Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas Qassam foi morto em um ataque israelense na sexta-feira (29). As explosões voltaram a sacudir Gaza e intensificaram ainda mais o clima de tensão na região.
A morte do porta-voz foi confirmada apenas no domingo (1º), quando o gabinete de segurança israelense se reuniu para avaliar a ampliação da ofensiva no território.
De acordo com o ministro da Defesa, Israel Katz, Abu Ubaida, nome de guerra de Hudahaifa Kahlout, era responsável por divulgar vídeos de reféns e imagens do ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
Katz comemorou o êxito da operação em sua conta no X.
“O porta-voz do Hamas, Abu Ubaydah, foi eliminado em Gaza e enviado para encontrar todos os membros frustrados do eixo maligno do Irã, Gaza, Líbano e Iêmen no fundo do inferno”.
O Hamas ainda não se pronunciou sobre o fato:
A última declaração do porta-voz havia sido publicada na sexta-feira, quando Israel declarou a Cidade de Gaza como zona de combate. Ele disse que os militantes fariam o possível para proteger os reféns vivos, mas alertou que eles estariam em áreas de conflito.
Também afirmou que os restos mortais dos reféns mortos “desapareceriam para sempre”.
Equipes médicas confirmaram que pelo menos 43 palestinos morreram desde sábado, a maioria na Cidade de Gaza. O Hospital Shifa informou que 29 corpos foram levados ao necrotério, incluindo 10 pessoas que morreram enquanto buscavam ajuda.
“Onde estão os combatentes da resistência que (o primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu afirma estar bombardeando? Ele considera as pedras combatentes da resistência?”, questionou um parente de uma das vítimas no Hospital Shifa.
Outros 11 mortos foram confirmados em diferentes ataques, segundo hospitais locais. Testemunhas disseram que tropas israelenses abriram fogo contra multidões no Corredor Netzarim, uma zona militar que corta Gaza.
Famílias de reféns protestaram diante da reunião do gabinete de segurança em Tel Aviv.
“É o nosso lado que não está disposto a assinar um acordo abrangente e não está disposto a acabar com a guerra e está decidindo sacrificar meu filho enquanto ele ainda está vivo”, disse Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker.
Israel acredita que menos de 50 reféns permanecem em Gaza, dos quais cerca de 20 ainda estariam vivos.
Mais de 90% da população de Gaza já foi deslocada pelo menos uma vez desde o início da guerra, segundo a ONU.
O Ministério da Saúde local informou que sete adultos morreram de desnutrição nas últimas 24 horas, elevando o total para 215 desde junho. Outras 124 crianças já morreram pelo mesmo motivo desde outubro.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que 63.371 pessoas morreram desde o início da guerra, cerca de metade mulheres e crianças. Israel contesta os números, mas não divulga suas próprias estimativas.
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