Acordo poderá afetar diversas áreas
O novo acordo visa destravar entraves e promover a cooperação em diversas frentes. Entre as principais medidas acertadas, estão:
- comércio e agricultura: haverá uma redução da burocracia para empresas britânicas que exportam alimentos e bebidas para a UE, com a remoção de alguns controles de rotina sobre produtos de origem animal e vegetal. O objetivo é criar uma "área sanitária e fitossanitária comum".
- pesca: o novo acordo garante acesso de barcos de pesca da UE e do Reino Unido às respectivas águas territoriais até 2038.
- energia: O mercado de eletricidade da União Europeia será aberto ao Reino Unido.
- segurança e defesa: O Reino Unido terá acesso a um programa de defesa europeu, permitindo que empresas britânicas participem de licitações para contratos de segurança.
- mobilidade de jovens: Será criado um novo regime de mobilidade que permitirá a jovens de até 30 anos estudar, trabalhar ou realizar voluntariado no Reino Unido e nos países da UE por um período limitado.
- facilitação de viagens: cidadãos britânicos poderão voltar a usar os portões eletrônicos nos aeroportos europeus ao viajar a turismo, agilizando sua entrada nos países do bloco.
Acordo sofre oposição dentro do Reino Unido
Apesar do tom otimista dos líderes na cúpula de Londres, o novo acordo já enfrenta resistência interna no Reino Unido.
Nigel Farage, líder do partido Reform UK, classificou o pacto como uma "rendição abjeta a Bruxelas".
Ele também falou sobre os impactos da medida para a indústria pesqueira do Reino Unido:
“Os trabalhistas realmente venderam nossa indústria pesqueira, tudo em nome de laços mais estreitos com uma união política cada vez menor.” Escreveu em uma publicação do X.
A líder da oposição no Reino Unido, Kemi Badenoch, afirmou criticou a negociação e disse que o acordo traí os interesses nacionais:
“Esta foi uma negociação amadora desde o início, terminando em uma traição total.”
O ex-primeiro-ministro Boris Johnson também criticou a proposta, afirmando que o Reino Unido terá que aceitar as leis da UE em diversas áreas, como padrões alimentares e comércio de emissões.
Ele também destacou que o país não terá poder de voto ou influência sobre essas regulamentações.
O que foi o Brexit?
O termo Brexit foi criado pelo advogado Peter Wilding em 2012, quando os debates sobre a saída do Reino Unido da UE ganhavam força.
Wilding misturou a palavra britain, em referência à Grã-Bretanha, com a palavra exit, que significa saída em inglês.
Em 2016, o governo do Reino Unido fez um plebiscito para decidir se o país continuaria a fazer parte da União Europeia.
O resultado do plebiscito foi 51,89% dos votos válidos pela saída, enquanto a permanência obteve 48,11%.
Essa votação deu início a um processo político complicado que só se concretizou em janeiro de 2020.
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