Entre os pontos defendidos pelos Brics está a criação de uma moeda local
Na declaração os Brics defenderam a criação de uma moeda local para transações internacionais.
A proposta é reduzir a dependência do sistema financeiro global, que hoje gira em torno do dólar.
Atualmente, quase todos os pagamentos internacionais passam pelo sistema SWIFT, que é dominado pelo Ocidente. Quem é excluído dele, como a Rússia foi, fica isolado do mercado mundial.
Criar um sistema próprio com moedas locais seria uma forma de escapar desse controle.
Assim, os países do bloco poderiam negociar entre si sem depender do dólar e com menos risco de sofrer sanções dos EUA ou da União Europeia.
No texto, os países-membros ainda condenaram acontecimentos recentes, mesmo sem citar os EUA diretamente.
Entre os pontos criticados estão:
- Os bombardeios contra o Irã e suas instalações nucleares;
- Ataques em território russo, que teriam atingido civis e infraestruturas ferroviárias nas regiões de Bryansk, Kursk e Voronezh;
- O uso de armas e tecnologia militar contra estruturas civis, condenando também o impacto em crianças.
Foi a primeira vez que o Brics citou de forma específica episódios de ataques dentro da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
Outros pontos tratados na cúpula
No encontro no Rio, os líderes defenderam:
- A reforma da ONU e do Conselho de Segurança;
- O direito de cada país regulamentar suas redes sociais e empresas de tecnologia.
O texto também criticou a atuação da OTAN e da AIEA. Para os líderes do Brics, a agência nuclear estaria sendo usada de forma política. As críticas foram vistas como um aceno à Rússia e ao Irã, alvos frequentes dos EUA.
A retaliação tarifária anunciada por Trump se insere nesse contexto de tensão geopolítica crescente entre o bloco liderado por países do Sul Global e os Estados Unidos.