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Lênin, o homem que tirou o comunismo da teoria - Biografia, Crimes e Pensamento

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Imagem da capa: foto de Lenin, domínio público.
Redação Brasil Paralelo

Como um só homem conseguiu levar o maior país do mundo a aderir ao socialismo de Karl Marx

Antes de Lênin, as teorias de Marx tinham sido aplicadas em Paris durante pouco tempo. Vladimir Ilich Ulianov mudaria isso para sempre, levando o marxismo a conquistar quase metade do mundo.

Discussões sobre a vida e pensamento de Lênin causam atritos. Para uns, ele salvou um povo que passava fome e vivia oprimido; para outros, sua visão de mundo estava errada e não justifica todos os assassinatos e crimes que cometeu.

Conheça quais eram as origens de Lênin, como ele se tornou comunista e como ele conquistou a Rússia.

O que você vai encontrar neste artigo?

Quem foi Vladimir Lenin?

Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido pelo seu pseudônimo Lenin, foi o líder bolchevique da Revolução Vermelha na Rússia e o primeiro líder da Rússia comunista e da União Soviética. Suas teorias ficaram conhecidas como marxismo-leninismo por ter adicionado novos elementos às teorias de Karl Marx.

Após períodos conturbados da Rússia, Lenin conseguiu assumir o poder com o apoio do grupo bolchevique do Partido Comunista da Rússia. No poder, Lenin instaurou o primeiro governo marxista da história, criando um governo unipartidário que tomou o controle da economia e dos aspectos sociais do país.

Como Lenin conquistou tanto poder?

Conheça a vida de Lenin e os acontecimentos históricos que o levaram a desenvolver sua ideologia e a instaurar o primeiro Estado marxista da história.

Biografia - Infância, vislumbres da revolução

Vladimir Ilyich Ulyanov, mais conhecido como Lênin após adotar este pseudônimo no início do século XX, nasceu em Simbirsk, na Rússia, em 22 de abril de 1870. Filho de uma família da pequena nobreza, Lenin cresceu em um ambiente de incentivo à vida intelectual, tendo sido criado com valores burgueses, aponta o historiador Robert Service, no livro Lenin: A Biografia Definitiva.

Seus pais eram defensores da monarquia liberal, grandes entusiastas das políticas de Alexandre II, o Imperador reformista. Ilya Nikolayevich Ulianov, pai de Lênin, alcançou o cargo de Diretor de Escolas Públicas da província, chegando a administrar mais de 450 escolas como parte dos planos do governo de Alexandre II para modernização.

Sua eficiência fez com que ele fosse nomeado membro da Ordem de São Vladimir, alcançando o nível social da nobreza. O título era hereditário, fazendo com que Lênin e seus irmãos se tornassem nobres.

Durante sua infância e adolescência, Lenin foi um aluno excepcionalmente inteligente e aplicado, destacando-se em línguas, matemática e ciências naturais. 

Frequentou o ginásio de Simbirsk, onde seus professores o descreveram como um estudante de grande capacidade intelectual e grande disciplina. Seus interesses incluíam a literatura, a história e a filosofia. Devorava livros sobre esses assuntos.

Religiosidade e descoberta do comunismo

O pai de Lênin era católico ortodoxo devoto, enquanto sua mãe era luterana não praticante, o que influenciou Lenin a não se tornar religioso, aponta o jornalista Louis Fischer no livro A Vida de Lênin

O pai de Lênin morreu quando ele tinha 16 anos, levando-o a abandonar sua crença em Deus e a se tornar mais violento e raivoso, afirma o biógrafo citado.

Alexander Ulyanov, irmão mais velho de Lênin que influenciou sua vida, não só não se tornou religioso como seguiu o caminho contrário: Alexander tornou-se materialista-comunista.

Durante seus estudos universitários na Universidade de São Petersburgo, Alexander se juntou ao grupo revolucionário Pervomartovtsi e foi escolhido para participar do grupo que montaria uma bomba para assassinar o Imperador Alexander III, conhecido por suas políticas reacionárias e absolutistas.

Antes que eles colocassem os planos em prática, os oficiais do Imperador os prenderam e enforcaram em praça pública. A morte de Alexander marcou a família, especialmente Lênin. O jovem tomou ódio do Império e das instituições tradicionais, comenta Ronald Clark no livro Lenin.

Lenin descobre o comunismo

Lênin decidiu cursar Direito, matriculando-se na Universidade de Kazan. Antes de descobrir as obras e o pensamento de Karl Marx, Lênin já tinha inclinação política. Logo que começou os estudos universitários foi eleito representante do conselho de estudantes da Universidade.

Logo de início foi expulso da Universidade e da cidade em que morava: as autoridades do governo o exilaram para uma das propriedades de sua família após Lênin ter participado das manifestações contra a proibição das sociedades estudantis, narra o historiador Christopher Read em Lenin: A Revolutionary Life.

