O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) mudou sua política interna e passou a proibir a participação de atletas trans em esportes femininos.
A mudança segue uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, em fevereiro, intitulada “Mantendo Homens Fora dos Esportes Femininos”.
A decisão foi comunicada nesta segunda-feira (21) por meio de uma atualização no site do comitê e confirmada em carta enviada às federações esportivas do país.
A carta é assinada pela CEO do USOPC, Sarah Hirshland, e pelo presidente Gene Sykes, que disseram ter “a obrigação de cumprir as expectativas federais”, já que o comitê possui estatuto federal.
“Nossa política revisada enfatiza a importância de garantir ambientes de competição justos e seguros para as mulheres”.
A medida exige que todas as entidades filiadas ao USOPC, como as federações de natação, atletismo, esgrima, entre outras, ajustem suas regras e adotem critérios de elegibilidade que excluam atletas trans das categorias femininas.
A nova norma não menciona explicitamente o termo “transgênero”, mas remete diretamente à ordem de Trump. A medida prevê punições como o corte de verbas públicas para organizações que permitirem a participação de atletas trans em categorias femininas.
A USA Fencing, federação de esgrima, foi a primeira a acatar formalmente as mudanças.
A partir de 1º de agosto, seus torneios femininos estarão restritos a atletas “do sexo feminino”.
Já os eventos masculinos serão abertos a “todos os demais atletas, incluindo mulheres trans, homens trans, pessoas não binárias, intersexo e homens cisgênero”.
A NCAA, órgão que regula o esporte universitário nos EUA, adotou uma política semelhante no início do ano. A nova diretriz limita a participação em esportes femininos a atletas designadas como mulheres ao nascer.
A mudança foi anunciada logo após Trump assinar a ordem executiva.
Segundo dados da própria NCAA, o número de atletas transgênero é pequeno: menos de 10 entre os mais de 530 mil participantes registrados.
Ainda assim, o efeito simbólico da medida é relevante. Para os defensores da restrição, trata-se de proteger a justiça nas competições femininas. Já os críticos classificam a regra como discriminatória e desnecessária.
A nova política também pressiona federações internacionais. A World Athletics, federação de atletismo, e a World Aquatics, da natação, já aprovaram regras mais rígidas nos últimos anos proibindo, por exemplo, a participação de atletas trans.
Agora, a mudança do USOPC deve valer para todas as competições organizadas pelas federações filiadas, inclusive os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Los Angeles, em 2028.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) não estabelece regras únicas para todos os esportes e delega essa decisão a cada federação.
No entanto, a nova presidente do COI, Kirsty Coventry, já declarou que um dos focos de sua gestão será “proteger a categoria feminina” nas Olimpíadas.
Com isso, o debate sobre a presença de atletas trans em categorias femininas deve crescer também em outros países, à medida que federações e comitês olímpicos revisam suas próprias regras
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