O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta segunda-feira (21) que Teerã não pretende abandonar o programa de enriquecimento de urânio.
A declaração acontece mesmo após os severos danos causados pelos bombardeios de Israel e dos Estados Unidos em junho.
Em entrevista, Araghchi disse que as instalações nucleares foram “seriamente danificadas” durante o conflito com Israel, mas garantiu que os trabalhos serão retomados.
“Ele foi interrompido porque, sim, os danos são sérios e severos. Mas, obviamente, não podemos desistir do enriquecimento porque é uma conquista dos nossos próprios cientistas. E agora, mais do que isso, é uma questão de orgulho nacional”, declarou.
O Irã já havia enfrentado pressão internacional sobre seus avanços nucleares antes da guerra.
Cinco rodadas de negociações com os EUA, mediadas por Omã, não resultaram em um acordo sobre os limites de enriquecimento do urânio.
Washington e Tel Aviv afirmam que o Irã estava próximo de obter capacidade para construir uma arma nuclear. Teerã nega a intenção e sustenta que o programa é voltado apenas para fins civis.
Donald Trump reagiu após a entrevista. Ele declarou que os danos às instalações nucleares iranianas são “muito graves” e afirmou que está pronto para realizar novos ataques, caso considere necessário.
Ainda segundo Araghchi, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, está com boa saúde e não descarta retomar negociações com os EUA mas não de forma direta, “por enquanto”.
A guerra entre Israel e Irã durou 12 dias e incluiu bombardeios americanos a estruturas nucleares iranianas. Um cessar-fogo foi firmado no final de junho, mas as tensões seguem elevadas.
Israel é o único país do Oriente Médio que possui armas nucleares reconhecidamente.
O Irã, embora signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, é acusado por seus rivais de tentar desenvolver armamento atômico sob o pretexto de fins pacíficos.
A ONU, por sua vez, afirma não ter indícios confiáveis de um programa ativo de armas nucleares no país.
A guerra no oriente médio não se limita aos campos de batalha, ela também se desenrola no terreno das narrativas.
Buscando entender o que está por trás dessa guerra, a Brasil Paralelo decidiu ir ao Oriente Médio e ouvir diretamente as pessoas que estão envolvidas.
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Entenda, pela voz dos próprios envolvidos, o que realmente está acontecendo na região.
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