Sua mãe ficou preocupada com a radicalização de Lênin, mas ela mal sabia que era apenas o início de seu ardor revolucionário. Ela comprou uma propriedade rural na esperança de que ele se tornasse um fazendeiro, mas seu interesse era político.

Em 1889, a família se mudou para a cidade de Samara. Rapidamente, Lênin encontrou um grupo socialista, fundado por Alexei Sklyarenko, e se juntou a eles. 

Foi nesse momento que ele descobriu o livro O Capital, de Karl Marx, obra que marcaria toda a sua trajetória. O historiador Robert Service aponta que Lênin dizia ser "apaixonado por Marx e Engels". 

O jovem universitário passou a devorar os livros do autor alemão, tendo O Manifesto do Partido Comunista como um livro sagrado, disse Bertrand Russell, autor que chegou a conhecer Lênin pessoalmente.

Utilizando seus contatos, sua mãe conseguiu que Lênin concluísse o curso de Direito através das provas conhecidas como exames externos. O jovem revolucionário passou a trabalhar em um tribunal e manter uma intensa vida de estudos e ativismo comunista.

Os principais passos para a Revolução Russa

Lênin estava se consolidando como um líder comunista. Ele criou diversas células comunistas dentro de fábricas e em diversas cidades. O partido marxista da Rússia que Lênin participava se chamava Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR).

Todas suas atividades eram feitas em segredo, já que o Império era rigidamente anticomunista. Uma das principais iniciativas do partido eram os sovietes, grupos locais que controlavam sindicatos, fábricas e tinham influência regional. 

Esses grupos funcionavam como clubes, seus membros se reuniam para administrar aspectos da vida local, difundir o comunismo e até mesmo confraternizar.

Após desenvolver diversos grupos comunistas na Rússia, Lênin decidiu viajar pela Europa para se aprofundar na filosofia marxista e elaborar uma rede de contatos políticos. Ele foi até a Suiça e Paris. Na França, conheceu o genro de Karl Marx e estudou sobre a Comuna de Paris, aponta o historiador James D. White no livro Lenin: The Practice and Theory of Revolution.

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Prisão e início das principais obras

Ele voltou para a Rússia com diversas obras revolucionárias, distribuídas em diversas cidades. Ao voltar para seu país, foi surpreendido por uma ordem de prisão: todos os membros da revista Causa dos Trabalhadores foram detidos por subversão social.

A prisão se tornou um dos momentos mais favoráveis para Lênin e a revolução. Ele tinha liberdade para ler, escrever e corresponder com seus amigos comunistas. O governo os considerava uma ameaça menor, exilando Lênin para uma cabana em Shushenskoye com vigilância policial.

Foi durante esse período que Lênin escreveu as principais obras que basearam a Revolução de 1917, como:

  • Um Protesto dos Social-Democratas Russos;
  • O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia;
  • Que Fazer?

Durante o exílio, Lênin se casou com Nadežda Krupskaja, uma mulher também devotada à causa comunista. Em 1900, Lênin foi liberado da prisão. Ele e sua esposa se mudaram para diversos países europeus, como a Suíça, Alemanha e Inglaterra, onde conheceu Leon Trotsky, seu braço direito durante a Revolução de 1917.

Pensamento leninista: o comunismo heterodoxo defendido por Lenin

Nesse período, Lênin mudou aspectos de seu pensamento, deixando de lado a ortodoxia marxista, embora afirmasse ter a única interpretação correta do marxismo, afirma o historiador Robert Service. Para Karl Marx, todas as sociedades naturalmente mudariam seu sistema social-econômico do feudalismo para o capitalismo, depois para o socialismo e depois para o comunismo.

Lênin aderiu a uma tese já existente na Rússia de que a revolução comunista poderia ser feita por camponeses, ou seja, durante o feudalismo, tese defendida pelos narodniks. Como a Rússia era predominantemente agrária, Lênin achou necessário incitar os agricultores a participar da revolução.

Ele também adicionou outros elementos à teoria marxista, afirmando que era necessário a existência de um partido único, forte e centralizador para que a Revolução pudesse acontecer. 

Dentro das suas ideias, Lênin preconizava que o comunismo precisava chegar a todo o mundo. Esse pensamento ficou conhecido como internacionalização comunista. A União Soviética promoveu intensamente esse sistema político-econômico em outros países. 

"A vitória do socialismo num só país não é absoluta, é apenas a primeira etapa da vitória do socialismo em escala mundial", disse Lênin em seu discurso na sessão plenária do Comitê Executivo da Internacional Comunista em 1921.
  • Conheça a história e os planos da Internacional Comunista, a organização que já teve o Brasil como pauta principal de algumas reuniões.

