A assembleia Geral da ONU foi marcada por discursos do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas e pelo primeiro-ministro de Israel.
Abbas começou seu discurso falando sobre a crise humanitária causada pelo conflito entre Israel e o Hamas, destacando as baixas civis e a fome:
“Estão matando ou ferindo mais de 200.000 palestinos, a maioria deles crianças desarmadas, mulheres e idosos. Uma guerra na qual eles deslocaram centenas de milhares e impediram a entrada de alimentos e medicamentos, causaram a fome de 2 milhões de palestinos.”
Ele seguiu trazendo a escala da destruição em Gaza e afirmando que se trata de um crime contra a humanidade:
“Eles impuseram um cerco a um ao povo inteiro e destruíram mais de 80% de casas, escolas, hospitais, igrejas, mesquitas, infraestrutura. O que Israel está fazendo não é apenas uma agressão, é um crime de guerra e um crime contra a humanidade.”
No entanto, o representante palestino criticou o atentado feito pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023:
“Apesar de tudo que nosso povo tem sofrido, nós rejeitamos o que o Hamas fez no 7 de outubro. Essas ações tiveram como alvo civis israelenses e tomaram reféns. Porque tais ações não representam o povo palestino, nem representam a sua luta justa pela liberdade e pela independência.”
A ANP é controlada pelo Fatah, um partido nacionalista de esquerda e laico que controla algumas regiões na Cisjordânia.
A organização negociou a paz com Israel na década de 1990 e abaixou suas armas em troca de reconhecimento.
Conheça a história do principal líder do grupo com o especial A Face Oculta de Yasser Arafat. Assista completo abaixo:
O grupo foi expulso pelo Hamas de Gaza em 2006, após um racha entre os islamitas radicais e nacionalistas palestinos.
Nesse contexto, Abbas pediu que o controle da Faixa de Gaza seja entregue à ANP e afirmou que não dará nenhum poder ao Hamas:
“Nós afirmamos e continuamos afirmando que a faixa de Gaza é uma parte integral do estado da Palestina e que estamos prontos para assumir total responsabilidade pela governança e pela segurança ali. O Hamas não terá nenhum papel no governo. O Hamas e outras facções terão de entregar suas armas à Autoridade Nacional Palestina.”
Assim que o primeiro-ministro israelense subiu no púlpito da Assembleia Geral das Nações Unidas, delegações de diversos países deixaram o local como protesto.
Ele comentou que não aceita a criação de um Estado Palestino e comparou a situação com a criação de um governo terrorista:
“Dar aos palestinos um Estado a uma milha de Jerusalém depois de 7 de outubro é como dar ao Al Qaeda um Estado a uma milha de Nova York depois de 11 de setembro… Isso é pura loucura. É insano, e nós não faremos isso”.
O primeiro-ministro também criticou as acusações de genocídio na guerra contra o Hamas, ele destacou os avisos feitos por Israel antes de ataques:
“Agora quero fazer uma pergunta simples, uma pergunta lógica simples… Um país que comete genocídio imploraria à população civil que supostamente está a atacar que saia do caminho do perigo?”
Conheça a história do homem que governa Israel com o especial A Face oculta de Benjamin Netanyahu:
Ele seguiu afirmando que o Hamas se esconde em instalações não militares e usa civis como escudos humanos.
Segundo o primeiro-ministro, até líderes internacionais que têm criticado israel diante das câmeras elogiam o país nos bastidores:
“Vocês sabem, no fundo, que Israel está lutando a sua luta, então quero contar um segredo: muitos dos líderes que nos condenam publicamente, nos agradecem em privado. Eles me dizem o quanto valorizam os serviços de inteligência de Israel, que impediram ataques terroristas em suas capitais”.
Nas últimas semanas, países tradicionalmente alinhados a Israel, como Canadá, Austrália e Reino Unido reconheceram um Estado Palestino soberano.
Entenda melhor os motivos por trás da guerra entre Israel e o Oriente Médio para além das narrativas ocidentais com From the River to the Sea. Assista completo abaixo:
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