“Todos os homens tendem, por natureza, ao conhecimento”. Esta frase é de Aristóteles e está no Livro I da Metafísica. A ignorância não é o ideal de vida. Descobrir como ser mais inteligente é entender como estudar do jeito certo. Para saber como ser intelectual, alguns passos precisam ser seguidos.
Hábitos, técnicas de estudo, referências aos clássicos… tudo isso precisa ser aprendido ou aprimorado por quem procura ser mais inteligente.
A vida intelectual não depende de uma profissão específica, nem de ocupações sociais ou hobbies. Não é necessário ser professor, escritor, ter diploma ou semelhantes.
É curioso notar também que cultivar a vida de estudos não é se fechar em um quarto apenas com a companhia dos livros.
Sim, é possível. Todo ser humano normal possui a faculdade da inteligência. Para aprimorar essa capacidade basta treiná-la e fortalece-la, assim como todos podem se tornar fortes se malharem e comerem bem.
Parece incoerente sugerir isto a quem busca ser mais inteligente. Seria de se esperar que, na busca da vida intelectual, perder-se em livros fosse a lei. Mas não.
Os livros cristalizam a realidade intelectual que foi vivida em outro momento. É como uma partitura.
O início está na experiência e o verdadeiro intelectual não se fecha para a realidade, para o mundo ao seu redor. A recomendação, portanto, é viver o mundo de verdade, sem criar um castelo mental desvinculado de todo o resto.
Este é um ponto muito importante do método de estudo vitoriano. A primeira coisa é ler. Na sequência, um resumo é elaborado e memorizado. Com o conteúdo em mente, pode-se meditar sobre o que foi lido.
A consumação da leitura se dá na meditação. É preciso refletir sobre o que foi recebido pela inteligência. Meditar um conteúdo é como degustá-lo, saboreá-lo e olhá-lo como quem olha para um belo quadro na parede.
Questionar não é ser crítico em relação a tudo. Mesmo antes de criticar, é necessário estudar muito o assunto. Para Mortimer Adler, em Como Ler Livros, não se pode dizer concordo ou discordo antes que se possa dizer “eu entendo”.
No início da vida intelectual, o mais criticado deve ser o próprio estudioso. Questione a si mesmo sobre a própria ignorância.
A honestidade intelectual consiste em dizer que sabe o que realmente se sabe. Por outro lado, é também confessar que não sabe o que de fato não se sabe.
É preciso uma atitude socrática.
“Sei que nada sei”.
A ignorância do conhecimento é inimiga do intelectual; inimiga, portanto, de quem quer saber como ser mais inteligente.
Esta dica pode não ser tão simples, pois não é fácil encontrar jornais não-tendenciosos, já vinculados a partidos e ideologias. Muitas vezes, é necessário preservar-se de matérias que mais desinformam do que informam.
Entretanto, saber o que acontece no mundo é fundamental. Busque fontes que julgue confiáveis e entenda o cenário global. Já estando acostumado com o estudo da história, será mais fácil entender o presente.
Receba em seu e-mail o conteúdo dos portais que você escolher. Normalmente, sites de conteúdo oferecem um resumo do que foi publicado, uma seleção das melhores notícias e comentários dos colunistas.
Acompanhar esta diversidade de conteúdos e opiniões ajuda na busca de uma vida de estudos.
Um livro é considerado clássico por já ter abordado um assunto universal de forma excelente. São pontos altos da literatura reverenciados para além do tempo e cultura em que foram escritos.
Os clássicos transcenderam barreiras por abordarem conteúdos que tocam o âmago humano. Lê-los integra o aspirante a intelectual ao imaginário forte dos mestres da literatura.
Sugestões:
Uma das melhores maneiras de interiorizar o que se aprende é ensinar. Ter círculos de pessoas interessadas em aprender a ser inteligente é fundamental.
Muitos criam o clube do livro. Leem a mesma obra e debatem sobre ela. É frutífero, pois exercita a habilidade de ouvir e de falar, também necessária ao intelectual.
Ao mesmo tempo, aumenta-se a cultura geral ao ouvir o que diferentes pessoas têm a dizer sobre diferentes assuntos.
Sem isso, não é possível ser intelectual. Defina, de acordo com sua realidade, quanto tempo por dia você poderá dedicar à leitura.
Se não reservar um tempo específico para isso, o risco de terminar o dia sem ter feito leitura será enorme. Muitas outras atividades do dia ocuparão o tempo de estudo e servirão de desculpa para deixar o livro de lado.