Outro aspecto importante do seu pensamento é a defesa da revolução armada. Para Lênin, a revolução pacífica era inviável. Ele defendia que os trabalhadores utilizassem armas e guerreassem contra os burgueses: 

“O proletariado precisa do poder estatal, a organização centralizada da força, a organização da violência, tanto para esmagar a resistência dos exploradores quanto para liderar a enorme massa da população", escreveu Lênin na obra Estado e Revolução.

Em síntese, os principais pontos do leninismo podem ser resumidos da seguinte maneira:

  • A revolução pode partir de camponeses, não necessariamente apenas de operários;
  • Um partido único é necessário para o sucesso da revolução;
  • Para o comunismo ter sucesso, é necessário que se espalhe para todo o mundo;
  • A revolução deve ser violenta, caso contrário, o comunismo não será aplicado e a burguesia continuará no poder.

O historiador Robert Service ainda aponta que Lênin se desviou de Marx em um ponto fundamental: para o russo, a prática se tornou mais importante do que as teorias, chegando a acreditar que a revolução poderia ser feita pelos proletários sem uma revolução socialista intermediária.

Revolução de 1905 e o Domingo Sangrento

1905 foi um ano importante para a Rússia e para a revolução de Lênin. Desde o governo de Alexandre III, iniciado em 1881, a Rússia estava em uma situação social crítica. Muitos russos protestavam contra a pobreza da época em face dos luxos dos nobres e do governo. 

A Rússia vivia um rígido sistema de divisão social, aponta Lucas Ferrugem no curso Uma Breve História da Rússia, disponível no streaming da Brasil Paralelo.

  • Por que a revolução socialista aconteceu primeiro na Rússia? Como esse país foi capaz de disputar a hegemonia mundial com os Estados Unidos durante o século XX? Para suprir essa lacuna, o curso citado acima se propõe a percorrer o período que abrange desde a formação do território russo, antes de Cristo, até a Rússia contemporânea de Vladimir Putin - não perca!

Esse sistema fazia com que os russos ficassem limitados a viver na classe social em que nasceram, mantendo muitos cidadãos na pobreza.

Outro fator importante para as agitações sociais do país era o pensamento revolucionário introduzido no país pela imperatriz Catarina II, que governou desde o ano 1762. Ela mantinha contato com os principais intelectuais da Revolução Francesa, como Diderot, Voltaire e outros, chegando a importar suas obras para seu país.

  • A Revolução Francesa exerceu uma importante influência no pensamento de Lênin e outros revolucionários da Rússia.

Eles formaram uma geração de universitários e professores escolares revolucionários, levando o sistema educacional formal da Rússia a formar diversos cidadãos contrários ao Império.

Domingo Sangrento

Foi em 1905 que esse caldeirão explodiu e diversos alunos foram protestar diante do palácio do governo, em São Petersburgo. Os manifestantes não tinham intenção hostil, mas isso não impediu que fossem baleados pela guarda imperial. 

Diferentes fontes atestam diferentes números de mortos. Segundo o historiador Nicholas V. Riasanovsky, no livro A History of Russia as autoridades oficiais da época declararam que 930 pessoas morreram, enquanto fontes anti-czaristas afirmam que 4 mil pessoas morreram no massacre.

Revolução de 1905

A revolução de 1905 começou imediatamente depois do Domingo Sangrento. As pessoas saíram às ruas da Rússia de maneira desorganizada, cada um protestava com uma intenção. Os protestos foram semelhantes aos protestos brasileiros de 2013.

  • Veja detalhes das manifestações brasileiras de 2013, o movimento marcado pelo lema O Gigante Acordou.

Alguns dos principais grupos eram:

  • protestos nos campos: que protestavam contra os preços dos aluguéis para arrendamento, os trabalhadores rurais que que exigiam melhores salários e os pequenos proprietários que queriam mais terras que estavam concentradas com os nobres. Os camponeses chegaram a criar uma República própria, mas foram sufocados pelo governo.
  • protestos dos intelectuais: acadêmicos e estudiosos russos foram às ruas demandar mais direitos civis, como liberdade cultural, liberdade de expressão e menos rigor na hierarquia social e política.
  • protestos dos militares: grupos de militares aproveitaram a ocasião para protestar contra os salários baixos.
  • protestos nas cidades: em 1905, mais de 400 mil trabalhadores urbanos protestaram por melhores salários e melhores condições de vida.

Lênin observou tudo isso com esperança, acreditando que esse seria o momento ideal para a revolução comunista, observa a historiadora Helen F. Rappaport no livro Conspirator: Lenin in Exile

O líder revolucionário escreveu:

"Rios de sangue estão fluindo, a guerra civil pela liberdade está ardendo. Moscou e o Sul, o Cáucaso e a Polônia estão prontos para se juntar ao proletariado de São Petersburgo. O lema dos trabalhadores tornou-se: Liberdade ou Morte!" transcreveu Christopher Rice no livro Lenin: Portrait of a Professional Revolutionary.

