Israel e a alta cúpula do Hamas aceitaram os termos para a primeira fase do plano de paz.
Caso o grupo aceite seguir a proposta de Trump, precisará renunciar às armas e se afastar definitivamente do poder. O grupo governa o território desde 2007:
“Hamas e outras facções concordam em não ter qualquer papel no governo de Gaza, seja direta, indireta ou de qualquer outra forma. Toda infraestrutura militar, terrorista e ofensiva, incluindo túneis e fábricas de armamento, será destruída e não poderá ser reconstruída.”
Os terroristas que aceitarem a convivência pacífica e entregarem suas armas poderão receber anistia e autorização para deixar a região:
“Membros do Hamas que se comprometerem com a convivência pacífica e com a entrega de suas armas receberão anistia. Aqueles que desejarem deixar Gaza terão passagem segura para países receptores.”
O vácuo deixado pelo Hamas no governo será ocupado por um comitê de apolítico e supervisionado por um novo órgão internacional chamado Conselho da Paz:
“Gaza será governada por uma administração transitória temporária, composta por um comitê tecnocrático e apolítico palestino, responsável pela gestão diária dos serviços públicos e municipais.”
Esse conselho será presidido por Trump e poderá contar com o ex-premier britânico Tony Blair como um possível administrador interno da região.
Blair teve um importante papel nas negociações de paz entre o governo britânico e o Exército Repblicano Irlandês (IRA) na década de 1990.
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O plano segue em negociação. Caso o Hamas aceite todos os pontos ainda podem haver casos de violência nos territórios palestinos e ataques contra Israel.
Um processo de pacificação que pode ser analisado é o caso da guerra entre o governo Colombiano e as FARC.
A guerrilha comunista começou a atuar na década de 1960 e chegou a controlar grandes regiões e rotas do tráfico no país.
O grupo entregou suas armas para se tornar um partido político legal, após um tratado de paz assinado em 2016. No entanto, a violência continuou a amedrontar a Colômbia.
Uma parte das FARC, que ficou conhecida como Segunda Marquetalia, se recusou a abaixar as armas.
Segundo a inteligência militar colombiana, a guerrilha ainda conta com mais de 2 mil membros.
No caso do Hamas existe a possibilidade de que dissidências se recusem a aceitar os termos da paz.
Além disso, a estrutura militar do grupo ruiu. Israel afirma ter eliminado a maior parte dos batalhões e parte das lideranças políticas.
Na prática, a organização migrou de um “exército” com cadeia de comando clara para células autônomas que atuam de forma clandestina.
“O Hamas passou por uma transformação e se tornou uma organização guerrilheira operando em pequenas células... O Hamas está criando emboscadas e tomando a iniciativa ao controlar gargalos estratégicos”. Explicou o ex-chefe da Diretoria de Operações das IDF, Israel Ziv, à CNN.
Um dos chefes do braço militar do Hamas em Gaza, Izz al-Din al-Haddad, chegou a dizer para mediadores que não aceitaria o plano apresentado pelos EUA.
Segundo ele, a proposta teria sido desenhada com a intenção de acabar completamente com a organização terrorista, afirmou a BBC.
Outros líderes da sigla também se opõe à ideia de criar um órgão internacional para mediar a situação na região, algo visto como uma nova ocupação sobre o território palestino.
Essa divergência com a alta cúpula que se encontra no Catar poderia levar a um racha no Hamas, com uma dissidência mais radical continuando a fazer ataques.
Outro motivo para a guerra continuar na Colômbia é que outras guerrilhas comunistas se recusaram a abrir mão da violência.
A principal delas foi o Exército de Libertação Nacional (ELN), que seguiu realizando ataques terroristas e controlando territórios dentro da Colômbia.
Da mesma forma, o Hamas não é o único grupo terrorista presente na Faixa de Gaza, um dos mais conhecidos é a Jihad Islâmica Palestina (JIP).
O grupo atuou junto com o Hamas durante o atentado de 7 de outubro de 2023, o que desencadeou o conflito. Clique aqui e entenda as raízes do conflito com o documentário From the River to the Sea.
A JIP participou das negociações para a primeira fase do plano de paz, enviando uma delegação para o Egito.
O secretário-geral Ziad al-Nakhala, declarou que está disposto a devolver os reféns:
"A troca de prisioneiros poderia ser realizada em poucos dias, acabando o pretexto de Israel para continuar sua agressão."
Apesar disso, o grupo, assim como outras organizações, pode relutar a cumprir com as determinações americanas.
O mesmo líder havia recusado o plano apresentado por Trump e se referido à proposta como uma “fórmula para perpetuar a agressão israelense contra a nação palestina”.
Há também a possibilidade de novas organizações ganharem força, como já aconteceu em outros momentos da história palestina.
As negociações pelo estabelecimento de uma paz duradoura na região segue, à medida que a primeira parte do plano americano se concretiza.
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