O governo americano e a China concordaram em fazer um acordo para uma pausa de 90 dias na guerra comercial.
O anúncio aconteceu após negociações na Suíça e prevê uma redução significativa nas sobretaxas impostas mutuamente.
As tarifas americanas sobre diversos produtos chineses cairão de 145% para 30%, enquanto a China vai diminuir suas tarifas sobre importações dos EUA de 125% para 10%.
A medida representa um alívio temporário nas tensões que abalaram os mercados globais, mas a disputa de fundo permanece complexa.
Desde que Trump retornou à presidência tem utilizado as tarifas como principal ferramenta econômica e corrigir o que considera desvantagens comerciais para os Estados Unidos.
Trump descreve os déficits comerciais como um sinal de que os EUA estariam sendo "roubados" ou "subsidiando" outras nações.
A escalada com a China atingiu seu ápice em abril de 2025, após Trump anunciar tarifas sobre diversos parceiros comerciais.
A maioria dos tributos foram posteriormente suspensos por 90 dias para a maioria, exceto para a China.
Pequim viu suas exportações para os EUA serem sobretaxadas em 34%, valor que se somava a 20% já existentes.
A resposta chinesa veio no dia 4 de abril, quando Pequim impôs tarifas extras de 34% sobre produtos americanos.
A tensão aumentou quando Trump deu um ultimato à China para retirar suas tarifas até 8 de abril, sob pena das tarifas subirem para 104%.
A China não cedeu e declarou estar pronta para "revidar até o fim". Cumprindo a ameaça, Trump confirmou a elevação.
O governo chinês respondeu na mesma moeda, elevando suas tarifas sobre produtos americanos para 84% em 9 de abril.
No mesmo dia, enquanto anunciava uma "pausa" no tarifaço para outros países, Trump voltou a mirar a China, elevando a taxação sobre seus produtos para 125%.
A Casa Branca esclareceu que essa taxa se somava a uma anterior de 20%, resultando em uma alíquota total de 145%.
No dia seguinte, a China dobrou a aposta e elevou suas tarifas sobre produtos americanos para 125%.
Essas tarifas são, na prática, impostos pagos pelas empresas que importam os produtos, e a receita gerada pelas taxas sobre produtos chineses, por exemplo, vai para o Tesouro dos EUA.
As empresas importadoras têm algumas opções: tentar repassar o custo ao fabricante estrangeiro, absorver o prejuízo reduzindo suas margens de lucro, ou, o mais comum, aumentar os preços para o consumidor final.
Estudos apresentados pelo jornal New York Times sobre o primeiro mandato de Trump indicaram que a maior parte do custo das tarifas sobre a China foi repassada aos consumidores americanos.
O impacto é sentido em uma vasta gama de produtos, desde brinquedos até eletrônicos e roupas.
A notícia da trégua de 90 dias entre EUA e China trouxe um alívio imediato aos mercados financeiros.
Bolsas do mundo inteiro estão se recuperando e o dólar se fortalecendo diante da diminuição do risco de uma recessão global aprofundada pelo conflito tarifário.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que "nenhum dos lados deseja um desacoplamento" e que as tarifas altíssimas equivaliam a um "embargo".
Ele ressaltou, contudo, que os EUA continuarão um "reequilíbrio estratégico" em setores sensíveis como medicamentos, semicondutores e aço.
O Ministério do Comércio da China, por sua vez, celebrou os "consensos importantes e avanços substanciais" nas negociações.
Além disso, voltou a classificar as tarifas americanas como "sem justificativa", afirmando que as medidas de retaliação chinesas protegeram seus interesses e a "justiça internacional".
O próprio presidente Trump declarou não esperar o retorno das tarifas aos níveis anteriores e se mostrou otimista quanto a um acordo definitivo.
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