A guerra na Faixa de Gaza acirrou as tensões entre palestinos e israelenses na última semana. De um lado, um grupo se considera vítima de opressão. Do outro, uma nação alega ter direitos históricos sobre a região.

Apesar das diversas narrativas veiculadas pela mídia, o embate entre Israel e Palestina é mais complicado do que aparenta.

O professor Heni Ozi Cukier explica que historicamente, ambos os povos habitaram a região. Portanto, é impreciso afirmar que a terra estava desabitada aguardando a chegada dos judeus, como defende Israel. 

Por outro lado, não é verdade que estes simplesmente expulsaram toda a população palestina. 

"Existem duas narrativas muito centrais na história do conflito”, detalha. 

Explicou que para os judeus, aquela é uma terra vazia, prometida a seu povo:

“Uma diz o seguinte: que aquela terra era uma terra que não tinha ninguém, que estava aguardando a chegada do povo escolhido. É uma narrativa, isso não é a verdade”.

Já os palestinos, alegam que já estavam lá quando os judeus apareceram: 

“Eles dizem: essa terra era minha e chegou um outro povo e me expulsou dela. Isso é uma narrativa também não é verdade”, detalha Cukier.

Destaca que entender esse contexto é essencial para apreender a verdadeira natureza do que está acontecendo. 

"É uma mistura, os dois povos estavam ali. E tudo bem, então a gente tem que encontrar um caminho para os dois povos conviverem.", finaliza.

Para entender mais sobre um dos conflitos mais longevos da humanidade, a Brasil Paralelo foi até o Oriente Médio ouvir as pessoas que de fato vivem essa realidade. 

O filme “From the River to the Sea” vai além de relembrar as causas e consequências do ataque. Ele analisa o conflito entre árabes e judeus e também como grupos extremistas ganharam espaço em determinadas regiões, como a Faixa de Gaza.

Clique aqui para ser avisado da estreia, que acontece no dia 7 de outubro de 2024. 

Escalada de conflito

A tensão entre Israel e Palestina aumentou na semana passada, quando Israel atacou prédios usados pelo Hezbollah como sede e depósito de armas. 

O bombardeio atingiu a sede da milícia xiita localizada em Beirute, poucos minutos antes de Benjamin Netanyahu começar a discursar na sede da Assembleia Geral da ONU.

Testemunhas relataram à agência Reuters que múltiplas explosões ocorreram, o que fez com que diversas nuvens de fumaça atingissem a cidade. Veja o vídeo: 

Na ocasião, o chefe da organização terrorista foi morto. Em resposta, o Irã bombardeou Israel na terça-feira dia 1º de outubro.