O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acusou a União Europeia e a oposição de organizarem a Marcha do Orgulho LGBT de Budapeste.
O evento havia sido proibido pela polícia húngara, mas reuniu entre 100 mil e 200 mil pessoas no sábado (28), a maior manifestação do tipo na história do país.
Orbán disse que a manifestação era motivo de vergonha para o país:
"Sou daqueles que não considera o que aconteceu um motivo de orgulho (...). Digo que foi uma vergonha."
Ele também chamou o evento de “repulsivo” citando shows de drag queens, homens usando salto alto e panfletos sobre terapias hormonais.
Para Orbán, a mobilização foi resultado de "ordens de Bruxelas" transmitidas por políticos da oposição.
Ele também disse que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, via a Hungria como um “país subordinado”, da mesma forma que a URSS fazia durante a Guerra Fria.
No dia 25 de junho, ela fez uma publicação pedindo para o governo autorizar a manifestação:
“Eu faço um apelo às autoridades húngaras para que permitam a realização da Parada do Orgulho em Budapeste. Sem medo de quaisquer sanções criminais ou administrativas contra os organizadores ou participantes. À comunidade LGBTIQ+ na Hungria e além: Eu sempre serei sua aliada.”
Orbán comentou que marchas do orgulho LGBT "não se encaixam na cultura húngara".
O primeiro-ministro também disse que o evento foi uma prova de como seria a Hungria sem um governo conservador e disse que a oposição é um risco para o país:
“Desde ontem, estamos ainda mais certos de que essas pessoas [políticos da oposição] não devem ser permitidas perto do comando do governo. E nós não permitiremos isso”, disse Orban a seus apoiadores.
Viktor Orbán se considera um político anti-progresista, descubra como ele chegou ao poder com o especial da Brasil Paralelo Hungria: conheça Viktor Orbán, o polêmico primeiro-ministro.
Assista completo abaixo:
A marcha foi proibida com base em uma lei aprovada em março que permite a restrição de paradas gay.
A medida cita a necessidade de "proteger crianças" da "exposição à homossexualidade e à identidade transgênero".
No entanto, o prefeito de Budapeste, Gergely Karacsony, desafiou a proibição usando uma brecha legal.
A prefeitura participou da organização, transformando a marcha em um "evento municipal", o que não exige autorização policial.
Isso permitiu que a manifestação acontecesse apesar das ameaças de multas e prisão aos organizadores.
A oposição capitalizou a proibição. Péter Magyar, principal rival de Orbán e líder do partido centrista Tisza, chamou o primeiro-ministro de "rei do Orgulho na Europa".
Magyar destacou que "ninguém mais conseguiu mobilizar uma multidão tão grande para uma demonstração contra si mesmo".
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