O choque em Marabá (PA): crueldade e acusações na Fazenda Cedro
Relatos e imagens fortes descreveram a morte de dezenas de vacas da raça Nelore, muitas delas receptoras de embriões de alto valor genético.
O número de animais mortos pode ter variado entre 30 e 50 animais mortos em dois ataques, resultando em prejuízos diretos estimados em mais de R$ 200 mil.
As descrições incluíam cenas de extrema crueldade, como animais alvejados, mutilados, decapitados e até fetos retirados de vacas prenhas e deixados pelo chão.
O gerente da fazenda acusou os integrantes do movimento pela matança, a região convivia com uma ocupação do MST há seis anos.
A fazenda já havia sido marcada pela disputa entre proprietários e membros do grupo. Em 2012, seguranças teriam atirado contra manifestantes, ferindo 22 pessoas.
A gravidade das denúncias de Marabá levaram à mobilização de uma força-tarefa composta por agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Civil e da Militar.
Funcionários de órgãos como o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), do Ministério Público e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) também foram acionados.
O caso foi para a arena política, deputados como Fernando Francischini e Eduardo Bolsonaro usando as denúncias para atacar o MST e tentar convocar uma CPI, mas não conseguiram as assinaturas necessárias
As investigações não conseguiram determinar quem de fato matou os animais
A perícia técnica esteve no local, confirmou a mortandade e coletou cartuchos de espingarda calibre 20, tratados como indícios.
A força-tarefa descobriu que 12 açougues na região estavam vendendo carne sem origem comprovada.
O delegado Delgado mencionou levantamentos que indicavam que essa carne poderia ser proveniente da fazenda.
Essa linha investigativa, focada em um possível mercado clandestino abastecido por roubo de gado, aumentou a quantidade de suspeitos.
As autoridades não conseguiram determinar se os animais foram mortos por militantes do MST ou por criminosos comuns.
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