O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, falou em rede nacional nesta terça-feira (18) e mandou um recado direto a Washington: o Irã “não se renderá” diante da pressão dos Estados Unidos.
Foi a primeira vez que ele apareceu em público desde o início da nova fase do conflito com Israel, que já deixou centenas de mortos.
Em tom firme, Khamenei disse que qualquer tentativa de intervenção militar americana será respondida.
"Deveriam saber que qualquer intervenção militar dos EUA será, sem dúvida, acompanhada de danos irreparáveis. Pessoas inteligentes que conhecem o Irã, a nação iraniana e sua história nunca falarão com esta nação em linguagem ameaçadora porque a nação iraniana não se renderá”.
A declaração fdoi realizada dias depois de Donald Trump exigir a “rendição incondicional” do Irã e sugerir, nas redes sociais, que sabe onde Khamenei está escondido. “Não vamos matá-lo... pelo menos por enquanto”, escreveu.
Enquanto isso, Israel continua bombardeando alvos estratégicos em Teerã e arredores. O exército israelense afirmou que, só na última madrugada, 50 jatos atingiram 20 instalações ligadas à produção de mísseis e componentes nucleares.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que duas dessas instalações produziam centrífugas de urânio, uma delas, nos arredores da capital.
Diante dos bombardeios, o próprio governo iraniano recomendou que parte da população deixasse a cidade. As principais rodovias de saída de Teerã ficaram congestionadas.
Nas redes sociais, iranianos relataram dificuldade para encontrar combustível, imagens de destruição começaram a ser censuradas e o acesso da população à informação tem sido limitado.
O governo russo afirmou que o mundo está “a milímetros de uma catástrofe”. A Alemanha apelou ao Irã para que ofereça garantias de que não pretende fabricar armas nucleares, algo que, segundo o chanceler alemão, pode abrir espaço para negociações de paz.
No entanto, o tom de Washington mudou. Após abandonar a cúpula do G7 no Canadá e convocar seu Conselho de Segurança Nacional às pressas, Trump passou a cogitar um ataque direto às instalações nucleares iranianas.
Segundo fontes do governo, ele e sua equipe discutem a possibilidade de se unir formalmente à guerra ao lado de Israel.
Em resposta, o Irã afirmou que se os EUA entrarem no conflito, a retaliação será “sem restrições”.
Desde o início do confronto direto com Israel, o Irã já lançou cerca de 400 mísseis. Pelo menos 40 escaparam das defesas aéreas e mataram 24 civis. Tel Aviv registrou novas explosões nesta quarta-feira.
Do lado iraniano, o número de mortos segue impreciso. A última atualização oficial indica pelo menos 224 mortos, a maioria civis, após bombardeios israelenses. De acordo com um grupo iraniano de direitos humanos, esse número seria de 585.
Fontes próximas ao alto comando do país afirmam que diversos conselheiros militares de Khamenei também morreram — o que pode reduzir a margem de decisões estratégicas no alto escalão.
Apesar dos pedidos de cessar-fogo e da pressão internacional por moderação, a troca de mísseis continua. E o silêncio da diplomacia dá espaço para o barulho das bombas.
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