O que é a COP 30 e por que ela acontecerá no Brasil? Conheça origem e objetivos do evento da ONU

O que é a COP 30? 

A Conferência das Partes (COP) é uma reunião entre os países membros do UNFCCC: um acordo internacional datado de 1992 em que quase 200 países (incluindo o Brasil) se comprometeram em tomar medidas de combate às mudanças climáticas. 

Iniciativas como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris foram firmados nas COPs de 1997 e 2015, por exemplo. Como essa é 30ª edição da conferência, é intitulada COP30.

Neste ano de 2025, o evento está marcado para ocorrer em novembro, na cidade de Belém, capital do Pará, Brasil. Será a primeira vez da convenção em solo brasileiro. 

O Presidente Lula insistiu que ela fosse realizada em bioma amazônico, em reconhecimento ao papel central que a Amazônia tem no equilíbrio climático global. 

Já o Presidente Trump foi na direção contrária e retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Além disso, a maior economia do mundo provavelmente não estará presente para o evento ambientalista em Belém. 

Quais são os objetivos que a COP 30 espera cumprir?

A reunião tem três objetivos principais. São eles: 

Avaliar o cenário climático atual:

O propósito central de cada COP é abrir espaço para discutir os grandes problemas ligados às mudanças do clima. 

Nessas conferências, diversos temas são colocados em pauta, sempre relacionados aos impactos ambientais e sociais do aquecimento global em países desenvolvidos e em desenvolvimento. 

No encontro de Belém, um dos pontos mais importantes deve ser o financiamento climático. 

A Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, falou a respeito em uma coletiva de imprensa. Ela destacou a importância dos 1,3 trilhões de dólares para viabilizar projetos ambientalistas de países emergentes.

• O ambientalismo se posiciona como um movimento que busca a preservação da natureza em comunhão com o desenvolvimento humano. Contudo, essa iniciativa tem uma identidade oculta pouco conhecida. Assista o documentário: A face oculta da agenda ESG e descubra o outro lado desse movimento. 

Definição de estratégias e novos compromissos globais:

As negociações realizadas nas COPs costumam resultar em metas e prazos para enfrentar a crise climática. Na edição de 2025, questões como a transição energética estarão em destaque. 

Marina Silva declarou a respeito do tema: 

“Ainda temos uma limitação de fontes renováveis para suprir toda a demanda por energia, sobretudo dos setores econômicos, mas isto tem que ser superado pelo fornecimento de energia limpa”

Isso vai exigir que os países apresentem planos de ação mais concretos e se comprometam com medidas de cooperação internacional para alcançar os objetivos estabelecidos pela UNFCCC.

Avaliação de acordos anteriores e de suas aplicações:

Outro papel essencial da COP30 é revisar os tratados e compromissos firmados em encontros passados. 

Durante as conferências, os representantes verificam se os acordos ainda são adequados para o cenário atual. É analisada a eficácia das medidas já adotadas, observando também quais países realmente cumpriram o que foi prometido.

Por que a COP 30 é importante para o Brasil e para o mundo?

Sediar a COP 30 significa arcar com todas as medidas necessárias de hospedagem, logística e demais questões que o evento exige. Tudo isso mantendo as diretrizes ambientais, representando a coerência e razão de ser da conferência. 

Para o Brasil, além das responsabilidades de infraestrutura, sediar a COP 30 tem um significado simbólico. A COP foi criada em 1992, no Rio de Janeiro. A primeira reunião da ONU para tratar de questões climáticas ficou conhecida como Rio-92 ou Cúpula da Terra.

Trazer o evento de volta ao seu país de origem após mais de 30 anos seria uma grande chance de posicionar o Brasil na vanguarda da pauta climática global. Segundo o portal do governo brasileiro: 

“Na COP30, o Brasil deverá mostrar suas soluções para o combate às mudanças climáticas, como o uso de energias renováveis, agricultura sustentável e preservação florestal, além de buscar construir consensos entre diferentes nações.”

Essa COP 30 em específico também está sendo tratada como uma das mais críticas segundo o Instituto Federal de Santa Catarina. 

O Relatório de Lacunas de Emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) projeta um aumento de 2,9ºC até o fim do século. 

Tal aquecimento estaria muito acima do limite e essa COP daria oportunidade haver uma grande mudança de direção nas políticas adotadas. 

A ONU foi criada após a Segunda Guerra com o objetivo de evitar novos conflitos globais. Contudo, há uma faceta da organização que permaneceu longe do grande público. Assista o documentário: A face oculta da ONU e conheça o lado secreto da organização.

COP 30 torna-se “dor de cabeça” para o Brasil segundo o The New York Times

Há dois meses do evento, o Brasil enfrenta dificuldades e críticas a respeito da COP 30. A maior questão é a falta de vagas disponíveis em hotéis para hospedar as delegações dos países membros.  

O jornal The New York Times publicou uma matéria intitulada: O Brasil convidou o mundo para a Amazônia. Isso se tornou uma grande dor de cabeça. Uma das informações de maior destaque é que dois terços dos países ainda não reservaram hospedagem. 

A rede hoteleira de Belém têm se tornado protagonista na situação devido as altas diárias cobradas. Houve quartos custando 600 dólares por noite. 

Um dos países que provavelmente não participará do evento é o Estados Unidos, um dos maiores poluidores do mundo. 

O governo afirma já estar lidando com a situação e o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago afirmou que Belém já tem os leitos necessários para abrigar o evento. 53 mil leitos estarão disponíveis para 50 mil visitantes esperados. 

Apesar disso, o Brasil já foi diretamente criticado pelo representante do Panamá. João Carlos Monterrey afirmou: 

“nosso tempo está sendo desperdiçado, e estamos sendo feitos de tolos.”

A ONU já realizou reuniões de emergência tendo a questão da hospedagem como pauta. Teriam sugerido retirar a reunião de Belém. Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, que convocou a reunião falou: 

"Não estamos prontos para reduzir o número de participantes. O Brasil tem muitas opções em termos de ter uma COP melhor, uma boa COP. É por isso que estamos pressionando para que o Brasil forneça melhores respostas, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação"

Outras questões ainda assolam a realização da conferência. No dia 15 de setembro, os trabalhadores da construção civil de Belém iniciaram uma greve exigindo reajuste salarial. O governo do estado afirmou que as construções para a COP 30 estão dentro do planejado. 

A Procuradoria Geral da República (PGR) ainda descobriu indícios de corrupção nas obras realizadas para a COP 30. A A.J. Construction foi a empreiteira vencedora da licitação de 142 milhões de reais. 

Mais um motivo de críticas foi a construção de uma estrada de quatro pistas e mais de 13 Km de extensão feita para desafogar o trânsito intenso na cidade. 

Para realizar a obra, o governo aprovou a derrubada de 76 hectares de área florestal protegida. Área comparável a de 107 campos de futebol. 

A Brasil Paralelo dedicou um artigo inteiro apenas para detalhar todos esses problemas em um único lugar. Leia o texto: COP30 no Brasil - falta de estrutura, ideologia ambientalista e brigas com países estrangeiros para entender tudo.

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