Vídeos do Cristiano Ronaldo no YouTube se tornaram um canal para que um casal de espiões russos passasse informações.
Por mais de duas décadas, Andreas e Heidrun viveram sem levantar suspeitas na pacata cidade de Marburg, ao norte de Frankfurt, Alemanha.
Usando documentos e identidades falsas, eles se apresentavam como dois descendentes de sul-americanos.
Ele trabalhava como engenheiro automotivo, enquanto ela cuidava da casa e da filha do casal, que não tinha a menor ideia da vida dupla dos pais. No entanto, por trás da fachada de normalidade, os Anschlag eram espiões experientes.
Recrutados antes mesmo da queda do Muro de Berlim, eles passaram 23 anos enviando segredos do ocidente para os serviços de inteligência da URSS e depois para a Rússia.
Por esse trabalho, eles recebiam um salário anual estimado em aproximadamente R$557 mil em valores atuais.
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Com a popularização da internet, o casal encontrou no YouTube uma ferramenta para se comunicar com o Serviço de Inteligência Estrangeira de Moscou (SVR).
No início de 2011, os Anschlag criaram um perfil na plataforma com o nome de usuário @Aplenkuh1, algo como "Vaca Alpina 1".
Pouco depois, o Kremlin também abriu uma conta no YouTube usando o nome "@crsitanofootballer".
A seção de comentários de vídeos de Cristiano Ronaldo foi o fórum escolhido para a troca de mensagens secretas.
Comentários aparentemente inofensivos, como "É um vídeo muito bom e a música também é muito boa", eram postados pela conta do casal.
A resposta vinha da conta ligada ao serviço secreto russo, por exemplo: "Ele corre e joga como o diabo".
Segundo investigadores alemães, esses comentários incluíam sequências de sinais de pontuação que podiam ser convertidas em números.
Esses números remetiam a mensagens pré-acordadas entre os espiões e seus controladores em Moscou.
Além do YouTube, os Anschlag utilizavam métodos mais tradicionais de espionagem, como rádios e satélites.
Eles também contavam com a ajuda de um informante infiltrado no Ministério das Relações Exteriores da Holanda.
Esse funcionário enviava documentos que eram coletados em locais secretos para troca de material ou através de pen drives escondidos em tocas de animais.
Após serem rastreados por forças especiais da inteligência alemã, a casa dos Anschlag foi invadida em uma operação dramática em outubro de 2011.
No momento da entrada da polícia, Heidrun estava em seu escritório recebendo uma mensagem através de um transmissor. Em choque, ela caiu da cadeira e desconectou o cabo do aparelho.
Em julho de 2013, o casal foi condenado pela justiça alemã: Andreas a seis anos e meio de prisão, e Heidrun a cinco anos e meio.
O oficial holandês que colaborava com eles também recebeu uma pena de 12 anos na prisão.
No entanto, os dois agentes foram libertados e discretamente deportados para a Rússia até o final de 2015.
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