Um vídeo do presidente da França, Emmanuel Macron, levando um tapa no rosto de sua esposa viralizou nas redes sociais.
Macron minimizou o episódio, e disse que foi uma "brincadeira" durante uma "discussão" com a esposa.
O incidente, no entanto, é apenas o mais recente de uma série de polêmicas e contradições que marcam a trajetória do líder francês.
Conheça cinco das maiores controvérsias de Emmanuel Macron:
O presidente francês Emmanuel Macron defende há anos uma regulação mais dura da internet e já deixou claro que quer o Brasil como aliado nessa empreitada.
Em 2023, ele chegou a enviar dois dos seus principais conselheiros a Brasília para articular um encontro com Lula com o objetivo de estreitar laços e discutir estratégias conjuntas para combater a desinformação nas redes sociais.
Entre os enviados estava Walid Fouque, conselheiro do governo francês para as Américas. Ao comentar o momento político, classificou o governo Bolsonaro como um "eclipse" nas relações entre os dois países.
Em contraste, destacou o “rápido reconhecimento” da vitória de Lula pelo presidente francês como sinal de reaproximação.
A movimentação acontece depois de Macron sugerir a possibilidade de "regulamentar ou cortar" o acesso a plataformas como Tik Tok e Snapchat em momentos de crise.
Ele acusou as plataformas de serem usadas para organizar protestos violentos em 2023 após uma série de manifestações:
"Quando as coisas saem do controle por um tempo, dizemos a nós mesmos: talvez estejamos nos colocando em uma situação para regulamentá-las ou cortá-las (...). Acho que é um debate real que precisamos ter à luz do dia."
Na época, ele afirmou que era preciso refletir sobre o uso dessas redes pelos mais jovens:
"Devemos refletir sobre o uso dessas redes entre os mais novos, nas famílias, na escola, sobre as proibições que devemos adotar",
A fala gerou uma onda de críticas na França, com oposição acusando Macron de autoritarismo e comparando a ideia a práticas de países como China e Irã.
O governo francês depois tentou suavizar, dizendo que não seria um "apagão geral", mas uma "suspensão" de algumas funções, como a geolocalização, para impedir a organização de tumultos.
Macron construiu uma imagem de líder engajado nas causas ambientais, se posicionando como um defensor da Floresta Amazônica.
Em 2019, ele liderou críticas ao então presidente Jair Bolsonaro, chegando a afirmar que a França também é um "país amazônico" devido à Guiana Francesa.
Ele chegou a defender que a Amazônia "não pertence apenas aos brasileiros, mas à humanidade".
Mais recentemente, em visita ao Brasil durante o governo Lula, Macron prometeu investimentos franceses em projetos de desenvolvimento sustentável na região.
Enquanto Macron cobra o Brasil, seu governo é acusado de negligenciar os problemas ambientais na própria Guiana Francesa.
Um dos exemplos é o avanço do garimpo ilegal e a aprovação de projetos de mineração e expansão econômica que impactam a floresta local.
Também é importante ressaltar que a França continental possui apenas cerca de 4% de seu território dedicado à preservação, enquanto o Brasil mantém aproximadamente 66% de sua cobertura vegetal original.
O presidente tem dado destaque para as políticas ambientais brasileiras em meio à sua oposição à negociação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Para ele, países como o Brasil não estariam cumprindo compromissos ambientais, como o Acordo de Paris sobre o clima.
A pauta ambiental é utilizada pelo presidente francês como um pretexto para proteger os agricultores de seu país da concorrência sul-americana.
Em novembro de 2022, o governo francês criticou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, por se recusar a permitir o desembarque de um navio humanitário com 230 migrantes resgatados no Mediterrâneo.
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, chegou a classificar a atitude italiana como "inaceitável" e anunciou retaliações.
No entanto, a França reforçou os controles na fronteira e suspendeu o acolhimento aos refugiados que estavam na Itália. O país recebeu o navio "excepcionalmente".
Além disso, pouco mais de um ano depois, em dezembro de 2023, o mesmo governo Macron aprovou uma nova lei de imigração, que endureceu as regras para estrangeiros no país.
A nova legislação, apoiada pelo partido de Macron, passou a condicionar o acesso a benefícios sociais a um período mínimo de cinco anos de presença na França.
Permitiu também o estabelecimento de cotas anuais de migração e facilitou a revogação da nacionalidade francesa para indivíduos com dupla cidadania condenados por crimes graves.
A lei também alterou o direito de solo (jus solis), exigindo que jovens nascidos na França de pais estrangeiros "manifestem a vontade" de se tornarem cidadãos franceses entre os 16 e 18 anos.
A medida foi vista por críticos como uma concessão à agenda da direita e gerou um racha na base aliada de Macron, culminando na renúncia do Ministro da Saúde.
Desde sua chegada ao Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron convive com críticas que o acusam de ser um presidente elitista.
Ele já chegou a repreender um jovem por chamá-lo de "Manu" em vez de "Senhor Presidente", chegando a chamá-lo de “imbecil”.
Em outra ocasião, ele declarou que não tinha "lição nenhuma a receber desse mundinho parisiense".
A imagem é alimentada por seu histórico como ex-banqueiro de investimentos no Rothschild & Cie e por políticas que beneficiaram os mais abastados.
A percepção de um governo voltado para as elites se cristalizou com a eclosão dos protestos dos "coletes amarelos" em 2018.
O movimento começou como uma reação ao aumento dos impostos sobre combustíveis, justificado como medida ambiental, mas virou uma revolta generalizada contra o alto custo de vida.
Manifestantes criticavam o que viam como a arrogância e o distanciamento do presidente em relação aos problemas da "França periférica".
Desde então, o presidente viu sua popularidade despencar e enfrentou a maior crise de seu primeiro mandato.
Emmanuel Macron ascendeu com a promessa de superar a divisão entre esquerda e direita com seu movimento de centro, "A República em Marcha!".
No entanto, seu governo foi marcado por manobras políticas e alianças que levantam questionamentos sobre sua visão de mundo e compromisso com a união do país.
Um exemplo notório ocorreu após o resultado de seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu.
Macron tomou a arriscada decisão de dissolver a Assembleia Nacional Francesa e convocar novas eleições legislativas.
Diante da do partido de direita Reunião Nacional no primeiro turno, o Macron e a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) formaram uma aliança para o segundo turno.
A estratégia conseguiu impedir que a direita conquistasse a maioria absoluta, mas a NFP emergiu como a maior força de oposição.
Seu partido ficou com o segundo lugar, enquanto o Reunião Nacional foi o que mais cresceu em representação.
O resultado foi um parlamento ainda mais fragmentado e um presidente enfraquecido.
Suas ações o mantêm no centro dos debates, mas também alimentam a percepção de um líder com ações e falas contraditórias.
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