Antes de ler um livro, veja quantas páginas o capítulo tem e se seu tempo é suficiente para ir do começo ao fim. O conjunto de entendimento que um capítulo oferece deve ser compreendido em sequência.
Ler um capítulo em várias etapas pode fragmentar o entendimento e prejudicar a compreensão da ideia final. Por isso, sempre que possível, priorize a leitura de um capítulo do início ao fim.
Desta forma, o cérebro assimila melhor o conteúdo. A atividade mecânica reforça a atividade mental. Escrever as palavras, formar frases, dizer de outra forma o que foi entendido, tudo isso fortalece a memorização.
Na sequência, haverá mais frutos na meditação, como abordado na segunda dica. Além disso, uma sugestão de Adler para ler melhor e tirar proveito dos estudos é anotar no livro.
Grife, sublinhe, circule palavras-chave, escreva nas bordas, no sumário, etc.
Grandes escritores tinham sempre papel e lápis consigo. Se surgisse uma ideia ou uma frase, anotavam para não esquecê-la. Escrever novas ideias diariamente favorece a criatividade, que também é fundamental para quem quer ser mais inteligente.
Qual nome é referência em seu principal tema de estudo? Assista às suas aulas, palestras e cursos. Esta etapa da vida intelectual está vinculada à herança que se recebe dos que estudaram antes de nós e por mais tempo.
Se seu autor preferido já faleceu, busque pelos professores atuais que são especialistas em sua obra. Também é recomendável assistir a especialistas em assuntos diversos, discursando sobre suas áreas.
Mesmo tendo selecionado um autor específico para aprofundamento, é aconselhável ter assuntos secundários no escopo de leitura. Se o assunto escolhido for complexo, reserve tempo para a literatura como lazer.
Romances, ficções investigativas, poesias, contos e crônicas podem cumprir este papel.
Se você é do tipo que gosta de jogar no smartphone, alguns aplicativos podem ser úteis. Um deles é o Peak, com jogos para fortalecer as habilidades mencionadas acima.
Outro exemplo é o Lumosity, considerado um programa de treinamento do cérebro. Seus jogos envolvem lógica, matemática, pensamento crítico, memória e resolução de problemas.
Há alimentos e suplementos que são recomendados por nutricionistas para ajudar na concentração e memorização.
Em geral, é necessário primeiro ter uma alimentação saudável, para dar conta de uma rotina e de estudar. Se for extremamente difícil se concentrar, alguns suplementos podem ser úteis.
Por exemplo, o psiquiatra Italo Marsili recomenda alguns tipos que não possuem contraindicação. Eles ajudam a ter energia, concentração e memória: MCT; Whey Protein do tipo isolado com baixo teor de carboidrato, associado ao MCT; Q10 e D-Ribose.
Fortaleça o corpo também. Os benefícios dos exercícios físicos para a saúde, estímulo do organismo, favorecem a disposição e o bem-estar para o estudo.
A sugestão é criar uma rotina. Levante-se sempre ao mesmo horário, faça a refeição adequada ao seu tipo, exercite-se (se possível) e comece os trabalhos e estudos. Faça isso durante um mês e você já notará muita diferença.
Exemplos básicos:
Esta é uma opção para aqueles que querem não só ser mais inteligentes e cultivar a vida intelectual. Algumas pessoas buscam novas habilidades, que exercitem diferentes áreas do cérebro.
Envolver-se com a música é uma excelente escolha para entender as emoções, treinar a inteligência, a imaginação e as habilidades motoras.
Esta é outra maneira de exercitar diferentes áreas do cérebro. Aprender uma outra língua enriquece o vocabulário da própria língua nativa, favorece a intertextualidade e ainda oferece o benefício de poder ler obras importantes na versão original.
Quanto tempo você utiliza no trânsito? Neste intervalo entre um lugar e outro você poderia ouvir podcasts de seu interesse. Ouça os áudios das aulas, palestras e cursos. Esta é uma forma de alimentar o cérebro com informações relevantes, mais conhecimento e novidades.
É preciso buscar a autoformação da personalidade através da busca do conhecimento, ampliação da cultura e da qualificação para tarefas científicas, filosóficas e artísticas.
Quem quer ser mais inteligente busca conhecer o sentido da vida além de buscar dinheiro e status social. É preciso usar a inteligência para aprender a verdade.
Ao negar a vida intelectual, nega-se o conhecimento de si mesmo, a família enfraquece, a vida perde o sentido e a carreira profissional paralisa.
Por tudo isso, a resposta é que a vida intelectual é para todos os que querem saber qual vida vale a pena ser vivida.
