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Internacional
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50 crianças conseguem escapar de terroristas após sequestro em escola cristã

253 crianças seguem em cativeiro juntamente com 12 professores.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
24/11/2025 9:33
Uol

Homens armados sequestraram 303 crianças com idades entre 10 e 18 anos da escola católica St. Mary, na remota comunidade de Papiri, na Nigéria. 

O ataque aconteceu na sexta-feira (21) e também envolveu o sequestro de 12 professores

Ao longo do final de semana, 50 dessas crianças conseguiram escapar e se reencontrar com suas famílias.

O presidente da Associação Cristã da Nigéria no estado de Níger e proprietário da escola, Bulus Dauwa Yohanna, comentou o caso e pediu a liberação dos reféns que permanecem:

Por mais que recebamos com certo alívio o retorno dessas 50 crianças que escaparam, peço a todos que continuem em oração pelo resgate e retorno seguro das vítimas restantes

O sequestro foi realizado por grupos armados que têm atuado com frequência na região, visando alvos civis vulneráveis, especialmente instituições cristãs. Até o momento, nenhum grupo específico assumiu a autoria do ataque.

O papa Leão XIV falou sobre o sequestro após fazer a oração do Angelus na Basílica de São Pedro.

Durante sua fala, ele fez um apelo pela libertação dos reféns e pediu que as autoridades locais a trabalharem para que o caso seja resolvido:

Sinto profunda tristeza, especialmente pelas muitas meninas e meninos que foram sequestrados e por suas famílias angustiadas… Faço um apelo sincero pela libertação imediata dos reféns e exorto as autoridades competentes a tomarem decisões apropriadas e oportunas para garantir sua libertação.”

Esse não foi um caso isolado. Na mesma semana, homens armados também invadiram uma igreja no estado de Kwara, mataram ao menos duas pessoas e sequestraram vários fiéis, incluindo o pastor. 

Houve ainda outro sequestro em um internato feminino no estado de Kebbi, onde 25 alunas foram levadas e a vice-diretora da escola foi morta a tiros.

Violência contra cristãos cresce na região

A Nigéria é considerada o lugar mais letal do mundo para os cristãos desde 2023. Cerca de 89% dos religiosos assassinados no mundo foram mortos lá, segundo dados da ONG Portas Abertas.

Mais de 4.400 pessoas foram mortas pela fé apenas em 2024, segundo a ONG Portas Abertas. A organização classifica o país como o sétimo mais perigoso para os cristãos.

Os métodos utilizados pelos terroristas são variados. Ataques a vilarejos, muitas vezes noturnos, envolvem o assassinato indiscriminado de homens, mulheres e crianças

Homens e meninos cristãos são alvos frequentes, em uma tentativa de eliminar lideranças e impedir o crescimento futuro das famílias associadas à religião

Mulheres e meninas são vítimas de sequestros, estupros sistemáticos, casamentos forçados e escravidão sexual, afirma a Anistia Internacional

Centenas de igrejas foram destruídas, assim como casas, escolas, clínicas e plantações, aniquilando os meios de subsistência e forçando um êxodo em massa

A devastação tem feito com que milhões se desloquem dentro do próprio país, vivendo condições precárias em acampamentos superlotados ameaçados pela violência

Além da violência física direta, nos estados do Norte onde a lei islâmica da Sharia vigora, os cristãos são submetidos a uma discriminação legal e social severa, sendo tratados como cidadãos de segunda classe.

País se tornou o mais letal para cristãos no mundo

Na Páscoa de 2025, uma série de ataques coordenados contra comunidades cristãs na região de Plateau terminaram com pelo menos 126 pessoas mortas

O governador do estado, Caleb Mutfwang, chegou a usar o termo "genocídio" para descrever a situação.

Um dos maiores ataques aconteceu na aldeia de Zike, durante o Domingo de Ramos. Mais de 50 fiéis foram assassinados enquanto dormiam ou participavam de celebrações.

Quem está matando os cristãos na Nigéria?

Os responsáveis por essa campanha de terror são extremistas islâmicos que atuam na região.

Os mais poderosos são as milícias formadas pelo povo Fulani, o Boko Haram e sua facção afiliada ao Estado Islâmico, ISWAP

Cristãos no norte e centro da Nigéria enfrentam violência extrema do Boko Haram, ISWAP e militantes armados Fulani, que já mataram milhares de fiéis, destruíram centenas de igrejas e deslocaram comunidades cristãs inteiras”, contou Ryan Brown, CEO da Open Doors US, à Fox News.

O objetivo não é apenas infligir perdas, mas erradicar completamente a presença e a influência cristã nessas áreas.

O Dr. John Eibner, da Christian Solidarity International (CSI) aponta para uma combinação de fundamentalismo islâmico com objetivos de expansão territorial e controle de recursos

Há uma intenção de tomar as terras tradicionalmente ocupadas por comunidades cristãs, muitas delas agrícolas, e impor uma visão radical do Islã. 

Além disso, disputas por terra e água entre pastores nômades Fulani e agricultores cristãos, são frequentemente o estopim para a violência.

Muitas vezes esses embates são instrumentalizados pelos grupos extremistas para recrutar novos membros.

Governo não consegue impedir genocídio

O assessor sênior para a Nigéria no International Crisis Group, Nnamdi Obasi, afirma que houve um aumento no orçamento de defesa, "mas isso não se traduziu em melhores resultados na prática."

Em entrevista ao Financial Times ele afirmou que a falta de ação do governo nigeriano criou um cenário difícil e perigoso:

"Há uma inércia contínua na Nigéria e uma falta de ação que está se acumulando, e estamos tendo situações explosivas".

No passado, o ex-presidente Muhammadu Buhari foi acusado pela organização Genocide Watch de não ter feito nada para impedir o genocídio por fazer parte da etinia Fulani.

Trump falou sobre o massacre na Nigéria

O assunto tem recebido foco dos jornais no mundo, após Trump defender uma intervenção militar americana para parar os assassinatos

Se o governo da Nigéria continuar permitindo a morte de cristãos, os EUA interromperão imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria e poderão entrar naquele país agora desonrado “armados até os dentes” para eliminar os terroristas islâmicos”, publicou o presidente nas redes sociais.

O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, publicou um print do post de Trump confirmando a possibilidade de uma operação no país:

Sim, senhor. A matança de cristãos inocentes na Nigéria e em qualquer lugar deve acabar imediatamente. O Departamento de Guerra está se preparando para agir.”

O porta-voz da presidência nigeriana, Daniel Bwala, disse que seu governo quer marcar uma reunião com Trump

Durante um pronunciamento, ele afirmou que interpreta as falas do presidente como uma forma de pressionar uma parceria para combater o terrorismo:

Sabemos que Donald Trump tem seu próprio estilo de comunicação. Entendemos que o objetivo é forçar um diálogo entre os dois países para reforçar o combate ao terrorismo”.

Esse apoio americano seria visto com bons olhos pelos nigerianos, desde que “respeite a integridade territorial” da nação africana.

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