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Política
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Lula não vai participar dos eventos de 1º de maio deste ano

Entenda porque os sindicatos não conseguem mais mobilizar o público.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
1/5/2025 9:30
A Redação

Este ano o presidente Lula anunciou que não participará dos tradicionais atos de 1º de maio organizados pelos sindicatos.

Segundo Gleisi Hoffmann, o motivo foi  o presidente não querer privilegiar uma central sindical específica, preferindo fazer um pronunciamento em rede nacional:

"O presidente Lula não teria condições de ir a dois atos do 1º de Maio e, então, decidiu não ir em nenhum dos atos. Em vez de falar em apenas um dos atos, ele [Lula] vai falar para toda população no pronunciamento [em cadeia de rádio e TV]", afirmou Gleisi, em entrevista."

Contudo, a decisão também pode refletir a frustração de Lula com o evento esvaziado que aconteceu no ano passado

Na ocasião, o presidente foi a um ato organizado por sindicatos no estacionamento da Arena Corinthians.

Apesar do evento ter contado com shows de artistas como Paula Lima, conseguiu reunir apenas cerca de 1.600 pessoas, segundo estimativa da USP.

Durante o evento Lula não escondeu sua frustração com a baixa adesão do público e criticou a organização:

"O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar". 

Dias antes do feriado de e 2025, Lula se reuniu a portas fechadas com líderes sindicais, cobrando que "ocupassem mais as ruas" e ajudassem a encontrar "uma nova forma de sindicalismo".

Eventos organizados por sindicatos já chegaram a reunir  

A situação atual contrasta com o cenário de menos de uma década atrás. Em 2013, por exemplo, a festa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) reuniu cerca de 50 mil pessoas para ver a Anitta

No mesmo dia, a Força Sindical promoveu seu evento com Gusttavo Lima no palco, ostentando o patrocínio de grandes marcas como a Hyundai. 

Esses eventos que misturavam, artistas de renome, discursos de sindicalistas e de lideranças da esquerda, atraíam dezenas de milhares de pessoas, mas os tempos mudaram e o esvaziamento se tornou evidente

O que explica essa mudança tão drástica? Um dos fatores principais é o financeiro

O fim da obrigatoriedade do imposto sindical, aprovado na reforma trabalhista de 2017, causou um baque profundo nas finanças das entidades

Segundo dados do Ministério do Trabalho, a arrecadação da contribuição sindical caiu cerca de 98% entre 2017 e 2023. 

A CUT, por exemplo, viu sua receita despencar de R$ 62,2 milhões em 2017 para apenas R$ 276,6 mil em 2022

Sem recursos, ficou impossível contratar os artistas mais caros do momento e, consequentemente, atrair grandes patrocinadores privados, que desapareceram dos eventos.

Sindicatos têm perdido força com o avanço da internet

Mas a questão vai além do dinheiro. A ascensão da internet e das redes sociais alterou a forma como as mobilizações populares acontecem

Entidades tradicionais, como sindicatos e até mesmo a UNE, perderam o protagonismo que tinham em décadas passadas

Como o sociólogo Rogério Baptistini, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, falou durante entrevista para a Gazeta do Povo:

"Os sindicatos, de fato, perderam a importância que outrora exerceram como organizadores das demandas da classe trabalhadora". 

Em 1992, por exemplo, essas organizações tiveram um papel fundamental em articular as manifestações pelo impeachment de Collor.

Já os protestos contra Dilma Rousseff, em 2016, foram majoritariamente convocados e articulados online.

Além disso, novas organizações que surgem e se articulam através da internet têm conseguido transformações importantes.

O movimento Vida Além do Trabalho (VAT), fundado em 2023, acumulou milhares de seguidores e conseguiu mais de um milhão de assinaturas online, conseguindo levar a pauta da escala 6x1 para uma audiência pública no Congresso. 

Para o fundador do VAT, Rick Azevedo, o sucesso vem de ser um movimento "aberto, que os jovens acompanham instantaneamente", enquanto "os sindicatos ficaram fixados na política média, retrógrada". 

O movimento Breque dos Apps, de entregadores, também conseguiu melhorias negociando diretamente com as empresas, sem apoio sindical formal.

Essa perda de relevância se reflete na queda do número de trabalhadores sindicalizados no Brasil, que passou de 16,1% em 2012 para 8,4% em 2023, segundo o IBGE

A coordenadora da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy, também atribui parte disso às mudanças na economia, como a desindustrialização e o aumento de trabalhos informais ou com contratos flexíveis

O sociólogo Baptistini acrescenta que a política de esquerda parece ter se deslocado das pautas trabalhistas para as identitárias, enquanto a direita foca em valores, deixando o tema do trabalho sem centralidade e os sindicatos "sem ter a quem falar"

O descrédito geral nas instituições políticas também afetaria os sindicatos. A desconexão com os jovens é outro fator crítico, com queda de 73% na filiação dessa faixa etária.

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