Lênin incentivava seus camaradas russos a promoverem uma insurreição armada para tomar o poder do país, chegando a publicar o panfleto Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática

Mencheviques versus Bolcheviques

Foi nesse momento que o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), se dividiu em duas alas: os bolcheviques e os mencheviques:

  • os bolcheviques (maioria, em português) eram chefiados por Lênin. Esse grupo defendia a revolução violenta e um partido comunista com hierarquia e um forte poder central.
  • já os mencheviques (minoria, em português) eram contrários a violência e a centralização do poder, defendendo que os filiados possuam liberdade de ação e que a revolução comunista seja alcançada pelo voto.

A ala menchevique acusou Lênin de não ser um marxismo ortodoxo, levando Lênin a defender a separação dos bolcheviques com os mencheviques.

Mesmo com a comoção popular, a revolução de 1905 não teve muitas repercussões políticas. O czar Nicolau II apenas aceitou algumas reformas liberais. Lênin achou que esse era o momento ideal para voltar para a Rússia. 

Lênin defendia crimes em nome da revolução

Os bolcheviques tinham muitas dívidas e planos grandes, mas não tinham os recursos financeiros suficientes. Ao ver essa situação, Lênin incentivou as práticas de roubo a bancos e outras instituições consideradas burguesas, narra Richard Pipes no livro The Russian Revolution.

Foi nesse momento que Stalin, um dos membros mais proeminentes dos bolcheviques, organizou junto de Lênin o assalto à mão armada do banco Tiflis. 

O ataque matou quarenta pessoas e feriu outras cinquenta, de acordo com documentos oficiais do arquivo, narra Roman Brackmann no livro The Secret File of Joseph Stalin: a Hidden Life. Os ladrões escaparam com 341 mil rublos. 

Veja o que o premiado historiador Victor Sebestyen falou sobre os crimes dos bolcheviques no Épico História do Comunismo, da Brasil Paralelo:

Outro exílio

A polícia czarista acirrou sua perseguição aos opositores. Devido a ofensiva do Império, Lênin fugiu para a Europa, tendo se estabelecido na Suíça e depois em Paris, capital da França. 

Durante todo esse período ele organizava os bolcheviques. A sede principal do grupo passou a ser Paris, donde os russos iam organizando o movimento através de cartas nas quais se comunicavam com seus conterrâneos.

Primeira Guerra Mundial

Quando a primeira Guerra Mundial começou, em 1914, Lênin ficou frustrado com as atitudes dos grupos comunistas europeus, especialmente os alemães, aponta o historiador Robert Service. 

Os membros do Partido Comunista da Alemanha defenderam a atitude de seu país na guerra, indo contra o combinado entre os partidos comunistas Segunda Resolução Internacional de Stuttgart. Tal atitude dividiu o movimento comunista internacional.

Porém, mesmo com a desunião internacional, a guerra favoreceu o movimento comunista russo devido a insatisfação da população.

No final de 1916, a Rússia havia perdido entre 1,6 e 1,8 milhões de soldados em batalha, com um adicional de dois milhões de soldados feitos prisioneiros e um milhão de desaparecidos.

Muitos passavam fome e perdiam seus parentes, as condições dos trabalhadores fabris e rurais pioravam, conta o historiador Jeffrey Brooks na obra Lenin and the Making of the Soviet State.

A Revolução Russa de 1917

Foi em fevereiro de 1917 que a população passou a se agitar na Rússia. Diversos operários destruíram bondes e invadiam padarias, a polícia não os reprimiu. Os manifestantes gritavam:

"Abaixo a fome! Pão para os trabalhadores!".

Lênin se regozijou com a agitação russa. Ele voltou para seu país com a convicção de que era o momento da revolução acontecer.

Fim do Império

Após tantas manifestações, o czar Nicolau II renunciou ao cargo de Imperador, de maneira que o parlamento, chamado Duma, assumiu o poder e transformou a Rússia em uma República.

Ao chegar na Rússia, o líder dos bolcheviques passa a pregar o comunismo para diferentes grupos de trabalhadores, como operários de fábricas, marinheiros, soldados e camponeses, tendo por norte doutrinário o seu escrito Teses de Abril. Contudo, seus discursos não estavam tendo muita repercussão, frustrando seus colegas.

Vendo isso, ele sugeriu que os bolcheviques realizassem ataques armados. As autoridades da República Provisória foram atrás de Lênin para o prender devido a sua radicalidade. 

Lênin fugiu do país e, fervoroso como era, escreveu mais livros para guiar a revolução e sua facção bolchevique. Nesse momento ele redigiu O Estado e a Revolução.

