Sentir-se exausto é comum na rotina moderna. Segundo Eslen Delanogare o mundo vive uma “era da exaustão”:

“Estamos sempre ocupados, sempre conectados, sempre “rendendo”. Responder mensagens de trabalho às 22 horas virou o novo normal. Sentir culpa por descansar também.”

O professor e doutor em Neurociências ressalta que é comum as pessoas acharem normal sentir cansaço a ponto de não perceberem quando a exaustão atingiu o estágio de transtorno de saúde.

Para Dalenogare, esse cenário está causando cada vez mais impactos negativos na saúde mental de grande parte da população.

Apenas no ano passado, 470 mil brasileiros pediram afastamento de seus trabalhos por causa de questões psicológicas.

• O relatório aponta para 4 mil afastamentos causados por conta de esgotamento mental no trabalho, também conhecido como burnout. 

O número pode ser muito maior, já que a maioria dos casos acabam não sendo notificados.

Segundo a International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), a doença atingia 32% dos 100 milhões de trabalhadores no Brasil no fim de 2023.

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O que é a Síndrome de Burnout?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o Burnout como resultado do estresse crônico no ambiente de trabalho. 

Segundo o Ministério da Saúde, a causa principal é o excesso de trabalho e a pressão constante, condições comuns em profissões como médicos, professores e policiais. 

Outros gatilhos importantes incluem metas de trabalho consideradas muito difíceis, a sensação de incapacidade para cumprir as tarefas ou mesmo um ambiente de trabalho hostil.

Sintomas persistentes: mais do que cansaço

A diferença crucial entre Burnout e o cansaço comum reside na persistência. Enquanto a fadiga normal desaparece com o descanso, seja um fim de semana ou férias, os sintomas do Burnout continuam. 

É importante ficar atento aos sinais, que são diversos. No campo mental e emocional, pode haver:

• cansaço extremo, 
• dificuldade de concentração, 
• sentimentos de fracasso, 
• insegurança, 
• negatividade constante, 
• desesperança, 
• alterações bruscas de humor e 
• isolamento. 

A doença também pode se manifestar de maneira física, com sintomas como: 

• dores de cabeça frequentes, 
• alterações no apetite, 
• insônia, 
• fadiga, 
• pressão alta, 
• dores musculares, 
• problemas gastrointestinais e 
• alteração nos batimentos cardíacos. 

Se o descanso não recupera a energia e a motivação para o trabalho, é um forte indicativo da síndrome.

Delanogare destaca que é muito importante achar o equilíbrio entre trabalho e descanso para garantir a saúde mental:

“Crescer não significa estar sempre exausto. O verdadeiro progresso acontece quando há um jogo de equilíbrio… Sucesso não é apenas conseguir o que deseja, mas ter energia para curtir o processo.”

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