A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 192 milhões de pessoas entre 15 e 64 fazem uso da maconha em todo o mundo. No Brasil, cerca 1,5 milhão de jovens e adultos utilizam a droga diariamente e 7% da população já fumou maconha pelo menos uma vez.
A maconha atinge o sistema nervoso causando relaxamento, mas no longo prazo compromete a saúde física e psicológica.
Depressão, alterações de humor, falhas de memória e de coordenação motora são alguns dos sintomas causados pelo vício em maconha. Ainda que alguns pesquisadores defendam seu uso para fins medicinais, outros discordam. Nesse texto, conheça os efeitos da maconha e forme sua opinião com embasamento profundo.
A maconha é uma planta chamada Cannabis sativa. Ela cresce com folhas verdes e finas e tem um cheiro forte.
Sua flor possui substâncias com efeitos psicoativos, alterando o funcionamento do cérebro e podendo causar alucinações. De acordo com o psicanalista Fabrício Selbman, a maconha possui mais de 400 compostos no total.
Ela concentra canabinóides, que são os principais responsáveis pelos efeitos recreativos da maconha. Alguns desses compostos também têm potencial para uso medicinal segundo o psicanalista.
O principal tipo é a Cannabis Sativa. Ela foi a primeira a ser descoberta e ainda é a mais popular entre os usuários. Contudo, há outras versões, como a Cannabis Indica, a Ruderalis e as híbridas. Essas são modificações produzidas em laboratório.
A Indica é a que possui efeitos psicoativos mais forte, e a Sativa é a mais utilizada.
Alguns defendem o uso medicinal da planta, alegando que os efeitos da maconha podem servir como analgésicos, relaxantes, terapêuticos e estimulantes de apetite.
Algumas doenças que podem ser combatidas com maconha são:
Os estudos sobre usos medicinais da maconha e possíveis efeitos colaterais estão em fase experimental e não apresentam resultados conclusivos.
Um estudo da Dra. Gabrielle Campbell, do Centro Nacional de Pesquisas sobre Drogas e Álcool da Universidade de New South Wales, afirmou que a cannabis não é efetiva no alívio de dores.
A principal possível contribuição da Cannabis é no alívio de dores, como consta no artigo científico “Aspectos práticos do uso da cannabis medicinal em dor crônica”. Ela não participa do processo de cura.
Das mais de 400 substâncias presentes na maconha, apenas duas são usadas em medicamentos:
Ambas as substâncias podem ser sintetizadas em laboratório. Leia mais sobre ele no nosso artigo em que discutimos se maconha medicinal é um mito e veja detalhes dessa indústria e seus efeitos no documentário além da fumaça, disponível para membros da BP Select - toque aqui para saber mais.
No final de 2019, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a venda, em farmácias, de produtos à base de Cannabis para uso medicinal. No entanto, continua sendo proibida a fabricação da planta em território brasileiro, forçando que os produtos sejam importados e, dessa forma, fiquem mais caros.
Médicos alertam para as propriedades viciantes do THC que podem gerar dependência dos usuários. O Dr Félix Carvalho, em entrevista:
“O fato de se ter encontrado, para a Cannabis, alguns benefícios a nível medicinal, não poe fazer com que esse produto passe a ser utilizado de forma recreativa”.
A partir de agora, conheça os efeitos da maconha registrados no Manual MSD para saúde da Família. Veja quais quadros prejudicam o usuário.
O uso da maconha provoca uma diminuição na atividade do cérebro, criando um estado semelhante ao de um sonho. Os pensamentos podem surgir de maneira desorganizada e sem lógica aparente. Ela afeta intensamente na percepção sensorial. o tempo pode parecer passar devagar, as cores se tornam mais vivas e os sons parecem mais nítidos.
O resultado de curto prazo é uma redução do estresse e sensação de conforto. Os efeitos podem variar dependendo do contexto em que é consumida e do estado emocional do usuário.
O tempo que ela influencia o cérebro também pode variar, há casos em que as habilidades cognitivas e motoras ficam impactadas por um dia inteiro. Durante 24 horas o usuário pode apresentar:
Em alguns casos, especialmente entre usuários iniciantes, a experiência pode ser desagradável. A experiência pode ser de ansiedade intensa, pânico ou até desconfiança excessiva.
Além disso, em pessoas com transtornos mentais como a esquizofrenia, a maconha pode agravar sintomas já existentes ou até desencadear episódios psicóticos.
Um estudo de pesquisadores da Universidade de Bath no Reino Unido e publicado na revista Addiction observou 2.437 adolescentes e adultos jovens (14-24 anos). Os autores observaram um risco aumentado de seis pontos percentuais (de 15% para 21%) de sintomas psicóticos em usuários de cannabis sem predisposição para psicose.
Entre os que tinham disposição, o risco aumentou de 25% para 51%.
Usuários recorrentes da substância podem apresentar sintomas respiratórios como:
Diferentemente do tabaco, também não foi identificada uma relação direta com câncer na região da cabeça, pescoço ou pulmões. Entretanto, iniciar o uso de maconha durante a adolescência pode acarretar prejuízos no desenvolvimento cerebral.
Um efeito que vem sendo observado é a recorrência de náuseas e vômitos, mas tende a desaparecer em até dois dias. Um sinal característico que ajuda os médicos a identificar esse problema é o alívio parcial dos sintomas após banhos quentes, algo incomum em outros quadros.
Estudos indicam que mulheres que fazem uso da maconha têm menos chance de engravidar. A exposição à substância durante a gestação pode resultar em bebês com peso ligeiramente abaixo do normal.
O principal composto da maconha, o THC, pode ser transferido para o bebê pelo leite materno. Mulheres grávidas, em fase de amamentação ou tentando engravidar são orientadas a evitar o uso.
Nos homens, o consumo da maconha pode afetar a qualidade do esperma, reduzindo a quantidade de espermatozoides, o que pode diminuir a fertilidade.
Os sintomas de abstinência tendem a ser leves, pois a maconha é eliminada do corpo no decorrer das semanas. Ainda assim, para quem se acostumou a usar com frequência, uma parada abrupta pode causar:
Para entender todo o quadro por completo, leia o artigo da Brasil Paralelo em que discutimos a legalização da maconha e o que isso pode significar.
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Vamos deixar aqui embaixo a aula aberta do advogado Marcus Vinícius Lins em que ele disseca oito mitos que permeiam o debate sobre a legalização da maconha. Assista:
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A maconha deve, ou não ser legalizada? Quais seriam os impactos sociais e econômicos dessa decisão?
A produção Além da Fumaça, disponível no streaming da Brasil Paralelo, viajou pela Holanda, Uruguai, Portugal e Brasil para entrevistar especialistas e ver como a legalização afetou países, inclusive entrevistou usuários e famílias que sofreram com seu uso.
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