Mesmo que uma pessoa não saiba, ela busca o conhecimento. Saber é ter a posse intelectual das coisas. Mas o desejo de sabedoria não possui uma instrução, algo como um caminho definido. De forma análoga, a fome não indica qual alimento específico trará saciedade.
Como regra básica, o ser humano procura saber por que deseja viver melhor. Aquele que busca ser mais inteligente, quer, na verdade, melhorar sua vida de alguma forma.
Não é possível saber como se tornar mais inteligente sem considerar a história. Quem busca a vida intelectual precisa consultar o passado, aprender com os mestres, com aqueles que já se dedicaram a um tema.
Para Hannah Arendt, filósofa política alemã, a educação é um processo histórico. É conservadora e revolucionária ao mesmo tempo. Ao aprender, o aspirante à vida intelectual, ou seja, a pessoa que quer ser mais inteligente, conserva algo do passado e depois poderá propor algo para o futuro.
Além disso, Arendt cita René Char, um poeta francês. De acordo com ele, a tradição cultural é como uma herança recebida, mas sem testamento. É preciso aprender como usar o que foi transmitido pelos mestres do passado.
A educação preserva a tradição herdada e, através da criatividade e de novas realidades, pode iniciar uma nova tradição.
A realidade de quem quer começar a vida intelectual e não sabe por onde, é como:
Na Brasil Paralelo, quem guiou o caminho dos alunos na busca pelo conhecimento foi o Professor Bruno Magalhães, com base no livro A Vida Intelectual, de A. D. Sertillanges. Este artigo é baseado em seu conteúdo, cujas aulas completas estão disponíveis no Núcleo de Formação.
De acordo com o Professor Bruno, a definição de vida intelectual é:
“Busca pessoal automotora iniciada por um desajuste que consolida no individuo a disposição de atualizar suas virtudes intelectuais mais ou menos latentes; e essa busca, salvando suas circunstâncias pessoais, colaborará para que você exerça sua vocação e cumpra dessa forma o sentido único da sua vida”.
Muito difícil?
Em outras palavras, a decisão de iniciar sua vida intelectual é sua. Trata-se de um caminho de aperfeiçoamento pessoal para cumprir sua vocação e encontrar, nos estudos, o sentido da vida.
Sim, contanto que a mente assimile a imagem do conhecimento. Para ser mais inteligente, cultivando a vida intelectual, o conteúdo precisa ser unificado pelo professor quando transmitido.
Na filosofia, encontra-se a radicalização da busca pelo conhecimento. Por isso, é preciso pensar como os primeiros filósofos e buscar com sinceridade a verdade.
Mortimer Adler, famoso por sua obra Como Ler Livros, escreveu uma síntese da obra de Aristóteles. Segundo ele, há três tipos de ser humano:
Quanto mais uma pessoa se aprimora nestas três variações, mais ela é livre. Primeiro, absorve-se os dados através dos cinco sentidos. Depois, a memória organiza o que foi percebido. Através do acúmulo e da prática, isto se torna experiência.
É preciso encontrar o motivo que leva cada um a buscar como ser mais inteligente. Propósitos diferentes podem conduzir as pessoas à busca da vida intelectual.
Pode ser realização pessoal, vaidade, busca de reconhecimento, retorno financeiro, vontade de deixar um legado, de impactar a sociedade, mudar a história, etc.
Seja qual for o motivo, surgem obstáculos na vida de quem quer ser mais inteligente.
São desculpas para não estudar.
Considerando estas dificuldades, é necessário ter um propósito claro, que leve em conta a realidade da vida.
A vocação é uma trajetória de vida pessoal. Quem cumpre sua vocação, realiza de maneira intensa aquilo de que é capaz. Isto quer dizer que o indivíduo consegue se tornar a pessoa que quis ser.
Algumas pessoas identificam em si a vocação para os estudos. Elas sentem-se chamadas a ter uma vida intelectual. Se você percebe em si o desejo de saber como ser mais inteligente, pode ser o seu caso.
Alguns extremos fazem dos estudos o essencial de suas vidas. Alguns têm todo o seu tempo disponível para dedicar-se aos livros. Outros têm uma ocupação profissional diferente, mas fazem de seu tempo livre uma feliz realização quando estudam.
Por isso, entende-se que a vocação não é necessariamente uma profissão com registro. Ela pode ser encontrada e vivida fora do trabalho formal.
Existem basicamente seis possibilidades.
