Israel atacou instalações nucleares do Irã e matou cientistas ligados ao programa de energia atômica do país ao longo do final de semana.
A justificativa para o ataque foram supostos avanços do Irã no desenvolvimento de seu programa nuclear para fazer uma bomba.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou o ataque como uma medida para impedir que o Irã desenvolvesse uma arma nuclear, o que poderia acontecer “em poucos meses”.
"Não teremos um segundo holocausto, um holocausto nuclear. Já tivemos um no século passado - o Estado judeu não vai permitir que o holocausto seja cometido contra o povo judeu. Isso não vai acontecer." Afirmou Netanyahu em entrevista à Fox News.
A tensão aumenta o debate sobre armas nucleares. Atualmente, apenas nove países possuem esse tipo de equipamento:
Rússia e Estados Unidos são os líderes isolados, detendo juntos mais de 90% de todo o arsenal nuclear mundial, com mais de 5.000 ogivas cada.
Em terceiro lugar está a China (com cerca de 500 ogivas), França (290) e Reino Unido (225) completam o grupo das cinco potências nucleares reconhecidas pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
O regime comunista norte-coreano assinou o TNP, mas o abandonou em 2003 para desenvolver seu próprio programa.
Hoje, estima-se que o país possua entre 35 e 65 ogivas e já se declarou oficialmente um Estado com armas nucleares.
Índia (aproximadamente 160 ogivas), Paquistão (170) desenvolveram seus arsenais de forma independente e nunca assinaram o TNP.
Entre os membros do "clube atômico", o programa nuclear de Israel é um dos mais secretos.
O país nunca admitiu oficialmente possuir armas nucleares, adotando uma política de ambiguidade estratégica.
No entanto, organizações internacionais como a Federação dos Cientistas Americanos (FAS) e o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) estimam que Israel possua cerca de 90 ogivas nucleares armazenadas.
Há décadas o governo de Israel acusa o Irã de estar usando seu programa nuclear para fins não pacíficos
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAAE) afirma que o país consegue enriquecer urânio com até 60% de pureza, apenas um passo técnico dos 90% necessários para armamentos.
O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, afirmou em julho de 2024 que o Irã precisaria de apenas uma ou duas semanas para produzir o material radioativo necessário para fabricar armas nucleares.
Uma vez que o país atingisse a produção necessária de urânio enriquecido, o governo iraniano ainda teria dificuldades para construir uma bomba.
A principal seria desenvolver um dispositivo para começar a reação em cadeia responsável pela explosão.
Um relatório do Congresso dos Estados Unidos em março de 2024 afirma que o “Irã ainda não possui um projeto viável de arma nuclear ou um sistema de detonação explosiva adequado”.
O relatório também aponta que o processo de confecção do detonador do explosivo poderia durar “vários meses”.
Segundo o Instituto de Pesquisas de Paz de Oslo (PRIO, na sigla em inglês), o mundo registrou o maior número de conflitos desde 1946, 61 ativos ao mesmo tempo.
Em meio a esse cenário, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que:
"Na minha opinião, o resultado dessas novas tensões internacionais tem criado um atrativo maior pelas armas nucleares — há países que pensam que eventualmente elas sejam necessárias."
Grossi seguiu destacando que o fenômeno ocorre em regiões distintas da América do Sul, principalmente no Oriente Médio:
"Não há na América do Sul, mas na região do Oriente Médio, na Ásia, você pode imaginar. Existem países que têm dito de maneira muito clara que, se o Irã se dotar de armas nucleares, vão fazer o mesmo. Existe uma certa normalização desse discurso. Acho muito lamentável."
O príncipe regente da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, afirmou que se o Irã tiver armas nucleares o país também buscará adquiri-las:
"A Arábia Saudita não quer ter uma bomba nuclear. Mas, se o Irã desenvolver a sua, nós seguiremos seus passos assim que possível, sem a menor dúvida."
A polarização do Sistema Internacional pode acarretar no aumento de armas nucleares em circulação e enfraquecer os mecanismos de controle estabelecidos por tratados e organismos de fiscalização.
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