Bolcheviques tomam o poder

Em agosto de 1917, o general Larv Kornilov enviou tropas a Petrogrado para derrubar o governo provisório. Necessitados de todos os recursos possíveis, o ministro Alexander Kerensky pediu para que os bolcheviques de Petrogrado ajudassem o governo provisório na defesa da cidade.

Tal atitude deu legitimidade e publicidade para os bolcheviques. A união deu certo e o golpe foi evitado. Vendo isso, Lênin voltou para a Rússia. Logo após pisar em solo russo ele começou a organizar uma ofensiva armada para tomar o poder do país.

Foi formado o Comitê Militar Revolucionário (CRM). Em outubro de 1917, eles se mobilizaram para tomar os centros de transporte, comunicação, serviços públicos e outros pontos chave da sociedade. Dessa vez não houve derramamento de sangue.

Depois dessa ação, os bolcheviques sitiaram o Palácio de Inverno. O navio Aurora disparou contra o prédio para pressionar o governo a ceder. A ação foi um sucesso, os membros do governo provisório abdicaram e os bolcheviques se tornaram os novos governantes da Rússia, narra o historiador Eric Hobsbawn no livro A Era Dos Extremos

Lênin foi prontamente eleito como líder dos bolcheviques.

Crimes de Lenin

Diversas atitudes tomadas por Lenin como revolucionário e político configuram crimes contra os direitos humanos. Algumas das principais medidas criminosas foram:

  • criação de campos de "reeducação" e trabalho forçado;
  • roubo;
  • assassinatos em massa;
  • espionagem generalizada.

Criação de campos de "reeducação" e trabalho forçado

Lênin desenvolveu diversos campos de concentração para prender e torturar seus inimigos, afirma Aleksandr Solzhenitsyn, historiador russo, no livro Arquipélago Gulag.

Em 9 de agosto de 1918, Lenin enviou um telegrama ao Comitê Executivo da província de Penza pedindo que fossem aprisionados:

“os kulaks, os padres, os soldados do Exército Branco e outros elementos duvidosos num campo de concentração”.

Os campos eram chamados de gulags, abreviação de Administração Central de Campos (do russo Glavnoe Upravlenie Lagerei). A Encyclopedia Britannica estima que foram assassinadas 1.2 a 1.7 milhões de pessoas.

Roubo

Um dos principais crimes de Lenin é o assalto ao banco de Tíflis, conta Anna Geifman no livro Thou Shalt Kill: Revolutionary Terrorism in Russia, 1894–1917. Um transporte bancário foi roubado pelos bolcheviques para financiar suas atividades revolucionárias.

Os ladrões atacaram uma diligência do banco e policiais e militares ao redor usando bombas e armas enquanto o veículo estava transportando dinheiro pela Praça de Erevã (atual Praça da Liberdade) entre o escritório de correios e a filial de Tíflis do Banco Estatal do Império Russo. 

O ataque matou quarenta pessoas e feriu outras cinquenta, de acordo com documentos oficiais do arquivo, narra Roman Brackmann no livro The Secret File of Joseph Stalin: a Hidden Life. Os ladrões escaparam com 341 mil rublos. 

O assalto foi organizado por vários líderes bolcheviques, incluindo Lenin, Stalin, Maxim Litvinov, Leonid Krasin e Alexander Bogdanov.

Assassinatos em massa

Entre 1825 a 1917, durante o regime czarista, o número total de pessoas condenadas à morte na Rússia em virtude de opinião ou ações políticas foi de 6.360, afirma o economista Luan Sperandio

Após Lenin tomar o poder da Rússia, estima-se que os comunistas tenham realizado entre 10 e 15 mil execuções sumárias apenas em 1919. Em apenas poucas semanas, a ditadura de Lenin superou 92 anos de repressão czarista.

O Livro The Russian Revolution, do historiador Richard Pipes, estima que, durante a Guerra Civil Russa, além dos mortos em batalhas, pelo menos 100 mil pessoas foram executadas por motivação política, acusadas de colaborar com o czarismo e conspirar contra a Revolução.

O historiador Victor Sebestyen narra que Lenin não acreditava em uma revolução sem assassinatos:

  • Assista a maior produção já feita sobre a história do comunismo no mundo. Veja em detalhes de como Lenin criou o primeiro país comunista da história:

Telegrama sangrento de Lenin

Ao longo de seu governo ainda foram realizadas diversas outras execuções. Um de seus telegramas dizia:

“Camaradas! O levante kulak nos cinco distritos de sua região deve ser esmagado sem piedade. Os interesses de toda a revolução o exigem, pois a “luta final” com os kulaks está doravante engajada por toda parte. 

