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Morre Dick Cheney, o homem por trás da Guerra ao Terror dos EUA

Ex-vice-presidente republicano foi um grande crítico de Donald Trump.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
4/11/2025 12:50
CBN

Um dos homens mais influentes na política americana do século XXI morreu na noite de segunda-feira (3) aos 84 anos.

Dick Cheney faleceu em decorrência de complicações por pneumonia e problemas cardíacos e vasculares

A morte foi confirmada por sua família, que destacou sua vida de serviço ao país e sua devoção à esposa Lynne, suas filhas Liz e Mary, e seus netos.

Cheney foi vice-presidente durante os dois mandatos de George W. Bush (2001-2009) e atuou como conselheiro central nas principais decisões do governo republicano. 

Ele era considerado um dos estrategistas mais importantes por trás da presidência, especialmente durante a guerra ao terror.

O papel de Dick Cheney na Guerra ao Terror

Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, com Bush fora de Washington, Cheney assumiu a liderança das respostas emergenciais aos ataques terroristas, operando de um bunker abaixo da Casa Branca. 

Ele se tornou um dos maiores defensores de uma nova doutrina de segurança baseada em ataques preventivos e mudança de regimes hostis.

Foi a voz mais incisiva a favor da invasão do Iraque em 2003, sob a justificativa de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa. 

As armas nunca foram encontradas, e a ocupação resultou na morte de quase 4.492 soldados americanos e cerca de 200 mil civis iraquianos, segundo a NBC.

Mesmo diante das críticas, Cheney nunca demonstrou arrependimento. "Faria tudo de novo", disse em entrevista de 2014, ao comentar as técnicas tortura usadas contra suspeitos de terrorismo.

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A trajetória do vice-presidente

Antes da vice-presidência, Cheney teve uma carreira extensa no governo americano, ocupando os cargos de:

  • chefe de gabinete de Gerald Ford, 
  • deputado por Wyoming por seis mandatos e 
  • Secretário de Defesa de George H. W. Bush. 

Por sua liderança, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil dos EUA.

Nos últimos anos, Cheney passou a ser um dos principais críticos de Donald Trump dentro do Partido Republicano

Em um vídeo de apoio à sua filha Liz Cheney, que enfrentava pressão de aliados de Trump, ele afirmou que: 

Nunca houve um indivíduo que representasse uma ameaça maior à nossa república do que Donald Trump”. 

Ele também declarou publicamente que votou na candidata democrata Kamala Harris nas eleições de 2024.

Cheney conviveu por décadas com sérios problemas cardíacos, sofrendo cinco infartos e recebendo um transplante de coração em 2012

Mesmo com a saúde debilitada, seguiu influente no debate político americano até seus últimos anos.

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