Billie Eilish começou a assistir pornografia aos 11 anos. Anos depois, reconheceu: a exposição precoce ao conteúdo adulto deixou marcas profundas.
Aos 19 anos, a cantora concedeu uma entrevista em que revelou que os vídeos vistos na infância foram abusivos, violentos e causaram traumas psicológicos.
“Tive pesadelos. Hoje me sinto devastada só de pensar nisso”.
Eilish contou que sua iniciação sexual foi marcada por confusão e submissão.
“Comecei a fazer sexo sem dizer não a coisas que não eram boas para mim. Achava que deveria gostar daquilo, porque foi o que vi”, disse.
O consumo de pornografia, segundo ela, criou uma ideia deturpada de desejo, consentimento e prazer.
A artista se destacou na juventude pelo estilo de roupas largas e por críticas à hipersexualização feminina. Ela afirmou que a pornografia moldou sua visão de mundo e não para melhor.
“Eu pensava que aquilo era normal. Que era assim que as mulheres deviam se comportar. Me achava esperta por não ter problemas com isso, mas estava completamente enganada.”
O tema veio à tona por causa da música Male Fantasy (“Fantasia masculina”), do álbum Happier Than Ever.
A canção critica o modo como a pornografia transforma o corpo feminino em objeto e propaga uma fantasia masculina de prazer desconectada da realidade.
Hoje, Eilish afirma: “A pornografia é uma desgraça”.
O Unicef afirma que a exposição precoce à pornografia pode causar problemas de saúde mental e ansiedade. Também pode distorcer a sexualidade das crianças.
Quando o conteúdo é violento ou misógino, há risco de normalização de comportamentos abusivos.
O que Billie Eilish viveu na infância se repete com muitas pessoas. Em entrevista à Brasil Paralelo, o terapeuta Giovanni José de Oliveira e Silva afirmou que o consumo de pornografia na adolescência pode gerar um vício.
Segundo ele, trata-se de um processo progressivo e destrutivo.
“Não é um vício estático. Ele avança. Vai corroendo a mente, a vontade e até o corpo”.
Do ponto de vista neurológico, tudo começa com a dopamina, conhecida como hormônio do prazer. Quando alguém assiste pornografia, o cérebro libera uma quantidade exagerada dessa substância.
Giovanni explica que o vício vai se aprofundando.
“A pessoa começa com vídeos leves. Depois passa para fetiches, orgias, cenas violentas. Em muitos casos, chega à prostituição ou até à pedofilia.”
Além da química, o vício muda a percepção da realidade. “Coisas que antes pareciam absurdas viram desejo. O cérebro se acostuma com o bizarro. O sexo deixa de ser amor e passa a ser performance.”
É o que Billie Eilish relatou. “Comecei a fazer sexo sem dizer não a coisas ruins. Achei que eu devia gostar daquilo. Foi o que vi.”
No fim, ela resumiu o impacto:
“A pornografia destruiu meu cérebro.”
Billie Eilish é um símbolo da geração que cresceu sob os olhos da internet. Foi a segunda artista mais ouvida do Spotify em 2019.
Sua denúncia lança luz sobre um problema cada vez mais comum: crianças que acessam conteúdos impróprios antes mesmo de entender o que estão vendo.
O caso mostra que, por trás do discurso de “liberdade sexual”, existe uma realidade muitas vezes marcada por trauma, confusão e silêncio.
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