É necessário dar o exemplo: 1) Enforcar (e digo enforcar de modo que todos possam ver) não menos de 100 kulaks, ricos e notórios bebedores de sangue. 2) Publicar seus nomes. 3) Apoderar-se de todos os seus grãos. 4) Identificar os reféns do modo como indicamos no telegrama de ontem.

Façam isso de maneira que a cem léguas em torno as pessoas vejam, tremam, compreendam e digam: eles matam e continuarão a matar os kulaks sedentos de sangue.

Telegrafem em resposta dizendo que vocês receberam e executaram exatamente estas instruções. Seu, Lenin. P.S. Encontrem as pessoas mais fortes"
(fonte: historiador Stéphane Courtois e outros em O Livro Negro do Comunismo).

Espionagem generalizada

No início de seu mandato como líder da Rússia, Lenin instituiu a Cheka, a Comissão Extraordinária de Toda a Rússia para o Combate à Contra Revolução e a Sabotagem. Foi a primeira polícia secreta da Rússia comunista.

A missão da organização era eliminar qualquer ato contra revolucionário ou que desviasse dos ideais soviéticos. Para atingir seus objetivos, a Cheka tinha que vigiar todos os russos.

Os "inimigos de classe" eram classificados de forma específica pela organização. Eles poderiam ser: 

  • militares ou civis envolvidos com o czarismo; 
  • clero russo; 
  • trabalhadores que não apoiavam o regime; 
  • donos de propriedade com alto valor financeiro.

O historiador estadunidense William Henry Chamberlin afirmava que "é simplesmente impossível acreditar que o Cheka matou apenas 12.733 pessoas em toda a Rússia até o final da Guerra Civil". Ele estabeleceu uma contagem que chamou de "razoável e provavelmente moderada" de 50 mil pessoas assassinadas durante o período.

"Acredito que a formação dos Chekas foi um dos erros mais graves e mais inadmissíveis que os líderes bolcheviques cometeram em 1918, quando conspirações, bloqueios e intervenções os fizeram perder a cabeça. Todas as evidências indicam que os tribunais revolucionários, funcionando à luz do dia e admitindo o direito de defesa, teriam alcançado a mesma eficiência com muito menos abuso e depravação. Foi necessário reverter os procedimentos da Inquisição?", analisou Victor Serge em seu livro Memórias de um Revolucionário.

Governo de Lênin

Ao assumir o poder, Lênin tomou uma série de medidas violentas. Os principais feitos de Lênin como governante foram:

  1. Políticas socialistas de fortalecimento do Estado;
  2. Retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial;
  3. Roubo de grãos e o Terror Vermelho;
  4. Vitória contra o exército branco na guerra civil;
  5. Criação de campos de concentração (os gulags);
  6. Nova Política Econômica.

Políticas socialistas de fortalecimento do Estado

Ao assumir o poder, Lênin emitiu uma série de decretos para iniciar o socialismo e posteriormente o comunismo na Rússia, a sociedade sem Estado e propriedade. Na realidade, o país não se viu sem estado ou sem propriedade. 

O historiador Robert Service aponta que as principais políticas de Lênin foram:

  • socialização das terras agrárias da aristocracia e da Igreja Ortodoxa;
  • fechamento de empresas de comunicação;
  • controle de todas as fábricas da Rússia;
  • abolição de todo o sistema jurídico do Império russo; 
  • políticas anti religiosas (Lênin foi um dos principais militantes do ateísmo);
  • abolição de todas as dívidas externas do país;
  • investimento na alfabetização dos camponeses.

Muitos socialistas do mundo criticaram as políticas de Lênin, tais como Karl Kautsky, Rosa Luxemburgo, Piotr Kropotikin e outros, narra James Ryan no livro Lenin's Terror: The Ideological Origins of Early Soviet State Violence.

Retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial

Lênin decidiu retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. Mesmo com alguns de seus colegas desejando manter a guerra para espalhar a revolução, o líder da Rússia acreditava que manter o país na guerra poderia acabar com seu governo e atrapalhar a revolução internacional.

Para retirar a Rússia da guerra, Lênin aceitou entregar grande parte do território do país para a Alemanha através do acordo Brest-Litovski, perdendo uma parte significativa do território produtivo russo, narra Richard Pipes.

Terror Vermelho

Para lidar com a fome de 1918, Lênin afirmou que o país estava mal devido aos grandes agricultores que escondiam alimentos para aumentar o preço de seus produtos. Devido a essa convicção, Lênin ordenou que as forças armadas do país invadissem a terra dos agricultores e procurassem alimentos.

No início da operação, Lênin ordenou que 100 desses agricultores fossem enforcados em locais públicos para servir de exemplo para os outros. 

A maioria das ordens de assassinato que Lenin emitia não envolvia seu nome, mas pseudonimos, ele tinha medo que a população não gostasse de suas medidas extremas, aponta Dmitri Volkogonov na obra Lenin: Life and Legacy.

