Palestinos e israelenses celebram a primeira fase do plano de paz de Trump
Entenda o que vai acontecer e leia a proposta do presidente americano
Israel e a alta cúpula do Hamas anunciaram que os termos para a primeira fase do plano de paz elaborado por Trump foram aceitos após negociações.
A assinatura da primeira etapa prevê três movimentos imediatos:
Recuo militar de Israel para uma linha previamente acordada, o que deve ocorrer em até 24 horas;
Libertação de prisioneiros palestinos;
Libertação dos reféns israelenses dentro de um prazo de 72 horas após o recuo.
Estima-se que 48 pessoas ainda estejam em cativeiro e que aproximadamente 20 delas ainda estejam vivas.
Trump usou sua rede social para celebrar o anúncio e comentou que esse é o primeiro passo em direção à paz na região:
“Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas aprovaram a primeira fase do nosso Plano de Paz. Isso significa que TODOS os reféns serão libertados em breve, e Israel retirará suas tropas até uma linha acordada, como os primeiros passos rumo a uma Paz Forte, Duradoura e Eterna.”
Em um posto no X, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o acordo é uma vitória para seu país:
“Com a aprovação da primeira fase do plano, todos os nossos reféns serão trazidos de volta para casa. Este é um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral para o Estado de Israel.”
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Palestinos e israelenses comemoraram a decisão que pode pôr fim a um conflito que já dura dois anos e deixou mais de 67 mil mortos.
As ruas de Gaza foram tomadas por pessoas comemorando o início do plano de paz para a região.
Jovens aplaudiram a notícia e gritaram Allah Akbar, que pode ser traduzido como “Deus é maior”, para agradecer pela notícia. Muitos choravam de emoção e alegria.
O escritório de mídia do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, pediu que as pessoas esperassem o acordo ser oficialmente detalhado para retornarem a suas regiões de origem.
Em Israel, o cenário também foi de celebração. Pessoas se reuniram para celebrar na área que ficou conhecida como “praça dos reféns”, onde acontecem encontros de familiares dos cativos levados pelo Hamas.
Em meio a gritos de alegria, pessoas acenderam sinalizadores e chegaram a estourar espumante.
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Líderes mundiais celebram o acordo
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, celebrou o acordo e elogiou os países envolvidos nas negociações:
“Acolho com satisfação o anúncio de um acordo para garantir um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza, com base na proposta apresentada por Trump. Louvo os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, do Catar, do Egito e da Turquia na mediação deste avanço tão urgentemente necessário.”
Ele também colocou a organização à disposição para ajudar na implementação do acordo e manutenção da paz:
“A ONU apoiará a plena implementação do acordo e ampliará a entrega de ajuda humanitária contínua e baseada em princípios, além de avançarmos nos esforços de recuperação e reconstrução em Gaza.”
I welcome the announcement of an agreement to secure a ceasefire & hostage release in Gaza, based on the proposal put forward by @POTUS. I commend the diplomatic efforts of the United States, Qatar, Egypt & Türkiye in brokering this desperately needed breakthrough.
O primeiro-ministro do Reino Unido comemorou o acordo através de uma nota oficial e destacou o impacto mundial da decisão:
“Este é um momento de profundo alívio para o mundo inteiro, em especial para os reféns, suas famílias e para os civis de Gaza, que passaram por um sofrimento inimaginável ao longo dos dois últimos anos.”
I welcome the news that a deal has been reached on the first stage of President Trump’s peace plan for Gaza. pic.twitter.com/LIlo8103aJ
O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, disse ter ficado “aliviado” ao saber que os reféns voltarão para casa e pediu que os envolvidos na guerra a sigam o acordo:
“Depois de anos de intenso sofrimento, a paz finalmente parece possível. O Canadá conclama todas as partes a implementarem rapidamente todos os termos acordados e a trabalharem em prol de uma paz justa e duradoura.”
Congratulations to President Trump for his essential leadership and thank you to Qatar, Egypt and Türkiye for their tireless work to support the negotiations.
I am relieved that the hostages will soon be reunited with their families.
O governo da Austrália também emitiu uma nota oficial assinada pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, na qual destacou os pedidos de paz do país e pediu o cumprimento do acordo:
“A Austrália foi parte consistente do pedido internacional por uma cessar-fogo, retorno dos reféns e liberação do fluxo de ajuda humanitária para Gaza. Pedimos que as partes respeitem os termos do plano.”
Os três países anunciaram o reconhecimento de um Estado palestino nas últimas semanas.
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O presidente americano apresentou uma proposta de 20 pontos para estabelecer a paz na região. O plano prevê um cessar fogo entre o país e o grupo terrorista, seguido pela entrega de todos os reféns vivos e mortos dentro de 48 horas.
O passo seguinte será a criação de um órgão internacional comandando principalmente pelos EUA para garantir a pacificação.
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Veja o plano americano para acabar com a guerra em Gaza
Gaza será uma zona desradicalizada e livre do terrorismo, que não representará ameaça a seus vizinhos.
Gaza será reconstruída em benefício do povo local, que já sofreu mais do que o suficiente.
Se ambos os lados concordarem com esta proposta, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses irão se retirar para a linha acordada, a fim de preparar a libertação dos reféns. Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de combate permanecerão congeladas até que as condições sejam cumpridas para a retirada total e gradual.
Dentro de 72 horas após a aceitação pública deste acordo por Israel, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos.
Uma vez que todos os reféns sejam libertados, Israel soltará 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 habitantes de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças presas nesse contexto. Para cada refém israelense cujos restos mortais sejam devolvidos, Israel liberará os restos mortais de 15 palestinos falecidos de Gaza.
