Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump voltaram a se falar na manhã desta segunda-feira (6).
Em um telefonema de cerca de 30 minutos, os dois trataram das recentes tensões comerciais e sinalizaram uma reaproximação diplomática após meses de impasse.
De acordo com o Palácio do Planalto, Lula aproveitou a conversa para pedir a revisão das sobretaxas de 40% aplicadas a produtos brasileiros e o fim das sanções impostas a autoridades nacionais.
Trump, por sua vez, designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os dois presidentes combinaram um encontro presencial em breve e trocaram números de telefone para manter uma “via direta de comunicação”.
A reunião, que não constava na agenda oficial, vinha sendo articulada desde julho, quando o governo norte-americano anunciou as tarifas adicionais sobre exportações brasileiras.
O diálogo entre os dois retomou o tom observado no breve encontro em setembro, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
“Ele parece um homem muito legal, ele gostou de mim e eu gostei dele. Eu só faço negócios com quem eu gosto, quando eu não gosto eu não gosto. Tivemos uma ótima química por pelo menos 39 segundos”, afirmou Trump na ocasião.
A expressão voltou a ser mencionada na conversa desta segunda.
Em nota, Lula descreveu o contato como uma oportunidade para restaurar as “relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”.
O presidente também lembrou que o Brasil é um dos poucos países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços.
Poucas horas após o telefonema, Donald Trump publicou uma mensagem em sua rede Truth Social relatando o teor da conversa com o presidente brasileiro.
“Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”.
A publicação reforçou o tom cordial do diálogo e a disposição mútua para reaproximar os dois governos após meses de tensão diplomática.
No centro da conversa esteve o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desde julho.
A medida foi assinada por Donald Trump em julho, com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).
Segundo a Casa Branca, a decisão responde a políticas do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional americana.
O governo americano cita acusações de perseguição política e censura a opositores, especialmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
O decreto americano ainda contém críticas ao Supremo Tribunal Federal, acusado de pressionar empresas americanas a restringirem conteúdos políticos.
Durante o telefonema, Lula pediu a Trump que reavalie a medida e retire as sobretaxas sobre produtos nacionais.
“Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”.
As medidas mencionadas incluem a revogação de vistos de ministros do governo brasileiro, além da inclusão do ministro Alexandre de Moraes e de sua esposa na lista de sanções da Lei Magnitsky.
A Lei Global Magnitsky é uma legislação dos Estados Unidos que permite sanções diretas contra estrangeiros acusados de corrupção e violações graves de direitos humanos. Ela autoriza:
Durante o telefonema, Lula sugeriu que o primeiro encontro presencial ocorra ainda neste mês, durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.
O brasileiro também reiterou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém, e afirmou estar disposto a visitar os Estados Unidos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o diálogo como “positivo”.
Durante a ligação, Donald Trump indicou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações bilaterais com o Brasil. Rubio é uma das principais figuras do Partido Republicano.
Em setembro, o secretário publicou no X um comentário sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que as “perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam” e que os Estados Unidos “responderão de acordo com essa caça às bruxas”.
Do lado brasileiro, Lula designou o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad para conduzir o diálogo com Washington.
O grupo será responsável por buscar uma solução diplomática para o impasse comercial entre os dois países.
Apesar das divergências recentes, o telefonema marcou uma retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos após meses de tensão diplomática.
Ainda não há data confirmada para o encontro presencial, mas os dois governos indicaram disposição para avançar nas negociações comerciais e políticas.
Recebi, nesta manhã (6/10), telefonema do presidente Trump. Conversamos por 30 minutos e relembramos a boa química que tivemos no encontro em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU.
Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente.
No telefonema, recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Nós concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve. Sugeri a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterei o convite a Trump para participar da COP30, em Belém; e também me dispus a viajar aos Estados Unidos.
Eu e o presidente Trump trocamos telefones para estabelecermos uma via direta de comunicação. Estavam comigo na conversa meu vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.
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