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Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (24) sanções econômicas contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sua esposa Verónica Alcocer, seu filho Nicolás Petro e o ministro do Interior Armando Benedetti.
A medida foi oficializada pelo Departamento do Tesouro e representa um gesto inédito na história recente das relações entre Estados Unidos e Colômbia.
De acordo com o comunicado assinado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, Petro “permitiu que os cartéis de drogas prosperassem e se recusou a interromper essa atividade”.
O texto também afirma que, sob sua liderança, a Colômbia atingiu “níveis recordes de produção de cocaína”. Veja o texto compartilhado no X:
"O Tesouro está sancionando o presidente colombiano, Gustavo Petro, por seu papel no tráfico global de drogas ilícitas. Sob o governo do presidente Petro, a produção de cocaína na Colômbia atingiu níveis recordes. Petro tem proporcionado benefícios a organizações narcoterroristas. Sob a liderança do presidente Trump, não toleraremos que a Colômbia trafique drogas para o nosso país e envenene americanos."
As sanções incluem o bloqueio de bens e propriedades nos Estados Unidos e a proibição de transações comerciais com cidadãos ou empresas americanas.
O rompimento é o ponto mais alto de uma crise diplomática que se intensificou ao longo de outubro. Dias antes, Petro havia acusado os Estados Unidos de “assassinato e violação da soberania” após um ataque americano no Caribe que matou um pescador colombiano.
O governo Trump alegou que o alvo era uma embarcação ligada ao tráfico de drogas.
A acusação acirrou o confronto. Em resposta, Donald Trump chamou Petro de “traficante ilegal”, “lunático” e “líder desequilibrado”, e anunciou o fim de toda ajuda financeira e militar à Colômbia, além da imposição de novas tarifas sobre produtos colombianos.
“Eles fazem cocaína, têm fábricas de cocaína… e ele melhor fechar esses campos de morte, ou os Estados Unidos fecharão por ele, e não será de forma gentil”, afirmou Trump em entrevista à Fox News.
A Casa Branca reforçou o tom. A porta-voz Karoline Leavitt disse a jornalistas que o presidente americano “não está interessado em qualquer desescalada” com Petro, a quem chamou de “líder descontrolado”.
O presidente colombiano rebateu as acusações e classificou as sanções como uma injustiça política.
“Lutar contra o narcotráfico durante décadas e com eficácia me traz esta medida do governo da sociedade à qual tanto ajudamos a conter o consumo de cocaína. Toda uma paradoxal ironia, mas nem um passo atrás, e jamais de joelhos”, escreveu Petro no X.
Petro também afirmou que pretende processar Trump na Justiça americana por difamação e interferência nas relações internacionais.
O ministro Benedetti, que também foi sancionado, declarou que as medidas provam que a “luta antidrogas dos EUA é uma farsa”, e classificou a ação como “a mais dura já imposta contra um presidente colombiano”.
As sanções encerram uma aliança de mais de duas décadas entre Colômbia e Estados Unidos. Desde o início dos anos 2000, com o Plano Colômbia, Washington financiava o combate às drogas e às guerrilhas no país sul-americano.
O programa envolveu bilhões de dólares em investimentos e transformou a Colômbia em um dos principais aliados americanos na região.
Agora, sob o governo de esquerda de Petro, essa relação se desfez. A Colômbia foi retirada da lista de aliados estratégicos dos EUA e já sinaliza aproximação com a Venezuela, China e Cuba.
Sanções contra um chefe de Estado em exercício são raras, mas não inéditas. Petro passa a integrar uma lista que inclui Vladimir Putin (Rússia), Nicolás Maduro (Venezuela) e Kim Jong-un (Coreia do Norte).
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