Todos os anos, as crianças do mundo inteiro aguardam ansiosamente para que o Papai Noel deixe presentes em sua casa na madrugada do Natal.
O “bom velhinho” é um dos principais símbolos associados à essa época do ano, estampando decorações e comerciais. No entanto, essa figura icônica já foi combatida no Brasil.
Na década de 1930, o país assistia à ascensão da Ação Integralista Brasileira (AIB), um movimento de massas com uma ideologia radicalmente nacionalista.
Uma das preocupações do grupo era a preservação da história e cultura nacional frente ao avanço de símbolos considerados estrangeiros.
Entre os “estrangeirismos” combatidos estavam as comemorações natalinas, em especial o Papai Noel.
Ele era visto como uma personagem tradicionalmente europeia e também passou a ser associada com o capitalismo americano após uma campanha da Coca Cola.
A marca buscava convencer as pessoas a consumirem refrigerantes durante as festas no inverno e recriou o personagem na forma como conhecemos atualmente.
Os integralistas em guerra com o Papai Noel
Os jornais e publicações ligados ao integralismo passaram a exibir mensagens e propagandas contra o Papai Noel.
Na época, o movimento contava com publicações muito ativas e influentes, chegando a organizar mais de 100 periódicos sob a empresa Sigma Jornais Reunidos.
Para preencher o espaço de figura mística e manter a fantasia do Natal para as crianças, os militantes do movimento passaram a incentivar uma outra personagem nacional.
Vovô Índio: anti-Papai Noel nacionalista
Militantes do movimento se apropriaram de uma figura chamada de Vovô Índio para substituir o bom velhinho.

Ele era um velho sábio. Filho de uma escrava com um índio e criado por uma branca, representando a formação étnica do Brasil.
A história do personagem foi narrada em um conto publicado pelo jornal Correio da Manhã por Christovam de Camargo, um amigo de Mário de Andrade sem relações conhecidas com o integralismo.
Vovô Índio usava penas coloridas e distribuía presentes para crianças brasileiras até o dia em que morreu de desgosto por perder suas terras.
Por não ser batizado, São Pedro não o deixou ir para o céu. No entanto, Jesus Cristo deu a ele a possibilidade de entregar presentes para as crianças boas em seu aniversário como forma de demonstrar sua conversão.






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