Assim que todos os reféns forem devolvidos, membros do Hamas que se comprometerem com a convivência pacífica e com a entrega de suas armas receberão anistia. Aqueles que desejarem deixar Gaza terão passagem segura para países receptores.
Após a aceitação deste acordo, a ajuda humanitária entrará imediatamente na Faixa de Gaza. No mínimo, as quantidades de ajuda serão consistentes com as previstas no acordo de 19 de janeiro de 2025, incluindo reabilitação de infraestrutura (água, eletricidade, esgoto), hospitais e padarias, além da entrada de equipamentos necessários para remover escombros e abrir estradas.
A entrada e distribuição da ajuda na Faixa de Gaza ocorrerá sem interferência das duas partes, por meio das Nações Unidas e suas agências, do Crescente Vermelho e de outras instituições internacionais não associadas a nenhum dos lados. A abertura da passagem de Rafah, em ambas as direções, seguirá o mesmo mecanismo implementado no acordo de 19 de janeiro de 2025.
Gaza será governada por uma administração transitória temporária, composta por um comitê tecnocrático e apolítico palestino, responsável pela gestão diária dos serviços públicos e municipais para a população de Gaza. Esse comitê será formado por palestinos qualificados e especialistas internacionais, supervisionados por um novo organismo internacional de transição, o “Conselho da Paz”, que será presidido por Donald J. Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair. Esse organismo definirá o arcabouço e cuidará do financiamento para a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas, conforme propostas anteriores (incluindo o plano de paz de Trump em 2020 e a proposta saudita-francesa), e possa reassumir com segurança e eficácia o controle de Gaza. Esse organismo adotará os melhores padrões internacionais para criar uma governança moderna e eficiente, capaz de servir ao povo de Gaza e atrair investimentos.
Será criado um plano de desenvolvimento econômico liderado por Trump para reconstruir e revitalizar Gaza, reunindo um painel de especialistas que ajudaram a erguer algumas das modernas cidades-modelo do Oriente Médio. Vários projetos de investimento e ideias de desenvolvimento já propostos por grupos internacionais bem-intencionados serão considerados, de modo a integrar segurança, governança e atração de investimentos que gerem empregos, oportunidades e esperança para o futuro de Gaza.
Será criada uma zona econômica especial, com tarifas preferenciais e condições de acesso negociadas com os países participantes.
Ninguém será forçado a deixar Gaza, e aqueles que desejarem sair poderão fazê-lo livremente, bem como retornar. O objetivo será incentivar as pessoas a permanecerem e oferecer-lhes a oportunidade de construir uma Gaza melhor.
Hamas e outras facções concordam em não ter qualquer papel no governo de Gaza, seja direta, indireta ou de qualquer outra forma. Toda infraestrutura militar, terrorista e ofensiva, incluindo túneis e fábricas de armamento, será destruída e não poderá ser reconstruída. Haverá um processo de desmilitarização de Gaza supervisionado por monitores independentes, que incluirá a inutilização permanente das armas por meio de um processo acordado de desativação, apoiado por um programa internacional de recompra e reintegração, tudo verificado por esses monitores. A “Nova Gaza” se comprometerá plenamente a construir uma economia próspera e a conviver pacificamente com seus vizinhos.
Uma garantia será oferecida por parceiros regionais para assegurar que o Hamas e outras facções cumpram suas obrigações e que a “Nova Gaza” não represente ameaça a seus vizinhos ou a seu próprio povo.
Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização temporária (ISF), a ser imediatamente enviada a Gaza. A ISF treinará e dará suporte a forças policiais palestinas verificadas, em coordenação com Jordânia e Egito, que possuem ampla experiência nessa área. Essa força será a solução de segurança interna de longo prazo. A ISF trabalhará com Israel e Egito para ajudar a proteger as fronteiras, junto com as novas forças policiais palestinas. Será essencial impedir a entrada de munições em Gaza e facilitar o fluxo rápido e seguro de bens para reconstrução e revitalização da região. Um mecanismo de prevenção de conflitos será acordado entre as partes.
Israel não ocupará nem anexará Gaza. À medida que a ISF estabelecer controle e estabilidade, as Forças de Defesa de Israel (FDI) se retirarão com base em padrões, marcos e prazos ligados à desmilitarização, a serem acordados entre as FDI, a ISF, os garantes e os Estados Unidos, com o objetivo de uma Gaza segura que não represente ameaça a Israel, ao Egito ou a seus cidadãos. Na prática, as FDI entregarão progressivamente o território que ocupam à ISF, conforme acordo com a autoridade de transição, até a retirada completa, exceto por uma presença de perímetro de segurança que permanecerá até que Gaza esteja devidamente protegida contra qualquer ressurgimento terrorista.
Caso o Hamas atrase ou rejeite esta proposta, os pontos acima, incluindo a operação ampliada de ajuda humanitária, serão implementados nas áreas livres de terrorismo entregues pelas FDI à ISF.
Será estabelecido um processo de diálogo inter-religioso, baseado em valores de tolerância e convivência pacífica, para tentar mudar mentalidades e narrativas de palestinos e israelenses, destacando os benefícios da paz.
À medida que a reconstrução de Gaza avançar e o programa de reformas da Autoridade Palestina for fielmente implementado, poderão finalmente estar reunidas as condições para um caminho credível rumo à autodeterminação e ao Estado palestino, reconhecido como a aspiração do povo palestino.
Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para definir um horizonte político de convivência pacífica e próspera.
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