O líder da Rússia socialista defendia a violência para acabar com os resquícios da antiga estrutura social do país, chegando a afirmar:

"O Estado é uma instituição construída pelo exercício da violência. Anteriormente, esta violência era exercida por um punhado de sacos de dinheiro contra todo o povo; agora nós queremos organizar a violência no interesse do povo (trecho retirado do livro Lenin: A Biography, de David Shub)".

Nesse momento foi iniciada uma política de extermínio contra burgueses, pessoas com muitos bens e que apoiavam de algum modo a reação anticomunista. Pessoas que Lênin considerava não desejáveis também foram assassinadas, como prostitutas e mendigos.

Estimativas apontam que foram assassinadas de 50 a 140 mil pessoas nesse período, aponta o historiador Richard Pipes.

Vitória contra o exército branco

Em 1918, nobres anticomunistas se organizaram para acabar com a revolução bolchevique. Lênin encarregou Trotsky de liderar as forças russas comunistas para defender a revolução. Países como os Estados Unidos, Inglaterra, Itália e outros enviaram tropas e armamentos, mas logo pararam de mandar soldados.

Após uma intensa guerra civil que durou 2 anos, os bolcheviques saíram vitoriosos, mantendo o governo de Lênin.

Nova Política Econômica

A Rússia tinha adotado o sistema econômico socialista, ou seja, o fim da propriedade privada, igualitarismo salarial e outros elementos do livre mercado. O Estado deveria ser o responsável por organizar a produção e distribuição dos bens e serviços.

  • O que é economia de mercado? Conheça o sistema responsável pela formação das principais civilizações do mundo.

Em 1920, uma grande fome se alastrou na Rússia. Segundo o historiador James Ryan, mais de 5 milhões de pessoas morreram. 

Observando essa situação, Lênin criou a Nova Política Econômica, fazendo com que a Rússia voltasse ao sistema capitalista. Ele autorizou o retorno da criação de empresas, do salário em dinheiro, de comércio com o exterior, dentre outras medidas detalhadas.

O difícil fim da vida de Lênin

Em 1921, Lênin começou a sofrer mais intensamente de insônia, dores de cabeça frequentes e hiperacusia (sofrer com sons de altura normal). Seus colegas de partido e governo o instruíram a descansar. Lênin se mudou para a mansão de sua família localizada em Gorki.

Diante da sua situação, Lênin pensava em se suicidar. Ele chegou a pedir para sua esposa e para que lhe dessem cianeto de potássio para ele poder morrer, afirma o historiador Robert Service.

O governo russo, então, contratou 26 médicos para cuidar de Lênin. Antes de morrer, Lênin deixou seu testamento, escritos que dissertavam sobre o futuro da Rússia. 

Dentre os assuntos discorridos, o principal era sobre quem deveria assumir a liderança da Rússia. Lênin era contra Stalin no comando da Rússia, defendendo que Trotsky assumisse a função:

"Stalin é brusco demais, e este defeito, plenamente tolerável em nosso meio e entre nós, os comunistas, se coloca intolerável no cargo de Secretário Geral. Por isso proponho aos camaradas que pensem a forma de passar Stalin a outro posto e nomear a este cargo outro homem que se diferencie do camarada Stalin em todos os demais aspectos apenas por uma vantagem a saber: que seja mais tolerante, mais leal, mais correto e mais atento com os camaradas, menos caprichoso etc" (Carte de Lênin escrita em 4 de janeiro de 1923).

Morte e embalsamento de Lenin

No início de 1923, ele morreu com 54 anos após ter tido três acidente vasculares cerebrais (AVC). Lênin não deixou filhos. Seu funeral aconteceu na Praça Vermelha, com honras de chefe de Estado e a presença de dezenas de milhares de cidadãos.

A iniciativa de embalsamar Lenin e de construir um espaço dedicado à sua memória partiu de figuras proeminentes dentro do Partido Comunista Soviético, embora os registros históricos sugiram que não houve um consenso imediato sobre a questão, como o livro The Mausoleum: Lenin’s Embalmers, escrito por Ilya Zbarsky e Samuel Hutchinson, sendo o primeiro autor filho de um dos cientistas responsáveis pelo embalsamento.

Josef Stalin, que posteriormente se tornaria o líder da União Soviética, teve um papel crucial na decisão de embalsamar o corpo de Lenin e na criação do mausoléu, vendo nesses atos uma maneira de consolidar o poder do partido e de inspirar a população com o legado de Lenin, afirma o historiador Robert Service.

Veneração a Lenin

Segundo Nina Tumarkin, no livro Lenin Lives – The Lenin Cult in Soviet Russia, o embalsamento serviu para venerar Lenin, buscando legitimar o regime comunista. A imagem de Lenin embalsamado foi inserida em materiais educacionais, arte, propaganda e rituais públicos.

