Um navio da Freedom Flotilla Coalition (FFC), organização internacional contrária ao bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, foi interceptado por forças navais israelenses na manhã de segunda-feira (3).
A embarcação, chamada Madleen, transportava suprimentos humanitários e ativistas de diferentes nacionalidades, entre eles a sueca Greta Thunberg, conhecida por sua militância ambiental.
O Madleen navegava em direção à costa de Gaza quando, segundo a FFC, foi cercado por drones e abordado por militares israelenses em águas internacionais.
Vídeos divulgados pela organização mostram tripulantes com coletes salva-vidas e mãos levantadas, além de relatos de que a embarcação foi atingida por uma substância branca pulverizada de drones. Israel nega qualquer ilegalidade na operação.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, os passageiros foram levados com segurança ao porto de Ashdod e deverão ser devolvidos aos seus países de origem.
O ministério afirmou que o grupo buscava “encenar uma provocação midiática cujo único propósito era ganhar publicidade”, acrescentando que há formas legais de fazer chegar ajuda humanitária a Gaza.
Entre os passageiros também estavam a deputada francesa Rima Hassan e o ativista brasileiro Thiago Ávila. Todos participavam da chamada Freedom Flotilla, campanha internacional contra o bloqueio israelense.
Segundo a organização, o navio levava alimentos, fórmulas infantis e suprimentos médicos destinados à população de Gaza, que enfrenta uma crise humanitária severa após meses de conflito e restrições de acesso à ajuda.
Pressões internacionais levaram à liberação parcial de suprimentos, mas organizações humanitárias alertam que a quantidade permitida ainda está muito abaixo da necessidade. A ONU estima que uma em cada cinco pessoas em Gaza esteja em situação de fome.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que instruiu as Forças de Defesa do país (IDF) a impedir que o Madleen chegasse à costa de Gaza.
Após a detenção dos ativistas, o ministro anunciou que vídeos dos ataques do Hamas de 7 de outubro seriam exibidos aos passageiros para contextualizar a decisão israelense.
Antes de embarcar, Greta Thunberg reconheceu os riscos da missão. “Sabemos que é uma missão arriscada. Experiências anteriores com flotilhas como essa resultaram em ataques, violência e até mortes”.
A Freedom Flotilla Coalition já havia relatado outro incidente semelhante no mês anterior. Na ocasião, o navio Conscience, que também tentava furar o bloqueio, teria sido alvo de um suposto ataque de drone perto da costa de Malta. Israel não comentou o caso.
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (9), o Governo do Brasil pediu que Israel libertasse os tripulantes detidos. Leia a nota:
“O governo brasileiro acompanha com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen, que se dirigia à costa palestina para levar itens básicos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e cuja tripulação, composta por 12 ativistas, inclui o cidadão brasileiro Thiago Ávila.
Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos.
Sublinha, ademais, a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante.
As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.
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