O governo de El Salvador parece determinado a seguir com a adoção do bitcoin, mesmo que isso signifique contrariar recomendações e acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O país havia se comprometido com o fundo a interromper a acumulação de criptomoedas em fevereiro de 2025 para obter um empréstimo de US$1,4 bilhão.
No entanto, declarações recentes de Bukele e de sua ministra da Economia, Maria Luisa Hayem, indicam que a promessa não será cumprida:
“O bitcoin continua sendo um projeto importante… Estamos vendo uma acumulação de ativos tanto do ponto de vista do governo quanto do setor privado”, afirmou a ministra.
Bukele também comentou que o investimento do país na moeda não havia parado, em uma publicação no X:
"Não, não está parando… Se não parou quando o mundo nos ostracizou e a maioria dos ‘bitcoiners’ nos abandonou, não vai parar agora e não vai parar no futuro".
Cada vez mais, as criptomoedas são reconhecidas por governos e pelo mercado como investimentos importantes.
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A saga de El Salvador com o bitcoin começou em 2021, quando o país se tornou o primeiro no mundo a tornar a criptomoeda uma moeda legal, ao lado do dólar americano.
A decisão foi acompanhada de planos ambiciosos como levantar bilhões através da moeda e comprar o equivalente a R$2,8 bilhões em bitcoins.
Outra proposta era construir uma "Cidade do Bitcoin" e usar energia geotérmica de vulcões para minerar o ativo digital.
A adoção da moeda foi vista como uma forma de facilitar o envio de remessas de dinheiro por salvadorenhos que vivem no exterior. As remessas representam cerca de 24% do PIB de El Salvador
Além disso, o governo Bukele também viu uma oportunidade de atrair investimento estrangeiro ligado ao universo cripto.
Inicialmente, a medida rendeu elogios a Bukele, mas os mercados financeiros tradicionais reagiram com ceticismo.
Os títulos da dívida salvadorenha despencaram, sendo negociados a menos de 30 centavos de dólar no segundo semestre de 2022.
O governo chegou a adiar o pagamento de salários do setor público para preservar o caixa, acendendo o alerta de um possível calote.
A baixa adoção da criptomoeda pela população em geral também foi uma consequência, o uso do bitcoin no dia a dia era esporádico.
O próprio Bukele admitiu à revista Time que "o bitcoin não teve a adoção que esperávamos".
Apesar disso, o governo afirma ter acumulado mais de 6.100 bitcoins e que a valorização da moeda teria feito o valor atual superar o montante investido.
Diante das dificuldades financeiras, El Salvador buscou o FMI e fez um acordo para um empréstimo de US$1,4 bilhão, que incluía o compromisso de "não acumular bitcoin".
Além disso, em janeiro de 2025, o congresso salvadorenho já havia reformado a Lei Bitcoin, tornando a aceitação da criptomoeda opcional para empresas privadas e impedindo o pagamento de impostos com o ativo.
A medida foi vista como uma forma de mitigar os riscos do bitcoin e agradar ao FMI, mas gerou confusão, pois removeu a palavra "moeda" da lei, mas manteve a expressão "de curso legal".
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