Quando o play vale o seu tempo: os originais mais assistidos da Brasil Paralelo

Oficina do Diabo

A liderança fica com Oficina do Diabo, que já alcançou 1,84 milhão de visualizações e nota 8,1/10 no IMDb.

O drama retrata a empresa mais antiga do mundo: o inferno. O demônio Fausto, um dos principais colaboradores dessa organização, sobe à Terra para ajudar Natan a devorar sua primeira alma, o protagonista Pedro.

Depois de tentar a vida como músico na cidade grande, Pedro fracassou, entregue à luxúria, à desorganização e a outros vícios que dominaram seu coração. A volta à cidade natal, no interior, abalou seu ego e deixou sua vida sem rumo.

O demônio Natan se alegrava com essas quedas, mas suas tentações ainda não eram suficientes para corromper Pedro por completo.

Decidido a não perder a alma do jovem, o experiente Fausto veio diretamente do inferno para guiar Natan em sua missão.

A história mistura dramas psicológicos com recortes da história do Brasil durante os anos 1960 e muito mais. Confira o trailer:

Entre Lobos

Entre os documentários, Entre Lobos é um dos maiores sucessos.

O primeiro episódio, Uma Vida Curta, Sórdida e Brutal, ultrapassou 1 milhão de visualizações, enquanto o segundo (Segurando o Lobo pelas Orelhas) soma 577 mil e o terceiro (O Custo do Crime e o Preço da Civilização), 441 mil.

Lançada em 2022, a série mergulha na violência brasileira, que atinge níveis comparáveis a países em guerra civil.

Para retratar o tema, a equipe da Brasil Paralelo ouviu mais de 50 especialistas em segurança pública e visitou unidades como BOPE, ROTA, CORE, GATE, DOF, BPFRON, Polícia Federal, Polícia Civil e Exército.

As gravações exigiram van blindada, coletes à prova de bala e escolta armada.

O lançamento ocorreu em uma sessão exclusiva com presença de autoridades, como o então ministro da Justiça Anderson Torres e diversos deputados federais, além de cobertura da Jovem Pan.

Os dados reforçam a gravidade do tema: em 2022, foram registrados 49.409 homicídios (21,7 por 100 mil habitantes). Em 2023, houve queda de 3,4%, mas o número ainda chegou a 46.328 mortes violentas.

From The River To The Sea

Outro destaque é From The River To The Sea, com 723 mil visualizações. O documentário investiga a origem e o o que está por trás da guerra entre Israel e o Hamas

A frase completa, From the River to the Sea, Palestine will be free (Do rio ao mar, a Palestina vai ser livre), surgiu no Oriente Médio com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), sendo inicialmente interpretada como uma reivindicação de direitos civis.

Historiadores como Robin D. G. Kelley afirmam que o sentido original era pacífico, mas logo a expressão passou a ser associada ao terrorismo, após sequestros, atentados e assassinatos cometidos pela OLP.

A frase foi pichada em muros, especialmente em Gaza, e adotada por grupos como o Hamas, em oposição à solução de dois Estados.

Para a ex-parlamentar israelense Einat Wilf, a expressão significa o desejo de expulsar todos os judeus e não-muçulmanos da região.

O original mostra que a guerra no Oriente Médio não se limita aos campos de batalha, ela também se desenrola no terreno das narrativas. 

Buscando entender o que está por trás dessa guerra, a Brasil Paralelo decidiu ir ao Oriente Médio e ouvir diretamente as pessoas que estão envolvidas. A produção oferece uma visão ampla, humana e direta do que está em jogo no conflito.

Entenda, pela voz dos próprios envolvidos, o que realmente está acontecendo na região.

Assista agora e entenda:

Brasil: A Última Cruzada - A cruz e a espada

No catálogo histórico, Brasil: A Última Cruzada segue como uma das produções mais emblemáticas.

Lançada em 2017, a série marcou a chegada da Brasil Paralelo ao grande público e deu início ao movimento de resgate das origens nacionais.

O episódio inicial, A Cruz e a Espada, acumula 632 mil visualizações e detalha as guerras de reconquista na Península Ibérica, fundamentais para as grandes navegações portuguesas que culminaram na chegada ao Brasil em 1500.

O episódio aborda a presença muçulmana na Europa, a Batalha de Covadonga, as Cruzadas, a atuação dos Cavaleiros Templários, a figura de Dom Henrique, o Navegador, e a Guerra de Granada.

De acordo com o professor Percival Puggina, a série “devolveu o orgulho de ser brasileiro”.

“Eu descobri que esse país tem uma história linda, que esta é uma terra amável, de uma gente que tem um passado e uma tradição venerável. Estas riquezas foram escondidas”. 

A produção contou com mais de 50 entrevistas de especialistas nacionais e internacionais.

História do Comunismo: o marxismo de Marx

Outra obra de peso é História do Comunismo, cujo primeiro episódio, O Marxismo de Marx, soma 496 mil visualizações.

Em 1818, na cidade de Tréveris, na Alemanha, nasceu Karl Marx. Filho de uma família judia de classe média, ele cresceu em meio às transformações políticas e sociais que marcavam o século XIX.

Estudou Direito em Bonn, mas foi em Berlim que entrou em contato com as ideias do filósofo Hegel e passou a se engajar em movimentos estudantis.

A postura crítica ao Estado e à religião acabou custando caro: Marx foi perseguido e expulso da Alemanha. Refugiado em Londres, encontrou em Friedrich Engels não apenas um amigo, mas um aliado intelectual e financeiro.

Engels, herdeiro de uma família industrial, financiou parte dos estudos e da divulgação de suas obras.

