A tensão entre as forças ocidentais e a Rússia ganhou um novo contorno de Guerra Fria, após o presidente Vladimir Putin realizar sua primeira visita oficial à Coreia do Norte. O presidente russo foi recebido pelo ditador socialista Kim Jong-un, com quem selou acordos.
A República Democrática da Coreia, nome oficial para a ditadura da família Kim, tem sofrido há anos com sanções econômicas. Essas medidas variam desde a proibição do país de importar recursos naturais como o petróleo até limitações à exportação de produtos nacionais.
O objetivo das sanções era estrangular a economia e isolar ao máximo possível o país, que acabou por se tornar cada vez mais dependente da China.
A viagem de Putin ao país, no entanto, promete mudar o cenário para o regime de Kim Jong-un, dando ao pequeno país asiático um aliado estratégico extremamente poderoso.
O russo assinou um acordo, no qual um dos termos principais é a defesa mútua dos dois países em caso de ataque estrangeiro. O presidente também afirmou que acordos de cooperação técnico-militar não estão descartados entre os dois países.
Os dois líderes se reuniram a portas fechadas para discutir outras questões que foram apenas mencionadas como importantes.
A aproximação entre os países acontece em um momento no qual a Rússia está política e economicamente isolada.
A invasão à Ucrânia resultou na imposição de rigorosas sanções que o impedem de comercializar com países ocidentais.
Isso tem levado a A Rússia a buscar aliados capazes de ajudar no fornecimento de armas e equipamentos militares. O país também tem procurado mercados alternativos para seus produtos.
Segundo acusações feitas pelo governo americano, a Coreia do Norte estaria fornecendo armas, mísseis e munições para apoiar o exército russo na guerra da Ucrânia, algo negado pelos dois países.
Durante o encontro, Kim Jong-Un afirmou seu apoio irrestrito às políticas russas em geral:
"Quero reafirmar que apoiaremos incondicional e inabalavelmente todas as políticas da Rússia."
O ditador também revelou ao vizinho do Leste Europeu que seguiria apoiando a invasão russa:
"Expressamos total apoio e solidariedade ao governo, exército e povo russos na realização de uma operação militar especial na Ucrânia para proteger a soberania, os interesses de segurança, bem como a integridade territorial."
Já Putin declarou estar combatendo a hegemonia e o imperialismo dos EUA e seus aliados, elogiando a política externa de seu país e da Coreia do Norte como forte e independente:
"A Rússia e a Coreia têm uma política externa independente e não aceitam chantagem por parte do Ocidente."
A aproximação entre os países gera grande preocupação para a vizinha Coreia do Sul, que teme um aprimoramento das capacidades militares e tecnológicas do exército de Kim Jong-Un.
O avanço da parceria com a Rússia pode abrir o caminho para que o regime socialista consiga reestruturar a sua economia. A reunião pode significar a abertura de um novo mercado e a entrada de mais recursos naturais.
Ao final do encontro, Putin convidou Kim Jong-Un para uma reunião em Moscou. O ditador já esteve na Rússia em setembro de 2023, porém o encontro foi em uma outra cidade, mais próxima da Coreia do Norte.
A assinatura do acordo e as declarações feitas pelos dois líderes indica que a relação entre a Rússia e a Coreia do Norte está se estreitando a níveis que não alcançava desde o final da Guerra Fria.
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