Os 11 Principais Monumentos Históricos Brasileiros!

O que são Monumentos Históricos?

Monumentos Históricos são obras que simbolizam algum momento da história humana com o objetivo de fazer com que as pessoas lembrem daquele momento. Normalmente, são expostos em lugares públicos e possuem leis específicas para protegê-los.

Todo monumento tem um objetivo, uma intenção pela qual ele foi criado. E isso também contribui com a lembrança do passado. Um monumento histórico ensina sobre o período que ele está representando, mas também sobre o momento em que o próprio monumento foi construído.

Um exemplo é o Monumento às Bandeiras que se localiza no parque Ibirapuera em São Paulo. A estrutura representa os bandeirantes, personagens históricos importantes. Ao mesmo tempo, a forma como foram representados e lembrados transmite uma mensagem acerca do contexto da época.

A obra foi projetada em 1920 e começou a ser construída na década de 30, momento em que o patriotismo paulista era incentivado. São Paulo e o Governo Federal entraram em guerra durante a década de 1930.

Era um momento em que os paulistas incentivaram o sentimento regionalista e o amor pelo Estado. Os bandeirantes foram escolhidos como os heróis e associados a grandes desbravadores responsáveis por fazer São Paulo existir.

Esses personagens passaram a ser um símbolo que unia um povo a uma causa. Ter um monumento tão grandioso era uma maneira de reafirmar o simbolismo em torno do patriotismo paulista.

Seguindo a mesma lógica de representar um ou vários momentos, o Brasil possui vários outros monumentos. Veja os 11 principais monumentos históricos brasileiros.

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1 - Cristo Redentor (Rio de Janeiro)

A história do Cristo Redentor remonta ao século XIX, quando o padre Pedro Maria teve a ideia de erigir na capital do Império do Brasil uma estátua de Jesus Cristo. Ele disse isso no prefácio que escreveu do livro “Imitação de Cristo”.

Isso permaneceu apenas no campo das ideias. Depois do fim da escravidão no Brasil, um grupo de abolicionistas queriam homenagear a princesa Isabel.

A ideia era fazer uma estátua dela no alto do corcovado como a redentora dos escravos. Ela agradeceu, mas disse que o verdadeiro redentor era Jesus Cristo e Ele deveria ser homenageado.

• Leia mais: Quem foi a Princesa Isabel? (Entenda a sua importância)

Essa ideia foi deixada de lado após a Proclamação da República e só voltou à tona em 1917, com a proposta do engenheiro Eduardo Limoeiro para fazer o Cristo em homenagem ao centenário da independência em 1922. Novamente, o projeto não foi para frente.

Apenas em 1922 que um novo projeto foi aceito pelo presidente Epitácio Pessoa.

A discussão sobre onde seria o Cristo e como ele seria foi longa. Porém, a figura do Cristo Redentor de braços abertos no alto do Corcovado ganhou.

A construção do Cristo gerou o encantamento de muitos e críticas de outros tantos. O Governo era acusado de ferir o Estado Laico e privilegiar a religião católica. Epitácio respondeu que faria isso por qualquer outra religião que tivesse pedido primeiro.

A obra só foi inaugurada em 1931 com a presença do presidente Getúlio Vargas. E hoje, esse monumento histórico de 38 metros e mais de 1000 toneladas se tornou o grande símbolo do Brasil.

2 - Catedral da Sé (São Paulo)

Em 1913, a Catedral da Sé começou a ser construída. Com estilo neogótico, ela foi feita para a comemoração dos 400 anos da cidade. Em seu interior, a catedral guarda os corpos do cacique Tibiriçá e do santo José de Anchieta.

Tibiriçá era um indígena tupiniquim que se aliou aos portugueses e foi considerado um dos responsáveis pela construção da cidade de São Paulo.

José de Anchieta foi um padre jesuíta que veio ao Brasil e foi considerado pedra fundamental na fundação de São Paulo e do Rio de Janeiro. Seu trabalho junto aos indígenas foi importante para a ocupação portuguesa do novo território. O sacerdote desenvolveu uma gramática para a língua tupi.