Juntos, formularam as bases do comunismo. Condenavam o capitalismo, a propriedade privada, a família, a liberdade individual e a religião. Defendiam uma sociedade sem moral tradicional e sem bens privados, em que tudo fosse partilhado.

Suas principais obras, como O Manifesto Comunista (1848) e O Capital (1867-1894) , dariam origem a um dos movimentos políticos mais influentes da história moderna.

A Brasil Paralelo reuniu tudo isso no primeiro episódio da série História do Comunismo. Assista ao trailer abaixo.

O Teatro das Tesouras (2018)

Entre 1994 e 2014, brasileiros foram às urnas acreditando escolher entre dois projetos distintos: de um lado, o Partido dos Trabalhadores (PT); do outro, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

A disputa presidencial se repetiu eleição após eleição, e para muitos parecia a expressão viva da democracia, uma alternância de poder entre esquerda e direita.

O PSDB, embora mais moderado, nunca se posicionou como uma força de direita. Na prática, ocupava o espaço de uma centro-esquerda. Assim, PT e PSDB representavam variações do mesmo campo político.

O eleitor, convencido de que havia oposição, assistia a um espetáculo: o chamado Teatro das Tesouras.

A expressão remonta à estratégia usada por Lenin e Stalin. Olavo de Carvalho foi um dos primeiros a apontar sua aplicação no Brasil.

Ele descrevia o mecanismo como duas lâminas de uma mesma tesoura: uma ala radical e outra aparentemente inofensiva. Juntas, elas eliminam qualquer espaço real para a direita, que desaparece picotada entre as duas.

Diante das câmeras, PT e PSDB encenavam o embate. Nos bastidores, compartilhavam projetos, interesses e até financiadores. A alternância no poder não rompia o consenso ideológico: apenas trocava a lâmina em uso.

A eleição de 2022 expôs de forma ainda mais clara a lógica por trás da estratégia. O petista Lula uniu-se ao ex-tucano Geraldo Alckmin, adversário histórico em disputas passadas, para formar uma chapa única.

“A discussão da esquerda com a própria esquerda, sendo a única que resta, torna-se um simulacro verossímil da competição democrática e é exibida como prova de que tudo está na mais perfeita ordem”, afirmou o professor Olavo de Carvalho.

Entenda melhor como funciona a estratégia das tesouras na produção original da Brasil Paralelo O Teatro das Tesouras.

Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas

O mundo conhece o Rio de Janeiro pelo pôr do sol em Copacabana e pelo Cristo Redentor de braços abertos. Mas atrás dessa imagem turística, a cidade enfrenta uma guerra diária.

É esse contraste que a Brasil Paralelo revela em Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.

O documentário mostra bairros onde quem dita as regras não é o Estado, mas as facções. Em Brás de Pina, na Zona Norte, foram 77 tiroteios em 2024 na disputa entre o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro.

Na Gardênia Azul, Zona Oeste, o terror se instalou desde 2023, com quase 684 assassinatos em dois anos em confrontos entre traficantes e milicianos. Áudios da polícia revelam criminosos planejando arrancar o coração de inimigos.

A violência chega também às instituições: entre 2016 e 2020, seis governadores do Rio foram afastados ou presos.

Visitantes também estão entre as vítimas. Em 2024, a jovem Valentina Betti Simioni, de Belo Horizonte, foi baleada ao entrar por engano no Complexo da Maré. Sobreviveu após 20 dias internada; nenhum criminoso foi preso.

Com apenas 11% dos homicídios solucionados, quase 9 em cada 10 assassinos ficam impunes.

A produção registra depoimentos de quem vive sob esse cenário e imagens inéditas das comunidades mais perigosas, levantando uma questão inevitável: será possível recuperar o Rio de Janeiro?

Entenda na produção original da Brasil Paralelo Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.

A Crise dos 3 Poderes

Política, por definição, é o que diz respeito à vida em comum. Desde a Grécia antiga, foi pensada e debatida em praça pública, diante dos cidadãos. Mas no Brasil, a expressão “política não se discute” se tornou comum.

O documentário A Crise dos Três Poderes mostra como essa realidade mudou. Nos últimos anos, brasileiros de diferentes classes sociais passaram a discutir nomes de políticos, ministros e juízes, algo impensável há pouco tempo.

Houve um despertar, motivado por um cenário de desconfiança e estagnação.

O Congresso Nacional, por exemplo, é o mais caro do mundo. Todos os anos, R$14,1 bilhões saem dos cofres públicos para custear salários, auxílios, verbas de gabinete, aposentadorias e benefícios diversos.

Para grande parte da população, esse dinheiro não retorna em saúde, segurança ou infraestrutura. A impressão é de que o povo paga por uma festa da qual não foi convidado.

A crise não poupa nenhum poder. Para alguns, a democracia estaria ameaçada pelo Executivo. Para outros, o centro do problema é o Supremo Tribunal Federal, acusado de avançar sobre funções que não lhe cabem.

Há ainda os que veem no Legislativo uma barreira para a governabilidade. O resultado é um ambiente de confusão, desânimo e, ao fim do dia, um peso maior no bolso de quem paga a conta.

Foi diante desse quadro que a Brasil Paralelo decidiu investigar as origens da instabilidade política brasileira. O filme reúne mais de 25 entrevistados, especialistas, estudiosos e autoridades, em uma pesquisa inédita.

O objetivo é resgatar a história do Estado brasileiro e fornecer elementos para compreender como chegamos até aqui.

A Crise dos Três Poderes é, ao mesmo tempo, um retrato do presente e um convite à reflexão: será possível recuperar em Brasília a esperança de que o poder público sirva, de fato, ao povo?

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