Como foi o processo?
A abordagem dos pesquisadores chineses envolve o uso de células-tronco. Elas são células com a capacidade de se transformar em diversos outros tipos de células do corpo.
No caso do paciente de 59 anos com diabetes tipo 2, os cientistas coletaram células mononucleares de seu sangue.
Em laboratório, essas células foram reprogramadas para se tornarem células-tronco e foram "ensinadas" a se transformar em aglomerados de ilhotas pancreáticas, as estruturas que naturalmente produzem insulina.
Essas novas ilhotas foram transplantadas no fígado do paciente. A ideia é que o fígado passasse a funcionar como uma espécie de "fábrica reserva" de insulina.
Os resultados foram promissores: após 11 semanas, ele já não precisava de insulina externa.
Um ano depois, nem mesmo de medicação oral para controlar a glicemia, mantendo um bom controle por mais de dois anos.
No caso da paciente de 25 anos com diabetes tipo 1, o procedimento foi semelhante, mas partiu de células do seu tecido gorduroso.
Elas também foram transformadas em células-tronco e depois em ilhotas produtoras de insulina.
Essas novas ilhotas foram implantadas no músculo abdominal da paciente, depois de 75 dias, ela já não precisava de insulina externa.
O grande diferencial dessas técnicas é o uso de células do próprio paciente (autotransplante).
Isso minimiza o risco de rejeição e a necessidade de medicamentos imunossupressores potentes.
Além disso, essa abordagem contorna a falta de doadores de pâncreas de cadáveres, um dos entraves para os transplantes tradicionais de ilhotas.
Tratamento ainda precisa passar por uma série de estudos
Embora os resultados representam um marco na pesquisa, se trata de um campo em desenvolvimento.
O caminho para uma cura definitiva para o diabetes ainda precisa passar por investigações rigorosas e tempo.
Para qualquer tratamento ser validado, são necessários estudos mais amplos, envolvendo muitos pacientes de diferentes perfis, acompanhados por mais tempo.
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