A lista abaixo serve como uma preparação para a vida de estudos. Não é recomendado pular etapas, sob o risco de falhar na vida intelectual.
É preciso cultivar uma retidão interior, uma firmeza de espírito. Os estudos estão intimamente ligados a uma vida bem direcionada. É necessário, portanto, ter controle de si mesmo.
Pessoas apáticas, hipersensíveis e hiperativas podem ter dificuldades nesta etapa. Uma pessoa desordenada interiormente pode ler o conteúdo de um livro e deturpá-lo, sem entender o que o autor realmente queria ensinar.
Há quatro formas de se conseguir este ordenamento da alma.
Os poetas são exemplos de artistas que usam palavras para descrever sentimentos. Quem quer ser um intelectual precisa estar consciente de qual emoção está sentindo e descrevê-la em palavras, expressões e narrativas.
É necessário perceber em si mesmo um núcleo moral que não muda. Para ser mais inteligente é preciso reconhecer e nomear a hierarquia de princípios a serem seguidos. Afinal, não basta ser erudito, culto e devorar livros para ter uma vida intelectual.
Não se trata apenas de saber. O estudo é também entender como viver bem, como lidar consigo mesmo e com os outros.
Pode-se perceber na, própria vida, algumas regras presentes em nosso interior. Qual é a autoridade das normas que você segue? É importante buscar referências, pessoas que realmente merecem ser ouvidas e obedecidas. Ao mesmo tempo, aqueles que não têm autoridade no que dizem precisam ser excluídos do imaginário.
Quantos debates sem importância não acontecem em redes sociais? Há muita energia desperdiçada em assuntos que mesmo aqueles que debatem não dominam. O vício no debate é um obstáculo para quem quer ser mais inteligente.
Sem conhecimento ou disposição para mudar de opinião, o debate não leva a nada. Cada lado termina mais convicto de que sabe mais do que o outro.
Não basta ler esses livros para ser mais inteligente. O processo de assimilação do conhecimento é longo e demanda diversas etapas.
A primeira coisa a se fazer é o mapa da própria ignorância.
Antes de começar a estudar, o ideal é mapear a lista do que se sabe e do que não se sabe. Por exemplo, sobre:
O que você precisa saber sobre sua vida? E sobre o que você almeja estudar? Anote. Além disso, você tem que averiguar o grau de confiabilidade do que você julga saber. Uma dica para esta etapa é fazer perguntas ao livro que for ler.
Isto significa fazer perguntas sobre o assunto e ver se o autor as responde.
Antes de buscar a especialização em um único conteúdo, o intelectual deve formar uma base geral, com um mínimo de conhecimentos diversificados. Antes de nós, há uma tradição de milênios, um patrimônio que não pode ser ignorado.
Não conhecer o passado é como caminhar nas trevas. Uma forma propícia para ajudar nesta etapa é conversar com pessoas que trilham o mesmo caminho na busca de ser mais inteligente e escutá-las em seus assuntos.
Uma obra indicada para fortalecer a cultura geral é:
Existe uma transitoriedade entre a realidade e a imagem da realidade na mente. Há o mundo real (o fato) e a imagem do mesmo formada na cabeça de quem estuda.
Para bem compreender a realidade, é preciso ter acesso à boa literatura. Isto conduz à organização estética do imaginário. Boas obras de ficção, romances e poemas devem ser buscados para este propósito.
A recomendação é o seguinte livro:
A sugestão do Professor Bruno Magalhães é dedicar-se por dois anos selecionando livros clássicos, obras já consagradas. Assim a memória recebe o impacto da imagem formada por autores renomados.
Depois disso, passa-se aos livros mais detalhados e complexos.
Uma maneira utilizada por alguns para medir a inteligência, que se tornou bem conhecida, é a de medição do QI (quociente de inteligência).
Este teste avalia principalmente a capacidade lógica do indivíduo. Entretanto, outros estudiosos começaram a contestar a eficácia deste teste, alegando que existem outros tipos de inteligência.
Por exemplo, para o psicólogo Howard Gardner, existem sete tipos de inteligência. O que pode variar é a intensidade em cada um desses tipos. Longe de entrar em disputas acadêmicas ou psicológicas, é válido conhecê-los para ter inspiração na escolha do que focar nos estudos.
Os 7 tipos de inteligência são:
Nesta seleção, a palavra inteligência assume um significado semelhante a uma “maior habilidade ou facilidade de aprendizado”. Como já foi explicado, a percepção destes indicativos pode ser útil na descoberta do propósito de ser mais inteligente e na descoberta da vocação.
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