus está me mostrando o caminho. Tenho certeza de que o meu eleitor também entende que o meu trabalho, nesse momento, é muito mais importante aqui nos Estados Unidos.”
Eduardo ainda afirma que adversários políticos estariam usando seu cargo na Câmara como forma de mantê-lo no país:
“O que Alexandre de Moraes e os seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção, como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país.”
Além do pedido de suspensão do passaporte, Eduardo Bolsonaro ainda foi mencionado na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid.
Segundo o delator, o filho do ex-presidente teria tentado influenciar o pai para dar um suposto golpe de Estado juntamente com algumas alas das Forças Armadas.
No depoimento, Mauro Cid acusa Eduardo de ter garantido que qualquer movimentação militar teria apoio popular, principalmente dos CACs.
A sigla faz referência a civis que têm autorização para manter armas de fogo nas categorias de Caçadores, Atiradores e Colecionadores.
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