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Pelo menos 4 milhões de pessoas vivem hoje sob controle de facções criminosas e milícias na região metropolitana do Rio de Janeiro.
O Mapa dos Grupos Armados, desenvolvido pela UFF, mostra que cerca de 35% da população da capital fluminense está em áreas onde o Estado cedeu espaço ao domínio armado.
Entre as organizações criminosas que disputam esse território, o Terceiro Comando Puro (TCP) chama atenção pelo crescimento acelerado.
Fundado em 2002 como uma dissidência do Terceiro Comando, o grupo já é a terceira maior força criminosa do Rio, atrás apenas do Comando Vermelho e das milícias.
O levantamento da UFF mostra que aproximadamente 450 mil moradores vivem sob as regras do TCP, número que vem crescendo.
A facção da estrela de Davi: religião e guerra territorial
O TCP tem se destacado não só pelo crescimento territorial, mas também pelo uso de simbologias religiosas.
Em favelas dominadas pelo grupo é comum encontrar grafites com cruzes, versículos bíblicos e a estrela de Davi iluminando as caixas d’água.
Simbolo do TCP. Imagem: Reprodução TV Globo
Uma das principais regiões dominadas pela facção é o grupo de cinco comunidades que compõem o chamado “Complexo de Israel”. O termo foi batizado como referência à terra prometida, para o povo de Deus na Bíblia.
Um ramo da organização assumiu o nome de Tropa de Arão, em referência ao irmão de Moisés, figura bíblica que liderou a fuga do povo judeu do Egito e sua busca pela terra prometida.
Arão é um dos apelidos do traficante Álvaro Malaquias de Santa Rosa, que também é conhecido como Peixão.
As comunidades estão cercadas de barricadas e infestadas de homens armados que se autodenominam “soldados de Deus” para impedir a entrada da polícia e de grupos rivais
De acordo com a polícia, o grupo chega a identificar as drogas que transporta com bandeiras de Israel.
Traficantes proíbem práticas religiosas no Complexo de Israel
Segundo o secretário de segurança, a Tropa de Arão também interfere diretamente na vida religiosa dos moradores do complexo.
Há relatos de terreiros de religiões de matriz africanafechados pelos traficantes com frases como “Jesus é o dono do lugar” pichadas nas paredes:
“Quando esses traficantes evangélicos ordenam o fechamento de terreiros, além do racismo e intolerância religiosa, estão demonstrando seu poder, força e domínio no território. Ou seja, esse grupo de traficantes utiliza a gramática evangélica como instrumento de dominação da população residente nas favelas”, explicou a pesquisadora Kristina Hinz para a BBC Brasil.
Os traficantes também determinaram que as igrejas católicas da região estão proibidas de celebrar missas, casamentos e batizados.
Motoqueiros armados teriam ido nas portas de paróquias para avisar aos religiosos que as atividades deveriam ser encerradas.
O avanço pela força
Ao contrário das milícias, que costumam ocupar regiões ainda não controladas por nenhum grupo, o TCP cresce por meio da disputa e substituição de rivais.
Em 2024, 77,7% do crescimento populacional do grupo ocorreu em áreas já controladas por outras facções ou milícias.
O grupo também expandiu cerca de 68% de seu território através de embates com outras organizações.
Essa estratégia tem transformado o Rio de Janeiro em uma verdadeira zona de guerra, com grupos armados lutando entre si para tomar territórios.
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