Ao final da Cúpula da Paz realizada entre os dias 15 e 16 de junho na Suíça, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a ausência do Brasil e da China no evento.
O chefe de Estado afirmou que os dois países não estavam seguindo as "nações civilizadas" ao participarem apenas como observadores do evento e não assinarem os documentos oficiais gerados na ocasião:
"Quando o Brasil e a China adotarem os princípios expressos pela comunidade internacional, que uniram todos nós hoje, como nações civilizadas, devemos então unir esforços de todo o mundo nesse sentido."
Em sua conta oficial na rede social X, Zelensky afirmou que "teriam recebido bem" os dois países, apesar das discordâncias sobre como deveriam seguir as negociações:
"Receberíamos bem a China e o Brasil para se juntarem aos princípios que nos uniram aqui hoje e para ouvirmos seus pontos de vista, mesmo que não estejam alinhados com a maioria do mundo."
Os países não concordaram em participar do evento por conta da ausência russa na cúpula. Para a diplomacia do governo Lula, qualquer solução para a guerra no Leste Europeu deve passar pela aprovação de ambos os envolvidos. O Itamaraty acredita que não teria sentido negociar uma saída do conflito sem todos os envolvidos.
Durante a cúpula, a representante dos EUA no evento, a vice-presidente Kamala Harris, aproveitou a ocasião para anunciar o envio de mais 1,5 bilhão de dólares para auxiliar o país em questões humanitárias e na reconstrução de infraestruturas.
Os países envolvidos nas discussões, com a exceção da Índia, Arábia Saudita, África do Sul e Emirados Árabes Unidos, assinaram uma declaração conjunta na qual se comprometem a:
"abster-se da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer estado, respeitando os princípios de soberania, independência e integridade territorial de todos os estados, incluindo a Ucrânia, dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas."
Durante o evento, também foram assinados vários tratados paralelos, afirmando que a Ucrânia deve ter direito a estabelecer centrais nucleares, a Rússia deve abrir mão de ameaças e uso de armas nucleares e que os civis e crianças deslocados ilegalmente devem ser devolvidos para a Ucrânia.
Ao final da cúpula, a presidente suíça Viola Amherd reiterou a necessidade do governo de Vladimir Putin ser incluído nas conversas.
Apesar das críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a busca por uma solução diplomática para o conflito no Leste Europeu permanece um desafio, principalmente por conta da ausência russa nas negociações.
Por outro lado, as exigências postas pelo governo russo seguem muito rígidas e dificilmente serão aceitas pelos ucranianos.
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