A catedral chama a atenção por sua beleza e foi inaugurada em 1954. 

3 - Os Candangos (Brasília)

Os Candangos é um monumento criado em 1959 que representa os trabalhadores que saíram de seus estados para construir a cidade de Brasília. O termo “candango” é a forma com que alguns africanos se referiam aos portugueses.

Na época da construção da capital brasileira os trabalhadores que vieram trabalhar na obra receberam esse apelido. O abraço entre os candangos simboliza a união e harmonia desejada na Praça dos 3 Poderes.

4 - Os 12 profetas do Santuário de Bom Jesus do Matosinhos (Minas Gerais)

Entre 1795 e 1805, Aleijadinho esculpiu Os 12 Profetas do Santuário de Bom Jesus do Matosinhos. O nome verdadeiro do artista é Antônio Francisco Lisboa. Seu apelido é devido a uma doença que o obrigou a esculpir de joelhos por ter danificado permanentemente seus pés.

As esculturas de Aleijadinho ficam na parte externa da igreja e são uma atração para quem deseja fazer turismo em Minas Gerais.

5 - Monumento à Independência (São Paulo)

O Monumento à Independência foi criado em 1922 para homenagear o aniversário de 100 anos da Independência do Brasil. Ele traz figuras importantes da Independência, como José Bonifácio, Diogo Feijó e Gonçalves Ledo. Também retrata momentos históricos marcantes como a Revolução Pernambucana (1817) e a Inconfidência Mineira (1789).

A maior modificação que o monumento sofreu ao longo dos anos foi quando em 1972, comemorando os 150 anos da Independência, o corpo de Dom Pedro I foi colocado na cripta imperial construída embaixo do monumento.

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6 - Elevador Lacerda (Bahia)

Em 1873, o Elevador Lacerda foi inaugurado. O projeto foi criado por Antônio de Lacerda. A obra foi pensada para solucionar um problema de Salvador: o desnível.

A cidade possui uma região mais alta que a outra e era trabalhoso subir ou descer o morro íngreme.

Ele projetou um elevador que liga as duas partes da cidade. A obra mede 72 metros de altura e custa apenas R$ 0,15 para ser utilizada.

7 - Ópera de Arame (Paraná)

A Ópera de Arame é um dos maiores símbolos da cidade de Curitiba. Inaugurada em 1992 e comporta 1.572 espectadores que podem assistir aos mais variados espetáculos.

Ela se tornou um monumento histórico por representar o passado de Curitiba e ser palco de grandes eventos como a festa dos 300 anos de Curitiba em 1993, e do concerto do tenor catalão José Carreras com a Orquestra Sinfônica Brasileira.

8 - Marco Zero (Amapá)

Localizado em Macapá, o Marco Zero é um monumento criado em 1987 para marcar o ponto exato por onde passa a linha do Equador. A linha é uma reta imaginária que divide o mundo ao meio.

O único estado brasileiro em que a linha passa é o do Amapá.

O Equinócio é um fenômeno astronômico em que a Terra se alinha de uma maneira específica com o sol, quando isso ocorre é possível ver o sol exatamente onde é o círculo desse monumento histórico brasileiro.

9 - Arcos da Lapa (Rio de Janeiro)

Os Arcos da Lapa começaram a ser planejados em 1600, mas foram construídos apenas no ano de 1723. Os arcos são aquedutos, eles foram feitos para levar água do Rio Carioca até o Largo da Carioca.

No século XIX, no governo de Dom Pedro II, já não havia mais a necessidade dos aquedutos.

Os Arcos da Lapa foram conectados ao sistema de bondes para servir como ponte do Centro do Rio de Janeiro ao bairro Santa Teresa. Ainda hoje a linha antiga funciona. 

Os Arcos são um dos mais conhecidos monumentos históricos do Rio de Janeiro. Eles possuem a extensão de 270 metros e quase 18 metros de altura. São 42 arcos ao todo, e se inspiraram na arquitetura romana.

