A juventude já foi considerada o período de maior felicidade da vida humana. A meia-idade, a fase mais difícil. A velhice, um retorno ao equilíbrio.
Essa lógica pode ter mudado. Um estudo publicado na revista PLOS ONE em agosto de 2025 analisou mais de 2 milhões de respostas em 44 países.
A pesquisa constatou que a geração mais jovem é hoje a que mais sofre com angústia, ansiedade e sentimentos de desesperança.
“Observamos uma mudança de um formato de corcova para uma pista de esqui”, resumiu o economista Alex Bryson, um dos autores da pesquisa.
Nos Estados Unidos, a infelicidade entre jovens mais que dobrou em 30 anos.
Em 1993, apenas 2,9% dos menores de 25 anos relataram viver em “desespero”. Em 2023, o índice subiu para 8%.
No total da população, a proporção de pessoas que passaram todos os dias do mês com problemas de saúde mental quase duplicou: de 3,7% em 1993 para 6,7% em 2023/24.
No Reino Unido, a mudança foi ainda mais acentuada entre as mulheres jovens.
Em 2009, 4,4% das mulheres com menos de 25 anos estavam em desespero.
No Global Minds Project, que reuniu dados de 1,7 milhão de pessoas em 44 países, os resultados revelam um cenário preocupante:
Entre as mulheres jovens, a situação é ainda mais grave: 53% estão em risco, contra 41% dos homens da mesma faixa etária.
Os pesquisadores listam algumas hipóteses:
O impacto vai além das estatísticas. O estudo conecta o declínio da saúde mental juvenil a aumento nas taxas de suicidio e aumento na taxa de empregos entre os jovens.
A pesquisa mostra ainda que cada geração entra na vida adulta em patamar mais baixo de bem-estar do que a anterior.
“Não é inconcebível que, se os jovens começam tão mal, possam estar ainda piores na meia-idade”, alerta Bryson.
O estudo indica que a juventude já não concentra os maiores níveis de bem-estar. A tendência levanta a questão de como essa mudança pode impactar áreas como educação, saúde pública, produtividade e política nas próximas décadas.
No Conversa Paralela, Lara Brenner e Arthur Morisson receberam os médicos psiquiatras Saulo Barbosa, um dos profissionais entrevistados para o Original BP A Fantástica Fábrica da Sanidade, e Paula Campozan.
Na ocasião, os convidados discutiram alguns dos principais temas da psicologia e da psiquiatria, como depressão, síndrome de burnout, transtorno bipolar e psicanálise.
Também falaram sobre possíveis causas desses transtornos e apontaram caminhos de tratamento para quem convive com essas condições.
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