A análise de Tumarkin é objetiva e baseada em evidências. Ela argumenta que o culto a Lenin foi essencial não apenas para a consolidação do poder soviético, mas também para a construção da identidade soviética, servindo como um elemento unificador em um vasto e diversificado país.

Processo de embalsamento

O processo de embalsamamento de Lenin foi extraordinariamente complexo e inovador para a época. Imediatamente após sua morte, um grupo de cientistas e patologistas, liderados por Alexei Ivanovich Abrikosov, foi encarregado de embalsamar o corpo para que pudesse ser preservado indefinidamente. No entanto, Abrikosov não utilizou técnicas de embalsamamento que permitiriam a preservação a longo prazo.

Foi somente após a exibição inicial do corpo e a percepção de sua importância simbólica que uma equipe especializada, incluindo Boris Zbarsky e Vladimir Vorobiev, foi formada para desenvolver um método de preservação mais permanente.

Este novo processo envolveu a substituição dos fluidos corporais e tecidos gordurosos por soluções químicas que retardavam a decomposição. O corpo foi tratado com uma mistura de glicerina, formaldeído, potássio acetato, entre outros compostos, que garantiram sua preservação ao longo dos anos. Este procedimento não foi estático; ao longo das décadas, o corpo de Lenin foi submetido a manutenções periódicas para assegurar sua preservação.

A técnica desenvolvida foi tão avançada que se tornou referência para a prática de embalsamamento em todo o mundo. A decisão de embalsamar Lenin e de exibir seu corpo no mausoléu reflete a importância da figura de Lenin para a identidade soviética, bem como a crença no poder dos símbolos visuais em unir o povo em torno de ideais comuns.

Através dessas ações, o Partido Comunista procurou eternizar os valores e os feitos de Lenin, criando um locus de veneração que serviria tanto como um memorial quanto como um instrumento de propaganda política. O mausoléu, além de ser um marco arquitetônico, tornou-se um espaço sagrado para o regime soviético, simbolizando a imortalidade dos princípios comunistas e a continuidade da liderança de Lenin, mesmo após sua morte.

O legado de Lenin para expandir o comunismo no mundo

O legado de Vladimir Lenin é indissociável da expansão e do fortalecimento do comunismo ao redor do mundo. 

Seu impacto não se limitou às fronteiras da então recém-formada União Soviética, mas estendeu-se globalmente, influenciando movimentos revolucionários, estratégias políticas e a formação de estados comunistas durante o século XX.

Internacional comunista

Primeiramente, é fundamental destacar a criação da Internacional Comunista (Comintern) em 1919, sob a liderança de Lenin. 

A Comintern tinha como objetivo encorajar e apoiar revoluções comunistas em outros países, funcionando como um centro de coordenação para os partidos comunistas ao redor do mundo.

Influência na revolução comunista na China

Através da Comintern, Lenin e o Partido Comunista Soviético forneceram apoio material, treinamento e orientação ideológica a movimentos revolucionários, como na China, onde o apoio soviético foi crucial para o fortalecimento do Partido Comunista Chinês sob a liderança de Mao Tsé-Tung.

Influência na revolução comunista em Cuba

Outro caso significativo foi a influência de Lenin na Revolução Cubana de 1959. A ideologia e as táticas militares leninistas inspiraram profundamente a luta de Che Guevara e Fidel Castro. 

Em seus livros e discursos, os dois mencionaram Lenin e seus escritos como obras fundamentais para sua revolução, como no texto O Socialismo e o Homem em Cuba, de Che Guevara.

Após a vitória da revolução, Cuba adotou o comunismo como sua ideologia oficial, estreitando laços com a União Soviética e servindo como um ponto de apoio comunista na América Latina.

Influência na revolução comunista na África

Na África, a influência de Lenin foi sentida em movimentos de libertação nacional que adotaram o comunismo como parte de sua luta contra o colonialismo e o imperialismo. 

Angola e Moçambique, por exemplo, viram seus movimentos de independência liderados por partidos marxistas-leninistas, o MPLA e a FRELIMO, respectivamente, que receberam apoio da União Soviética. 

Esses movimentos foram inspirados pela teoria leninista do imperialismo como a fase superior do capitalismo, utilizando-a para justificar suas lutas por autonomia e justiça social.

Influência na revolução comunista na Coreia do Norte e no Vietnã

A influência de Lenin no desenvolvimento teórico e prático do comunismo foi essencial para a Coreia do Norte sob Kim Il-Sung e o Vietnã sob Ho Chi Minh. 

As ideias de Lenin sobre a vanguarda intelectual do proletariado, ditadura do proletariado e a necessidade de um partido revolucionário disciplinado guiou esses e outros revolucionários comunistas.

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