10 - Teatro Amazonas (Amazonas)

O Teatro Amazonas é o principal cartão postal de Manaus. Construído no século XIX, o teatro se inspirou em elementos da arquitetura europeia. Ele foi construído em uma época em que a cidade se fortaleceu economicamente com a produção da borracha.

Como a Europa era o modelo a ser seguido na construção do teatro, importaram materiais e profissionais europeus. 

O Teatro fica no Largo de São Sebastião, no Centro Histórico de Manaus. O estilo da sua arquitetura é o renascentista.

11 - Estátua do Padre Cícero (Ceará)

O monumento do Padre Cícero possui 30 metros de altura e foi construído em homenagem a essa pessoa em Juazeiro do Norte.

Padre Cícero é um sacerdote católico muito admirado, principalmente no Ceará. Também chamado de “Padim Ciço”, foi eleito em 2001 “O Cearense do Século”.

Padre Cícero ficou bastante conhecido por sua ação junto aos pobres, principalmente durante a grande seca no Nordeste em 1877.

Além de alimentar quem tinha fome e dar água a quem tinha sede, Padre Cícero se esforçou para manter o respeito à moral e à fé em uma época de crise, combatendo a prostituição e o alcoolismo.

Em agosto de 2022, o Vaticano iniciou o processo de beatificação do Padre Cícero.

A estátua foi inaugurada em 1969 e até hoje é um monumento muito visitado pelo seu valor turístico, histórico e religioso.

Quem cuida dos Monumentos Históricos Brasileiros?

Os patrimônios históricos brasileiros são cuidados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O órgão foi criado com o nome de Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) em 1936 quando no governo estava o presidente Getúlio Vargas. Em um primeiro momento, ele foi apenas algo provisório ligado ao Ministério da Educação e Saúde Pública; isso mudou em 1937.

O SPHAN se tornou um órgão oficial que recebeu contribuição de importantes nomes da cultura brasileira, como: Oscar Niemeyer, Sérgio Buarque de Holanda, Vinícius de Morais, Gilberto Freyre e Carlos Drummond de Andrade.

Apenas em 1946 foi que ele passou a ser um instituto e recebeu o nome de IPHAN.

A função do IPHAN é tanto denunciar danos ao patrimônio histórico brasileiro, quanto definir o que é considerado um patrimônio histórico. Veja a definição que aparece no decreto da sua criação:

“Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”

O artigo 163 do Código Penal existe para punir quem vandaliza os monumentos históricos brasileiros. Contudo, estudos mostram que ele não tem sido capaz de impedir o vandalismo.

Campinas é a segunda cidade do país com mais monumentos por habitante. Em 2018, ela chegou a ter 50% de todo esse patrimônio vandalizado, segundo a CONDEPACC, órgão responsável por cuidar dessas obras.

No Rio de Janeiro a situação é preocupante. No ano de 2016, a prefeitura gastou cerca de 3 milhões de reais apenas para recuperar patrimônios vítimas desses ataques.

As estatísticas mostram o descuido do brasileiro com o seu patrimônio histórico. Esse problema revela algo maior: o descaso com o patrimônio é um símbolo do descaso com a própria história.

A História do Brasil é sempre contada como uma grande piada pela mídia e pelas escolas. “Pessoas que exploravam outras e só desejavam o melhor para si. Não existe heroísmo, virtude ou qualquer valor humano, apenas vícios e corrupção em nossa história”.

Não há como alguém amar algo assim.

Sem conhecer a verdade sobre o seu passado, o brasileiro o despreza. Ele não se identifica com o que o trouxe até aqui.

Essa situação tem se tornado insustentável, o Brasil caminha para ser uma nação sem história.

E é nesses momentos, onde tudo parece estar perdido, que a História demonstra a sua força.

A Brasil Paralelo viajou pelo Brasil e reuniu grandes especialistas para fazer o maior resgate da história brasileira.

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